Curti: Final da AFC não virou Super Bowl antecipado, a NFC segue na briga

A Conferência Americana teve um fluxo de talento inacreditável nesta intertemporada. Isso quer dizer que já era para a NFC?

O tema tomou conta das redes sociais nas últimas semanas e virou foco de vários tweets e posts. Afinal: Já era para a NFC e a AFC vai papar o Super Bowl por conta do fluxo de talento que foi para lá? Não necessariamente. O tema foi debatido no nosso podcast, que vai ao ar nesta quarta de manhã, comigo e com o Deivis. Mas acho um assunto tão interessante que também é válido um texto sobre aqui.

Afinal, não tem resposta certa ou errada. Para mim, todavia, não é certo carimbar o Vince Lombardi Trophy rumo à AFC por um simples motivo: por mais times fortes que a Conferência Americana tenha, ainda haverá um processo de afunilamento nos playoffs e, ao mesmo tempo, o alto clero da NFC continua forte.

Ou seja, Green Bay Packers, Tampa Bay Buccaneers e Los Angeles Rams – que, aliás, são os atuais campeões. É certo, sim, dizer que há uma polarização. Desigualdade social, se quiser. A NFC é muito mais polarizada e podemos facilmente tirar cinco times de lá da briga. Na AFC é muito mais difícil fazer essa conta.

O que faz com que o assunto seja interessante e que a resposta inicial penda para a AFC é a quantidade de bons quarterbacks que lá estão. Matt Ryan, Mac Jones e Derek Carr são três nomes que vejo abaixo dos demais, mas ainda assim são nomes acima da média da liga. Uma média cada vez mais alta, frise-se. Acima deles, temos Deshaun Watson (considerando que jogue no nível de 2019), Josh Allen, Patrick Mahomes, Joe Burrow, Russell Wilson, Justin Herbert, Lamar Jackson: todos nomes que um torcedor poderia chamar de franchise quarterback. Os elencos nos arredores são fortes, também, na maioria dos casos que citei acima.

Isso não quer dizer, porém, que a classe alta da NFC não tem como bater de igual para igual com a AFC; Mesmo a Conferência Americana tendo mais times fortes e mais quarterbacks badalados, isso significa que Packers, Buccaneers e Rams não têm condições de vencer o Super Bowl? Não é por aí. Muito pelo contrário, aliás.

Polarizada sim, fraca não

Ademais: podemos descartar Arizona, San Francisco, Dallas e alguém que vier mais forte do que em 2021 na NFC? Claro que não. As noticias foram dominadas pela Conferência Americana nas últimas semanas, mas daí até colocar o Super Bowl como o vencedor da Final da AFC, acho prematuro. Houve, sim, um certo fluxo de talento da NFC para a AFC para além da posição de quarterback. Nomes como Chandler Jones, Von Miller e Amari Cooper “pularam o muro” do azul para o vermelho. Mas, embora nomes famosos, não são nomes que estão no auge de suas carreiras. O impacto em termos de notícia, porém, existiu.

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Por anos e anos a AFC ficou “polarizada” entre Manning/Brady/Roethlisberger[foot]Com um Joe Flacco de menção honrosa em 2012 numa pós-temporada mágica[/foot]. Isso não quer dizer que a NFC não teve chance. Cada ano meio que ia um, mas eles venceram Super Bowls. Talvez o papel seja invertido agora. Com a NFC polarizada – Brady segue imortal, parece – e a AFC mandando “cada ano um” para o Super Bowl. A seca de uma conferência, como aconteceu entre 1984 e 1996, com títulos seguidos da NFC, não vejo se repetir, porém. A ver o que vira. Mas é bom a NFC se mexer para o futuro, até porque Tom Brady e Aaron Rodgers um dia vão aposentar. Pode demorar, mas vão.

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