Era uma vez um time que buscava se reencontrar após um cargo ocupado por alguém que não parecia pronto para ali estar.
Chuck Pagano fez um bom trabalho como coordenador defensivo do Baltimore Ravens – tal como o faz pelo Chicago Bears neste primeiro mês de temporada, 2019. Pagano chegou com pompas mas já no primeiro ano, o primeiro baque para os Colts. Ele teve de se afastar para tratar-se de leucemia e, em seu lugar, um técnico interno com quarterback calouro. A combinação não parece das melhores, mas Bruce Arians e Andrew Luck fizeram das tripas coração e o time foi à pós-temporada após ter campanha de 2-14 no ano anterior. A pior campanha da NFL virou uma vaga em janeiro.
Essa vem sendo a tendência dos Colts desde então. O time de 2019 é uma equipe completamente diferente daquela de 2012 – ainda bem, sobretudo em linha ofensiva – e mesmo assim parece que o pedigree é o mesmo. “Uma das melhores vitórias em temporada regular da história da franquia”, disse o dono do time, Jim Irsay, sobre o jogo de ontem. Antes de analisar a frase, contexto é necessário. Pedras no caminho foram retiradas.
Depois de Pagano voltar e ser efetivado, pedras no caminho vieram e nem todas saíram, para falar a verdade. A linha ofensiva foi constantemente negligenciada, Andrew Luck viveu uma imensidão de lesões, o general manager caiu. Pagano caiu. Enfim, com a Final da Conferência Americana sendo o “teto” de Luck & cia, coisas boas pareciam se avizinhar.
Pareciam.
Josh McDaniels foi contratado e voltou atrás antes de colocar tinta no papel. Andrew Luck se aposentou sem pisar em campo no ano de 2019. Com um técnico segundanista, sem seu franchise quarterback e vindos de uma derrota acachapante em casa para o Oakland Raiders em jogo no qual eram favoritos por 7 pontos, os Colts teriam que viajar ao Missouri para enfrentar Patrick Mahomes, provável MVP da temporada. Detalhe: sem dois bastiões da defesa, Malik Hooker e Darius Leonard, discutivelmente melhor jogador de secundária e melhor defensor do time.
Em meio a isso tudo, Frank Reich abaixou a cabeça e trabalhou. Praticamente ninguém colocava fichas em Indianapolis no jogo de ontem.
45 corridas depois, com uma atuação estelar da linha ofensiva, o Indianapolis Colts venceu fora de casa e limitou Mahomes & cia a 13 pontos – menor marca da Era Patrick em Kansas City. O que fica disso tudo? Mesmo com uma defesa sem nomes estelares – não sei até que ponto dá para considerar Justin Houston em 2019 como lhe considerávamos antes – Indianapolis foi lá e fez o que devia.
O que fica disso tudo? Acima de tudo, que os Colts são um time bem treinado. Isso ficou mais do que claro ontem.






