O mercado de trocas por Andy Dalton foi minguado. Ninguém queria herdar um contrato pesado para um quarterback que não aparenta estar mais no auge. Ao mesmo tempo, o Cincinnati Bengals escolheu Joe Burrow na primeira escolha geral do Draft 2020 e a tendência é que ele fosse o quarterback titular em setembro – assim, sentido algum faria manter Dalton e seus 17 milhões na folha de pagamento.
De toda forma, ainda até pensamos anteriormente em contar com a permanência do quarterback em Cincinnati, já que ele próprio chegou a levantar essa hipótese. Mas, ao cortar Andy Dalton… Os 17 milhões somem, dado que não era dinheiro garantido no contrato da escolha de segunda rodada do Draft de 2011. O esperado aconteceu, então; Dalton foi cortado e não faz mais parte do elenco dos Bengals. E agora? Qual será o destino do “Red Rifle”?
Não é tão simples como parece;
Dalton vem da pior temporada da carreira em vários quesitos. Foram apenas 16 touchdowns no ano passado e ele chegou a ir para o banco por conta de desempenho – ainda, foram 14 interceptações, proporção horrorosa (16/14). Os passes também não estavam indo muito longe não, Dalton teve 5.74 de ANY/A, pior marca da carreira como no número de TDs.
Aos 32 anos, Dalton ainda deve ter mercado para equipes “montadas” que precisam de um upgrade à situação atual na posição de quarterback – ou que precisem de um quarterback de emergência no caso do titular machucar. Pode dar certo, a exemplo do que aconteceu com Ryan Tannehill – desenganado por todos e que ajudou os Titans a chegar até a final da Conferência Americana.
Num primeiro momento, penso em apenas dois cenários possíveis. Claro, pode haver outro time, a NFL muitas vezes é imprevisível. Mas de cabeça, vamos a eles.
Jacksonville Jaguars
Ante o panorama pós-bradyano, natural que os Patriots surjam como time no radar para receber Andy Dalton – isso há muito é falado, sobretudo depois que os Bengals praticamente asseguraram a primeira escolha geral do Draft 2020 e, por tabela, Joe Burrow. Os Jaguars, porém, apresentam-se como fortes candidatos e explico porque são meus “favoritos”.
Num primeiro momento, porque a equipe conta apenas com Gardner Minshew na posição como opção plausível de titular. Minshew teve seus momentos na temporada, mas houve também aparições para esquecer – como a partida com nenhum touchdown e duas interceptações contra o Houston Texans na Semana 9. Com a troca de Nick Foles, ele herdou o posto de titular – mas, ao mesmo tempo, pode ter competição.
Num segundo momento, aponto os Jaguars como hipótese porque o atual coordenador ofensivo da equipe, Jay Gruden, era da comissão técnica dos Bengals no ano em que Dalton fora draftado, 2011. Ainda, Albert Breer, da Sports Illustrated, reportou que os Bengals tentaram contato com os Jaguars para trocar seu anterior franchise quarterback. Então, onde há fumaça, há fogo.
New England Patriots
Bill Belichick declarou após o Draft que a decisão de não draftar um quarterback não foi “pensada de antemão”. Ou seja, pode ser que o fluxo do Draft tenha feito com que ou i) houvesse melhores jogadores disponíveis na visão do time na hora que poderiam ter draftado um QB ou ii) O QB que queriam, seja ele quem for, já tivesse saído quando a escolha de New England chegou na rodada em que dado quarterback teria valor.
Com essa declaração, nas entrelinhas, podemos pensar que os Patriots poderiam ainda pensar em trazer um quarterback. O time foi atrás de dois undrafted free agents que, honestamente, não trazem muito mais ao time do que Jarett Stidham traz. Com isso, surge Andy Dalton no horizonte. Pensando no esquema tático de New England na temporada passada, Dalton é um encaixe que faria sentido. Ainda, por pior que tenha sido a temporada dele no ano passado, o ex-Bengal é uma opção melhor do que Brian Hoyer. Quanto a Stidham? Só saberíamos no training camp, dado que potencial evolução do segundanista não pode ser descartada antes que ele vá a campo.
E outros times?
Bom, difícil imaginar que Dalton possa competir pela titularidade em outros dos 30 times da NFL. Olhando o plantel dos mesmos, todos os outros que tinham carência na posição agora têm calouros-quarterbacks ou se mexeram na free agency para trazer peças – Bears, Buccaneers, Colts e Panthers como exemplos. Como titular, portanto, o mercado de Dalton é praticamente restrito a essas duas equipes. Como reserva, aí são outros 500 e fica bem mais difícil de prever.
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