Estou ficando velho quando paro para pensar que o primeiro Draft que cobri profissionalmente têm jogadores indo para seu quinto time. Primeiro recebedor escolhido na forte classe da posição em 2014, Sammy Watkins encontrou um novo lar em Green Bay. Seu contrato é minúsculo em termos de impacto na folha salarial do time, apenas 4 milhões de dólares.
O impacto no campo também não deve ser grande. Ou será que vai ser? Watkins vem de (mais uma) temporada na qual não teve 16/17 jogos pela equipe que defendeu, mas na última vez em que esteve jogando com um quarterback de elite e um ótimo sistema ofensivo para o passe, em 2019, rendeu bastante e foi peça importante no Super Bowl. Não me entenda mal, torcedor dos Ravens, você mais do que ninguém sabe que sou justo com Lamar Jackson. Mas como passador ele não está na mesma prateleira que Patrick Mahomes. Muito menos o sistema ofensivo de Baltimore, há muito uma dor de cabeça para Lamar e para o torcedor.
Esse salto de qualidade nos dois quesitos pode fazer diferença para um atleta como Sammy Watkins, que entra no crepúsculo de sua carreira. Watkins terá 29 anos na temporada 2022 e tem um largo histórico de lesão. Mas a quatro milhões de dólares por ano? Tá ótimo. O salário de Watkins nesta temporada é o 44º[foot]via Spotrac[/foot] entre os recebedores na NFL, menos do que Jamal Agnew (Jacksonville) e DeVante Parker (New England). O caso de Parker é até interessante de se comparar, porque ele receberá 3 milhões a mais também sendo um recebedor com histórico de lesão. O potencial de Watkins produzir, até por jogar com Aaron Rodgers, é maior.
Isso tira os Packers do mercado de recebedores?
Da mesma forma que New England na chegada de Parker, não. Os Packers têm duas escolhas na primeira rodada e podem tentar suplementar a saída de Davante Adams “no agregado”, preferencialmente trazendo um recebedor de fundo de campo, como Jameson Williams (Alabama) se ele ainda estiver disponível. Ademais, o time ainda tem as escolhas 53 e 59 na segunda rodada e com elas também podem investir no corpo de recebedores.
Considerando que vão pagar uma média de 50 milhões de dólares a Aaron Rodgers em seu novo contrato, faz todo o sentido do mundo pagar barato em Allen Lazard e Watkins – os dois somam menos de 8M – e trazer um calouro para complementar o corpo de recebedores, que também conta com Amari Rodgers indo para seu segundo ano. Ainda temos Randall Cobb, o Gil Cebola de Aaron Rodgers, ainda segue no elenco e topou reduzir seu contrato para permanecer no time em 2022. Cobb, porém, pouco fez na temporada passada, com 375 jardas. Sua presença em touchdowns foi importante, porém, com 5. Dada a saída de Adams, máquina de TDs na red zone, pode ser uma saída interessante para Aaron e Matt LaFleur.
