Quarterback do Pittsburgh Steelers, Dwayne Haskins faleceu em trágico acidente automobilístico no último final de semana. Muito se falará sobre seus dias na NFL que, honestamente, foram longe de serem os mais brilhantes. Mas também digo com total honestidade: de que isso importa agora? Nada, absolutamente nada.
Haskins teve problemas para mostrar maturidade, mas todos nós não tivemos aos 20 poucos anos? Certamente posso dizer que tive, muitos. Felizmente, tive a chance de melhorar, de tentar amadurecer. O que machuca é que Haskins não teve. Estava num caminho bacana, com uma ótima comissão técnica. “Estou com o coração partido”, disse Mike Tomlin, head coach dos Steelers.
Legado de Haskins é incrível no college
A temporada de 2018 de Ohio State começou um tanto quanto bagunçada, com a suspensão de Urban Meyer no que viria a ser um prelúdio do caos que aconteceria em Jacksonville. Ryan Day assumiu o comando interino do time do que, com o perdão da repetição do termo, seria também um prelúdio do que viria pelos próximos anos em Columbus. Com Day chamando o ataque, Haskins brilhou. Mostrou evolução desde o início da temporada, tendo um tape muito melhor contra Michigan (final do ano) do que contra Penn State (início do ano).
Era essa evolução e sua produção que me fizeram colocá-lo como primeiro prospecto dentre os quarterbacks daquela classe. Infelizmente, a vida na NFL foi consideravelmente mais complicada. Mas o que fica de legado foi como ele foi uma peça importante para a revolução ofensiva que Day instaurou naquela temporada – sendo efetivado como head coach no ano seguinte.
Foi esse sucesso em 2018 que acabou sendo a base para a manufatura de talentos ofensivos que Ohio State está tendo nos últimos anos. Haskins ainda tem o recorde de mais touchdowns na equipe e na conferência, com 50 – recorde que antes era de Drew Brees. Seu ano foi fantástico: 4831 jardas, cinco jogos nos quais passou das 400 jardas. Esse é o legado que fica.
Indiretamente, é por conta dele que os Buckeyes firmaram-se como celeiro de peças ofensivas. Não haveria Justin Fields na primeira rodada sem a temporada que Haskins teve antes. Dá para dizer que seria difícil que C.J. Stroud estivesse num sistema tão azeitado e no caminho para ser uma escolha top 5 ano que vem. Sem falar na miríade de recebedores que estão vindo de Ohio State para a NFL: só neste ano temos Chris Olave e Garrett Wilson e virão mais nos próximos.
Uma pena que ele tenha ido tão cedo, mas seu legado felizmente permanecerá vivo por anos e anos.
