Curti: 9 vencedores e 7 perdedores da Semana 17

No seu segundo jogo, Trey Lance dá conta do recado e dá esperança para o torcedor de San Francisco no ano novo – Joe Burrow deita e rola com Ja'Marr Chase e seis times têm a eliminação decretada após a Semana 17

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Vencedores e Perdedores é a coluna de superlativos para você saber quem tem cotação pra cima e quem tem cotação para baixo depois de cada domingo de NFL. Para ler o índice da coluna, clique aqui.

Vencedores:

Trey Lance, QB, San Francisco 49ers: É, eu sei que foi contra o Houston Texans. Mas vale lembrar: o Tennessee Titans perdeu para esse time mais cedo na temporada, então com Lance apenas em sua segunda partida na carreira profissional, poderia ter dado ruim. Não deu. Lance fez uma partida bem melhor do que aquela contra Arizona quando debutou na NFL. George Kittle ainda deixou um belo elogio sobre Lance: “Penso que ele melhorou ao longo do jogo”. Isso é um ótimo sinal, dado que Lance será o titular do time na próxima temporada – lembrando sempre, o contrato de Jimmy Garoppolo é um fardo que a folha salarial do time não pode suportar em 2022.

Joe Burrow, QB, Cincinnati Bengals: Dois jogos seguidos para 400 jardas, 4 touchdowns e 0 interceptações. Depois de um início que me preocupava na questão da interceptação (ver os jogos contra Chicago e Green Bay), Burrow está voando baixo e quem diria: não estou só na conversa para Comeback Player of The Year, mas também em algumas bolsas de apostas aparece para o MVP. Numa divisão tão difícil, Cincinnati foi campeão com um jogo de antecedência. Baita feito.

Green Bay Packers: Poderia colocar Davante Adams e Aaron Rodgers com sua sintonia bizarra, mas vou colocar o time inteiro. David Bakhtiari voltou a treinar e pode jogar contra Detroit, ainda existe a expectativa de Jaire Alexander jogar nos playoffs, enfim. Falei mais sobre neste outro texto aqui.

Robert Quinn, EDGE, Chicago Bears: Ninguém está falando de Quinn e fica minha meu culpa, porque não acreditava que a contratação daria em algo. Na ausência de Khalil Mack, Quinn é o líder da defesa dos Bears e uma das gratas surpresas da temporada. São 18 sacks, um recorde na história dos Bears. Sim, eu sei, a franquia não vai bem das pernas, mas nenhuma outra na liga tem tantos hall of famers – em especial no lado defensivo da bola. Quinn quebrou o recorde de Richard Dent, membro da histórica defesa de 1985.

Tom Brady, QB, Tampa Bay Buccaneers: Vitória no final e de virada num jogo que chegou a ficar 24 a 10 para o New York Jets. Mesmo sendo contra um adversário fraco, em meio a tantas zebras que aconteceram na temporada e com o drama de Antonio Brown no meio do jogo, é um feito e tanto para Tom Brady – que tem à disposição no corpo de recebedores nomes como “Greyson”, “Johnson”, etc. Brown não vai ter mais aliás. Mais sobre abaixo.

Ataque dos Patriots: Novamente fica a ressalva de ter sido um jogo contra um adversário fraco, mas mesmo assim: depois de duas partidas esquisitas e sem potência no ataque, New England colocou 50 pontos no placar. De novo: eram os Jaguars. Mas no beisebol, por exemplo, quando um jogador está mal às vezes ele é demovido para as minors para ganhar confiança (o que também acontece em caso de reabilitações em lesões). Digamos que o ataque de New England teve o que o médico receitou.

Ja’Marr Chase, WR, Cincinnati Bengals: Mais um vencedor aqui e não teria como ser o contrário. Ninguém teve mais jardas recebidas na Semana 17, foram 266. Praticamente o triplo do segundo colocado, o excelente Davante Adams. Com a atuação – e queda de produção dos Patriots na Semana 15 e 16 – Chase provavelmente garantiu o prêmio de Calouro Ofensivo do Ano, o primeiro desde Odell Beckham Jr em 2014.

Rashaad Penny, RB, Seattle Seahawks: Tá aí um cara que a gente bateu até não poder mais. Não nele, mas na escolha de Seattle. Penny não era um jogador de primeira rodada e, bem, não rendeu nada nos primeiros anos. Tanto que Seattle não exerceu a opção de quinto ano – coisa que tinha que fazer antes da temporada. Penny é free agent em 2022, resta saber se volta para Seattle ou não. Demorou quatro anos, mas finalmente está jogando de acordo com a expectativa de Pete Carroll & Amigos.

Kliff Kingsbury, head coach, Arizona Cardinals: Em meio a mais um derretimento possível – coisa que aconteceu tantas vezes em Texas Tech e já acontecera em Arizona – no final da temporada, Kingsbury tinha a difícil missão de bater o Dallas Cowboys fora de casa. Mostrou criatividade no ataque, aprovou o plano de jogo ousado de Vance Joseph que mandou blitz adoidado em cima de Dak, enfim: Arizona está vivo na briga pela NFC West e o derretimento foi paralisado. Entrar na pós-temporada de outra forma seria um passaporte para a eliminação.

Perdedores: 

O mundo da NFL: John Madden faleceu na última semana e poucos personagens foram tão importantes para a história da NFL do que ele. Não daria para contar a história do futebol americano profissional sem falar sobre Madden. Os boomers e Geração X lhe conheceram como técnico e comentarista. Os millennials e geração z lhe conheceram como patrono do mais rentável jogo de videogame de futebol americano da história. São três vidas impecáveis em uma. Em muitos sentidos, uma inspiração para este que lhes escreve.

Antonio Brown, ex-jogador: O cara não está bem, visivelmente. Já falamos bastante sobre aqui no site, então não cabe falar ainda mais sobre. Espero que procure ajuda, porque o cara não tem a menor condição de ser atleta profissional.

Dak Prescott, QB, Dallas Cowboys: Prescott não foi tão bem contra a frequente blitz do Arizona Cardinals e a expectativa era justamente o contrário. Dallas não teria tanta chance de folga na NFC dado que Green Bay acabou ganhando a partida noturna, mas Dak acaba deixando uma impressão de inconsistência neste ano. O fumble no segundo tempo acabou atrapalhando também. Mesmo com a derrota, ainda podemos considerar Dallas um candidato ao título, embora na prateleira 1B por toda a inconsistência de 2021 – coisa que Cincinnati, Arizona e Buffalo também mostraram.

Trevor Lawrence, QB, Jacksonville Jaguars: Mais interceptações nesta semana, foram 3. É esquisito assistir Lawrence nos Jaguars. O meio é terrível. O terreno, infértil. Mas fato é que, independente da culpa ser de A ou B, Trevor Lawrence regrediu daquilo que víamos no college football em Clemson. Uma tristeza imensa ver isso e esperamos que mude para 2022.

Baker Mayfield, QB, Cleveland Browns: Mais um jogo com múltiplas interceptações, com um final melancólico de temporada fora de casa contra o Pittsburgh Steelers. Mayfield agora passará por cirugia e não joga na Semana 18 – o quarterback entra contestado no último ano de seu contrato de calouro e precisando mostrar serviço.

Kansas City Chiefs: Uma derrota normal contra um bom time. Não vamos causar aqui. O problema é o futuro: Kansas City agora caminha para não ter a folga da Conferência Americana e terá que jogar o Wild Card Round contra Indianapolis ou Los Angeles Chargers (os dois confrontos mais plausíveis). São dois duelos duros, contra times que podem surpreender. Seria muito melhor folgar na primeira rodada e pegar o pior seed restante na Semifinal da AFC.

Miami, Cleveland, Atlanta, Minnesota, Washington, Denver: Seis eliminados na Semana 17. Convenhamos que nenhum desses times merecia ir para a pós-temporada. Algumas eliminações são doídas, como a de Miami depois de tantas vitórias seguidas. Cleveland eliminado na véspera da despedida de Ben Roethlisberger no Heinz Field. Minnesota com sete derrotas em jogos de até uma posse. Denver com Drew Lock mostrando para quem quiser ver que não é a resposta. Seis bases de fãs que acreditaram em algum momento da temporada. Mas que terminaram em frustração.

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