Se falamos que os quarterbacks são os comandantes das tropas, os head coaches são os generais: um pouco mais longe do campo de batalha, mas suas decisões acabam sendo as determinantes em muitas guerras. 2021 não foi diferente. Sean McVay, depois de ter batido na trave na temporada 2018, reviu seus conceitos, apostou num quarterback com Q maiúsculo e se reinventou durante o ano. O título finalmente veio e McVay consegue o “desempate” com seus pares da nova geração abaixo de 45 anos. Entre eles, difícil colocar alguém melhor.
Mas isso não quer dizer que não haja vários bons treinadores na NFL e isso independente da idade. Dos mais experientes à nova leva de mentes ofensivas, separamos aqui aquela que consideramos ser o topo da prateleira na “posição”. Claro que faltarão nomes. Uma menção mais do que honrosa já fica aqui de antemão para Mike Tomlin, único nome desta lista que não tem nenhuma temporada negativa no currículo. Indo para a temporada com incerteza na posição de quarterback, porém, a projeção fica mais delicada.
Vai um café?
Sean McVay finalmente chegou ao topo da NFL em 2021. Não sem alguma desconfiança durante a temporada. No meio do ano, o ataque dos Rams “abandonou” seu feijão com arroz que era o play-action. O jogo terrestre foi para as cucuias. De repente, parecia que McVay havia se “perdido” no personagem de agora ter um bom quarterback em Matt Stafford. A derrota para Green Bay, no meio do ano, nos mostrou um time que não parecia com pinta de campeão.
Voltando ao básico e com Odell Beckham Jr. e Von Miller chegando no meio do caminho, os Rams conseguiram fazer o que seu colega de cidade no beisebol, os Dodgers, não haviam conseguido mais cedo naquele ano: trocaram por estrelas para garantir a divisão, venceram-na e chegaram ao título na temporada. É importante salientar que isso tem muito trunfo de McVay – ou do café que ele toma e lhe deixa pilhadaço na sideline. Fazer encaixar talentos assim, que embarcam no meio da jornada, não é fácil. Ainda, seu sistema tirou o máximo de Stafford e Cooper Kupp, melhor wide receiver de 2021. Agora sem Beckham (?) e sem Miller, o desafio de McVay é continuar em alto vapor. Com uma NFC West teoricamente mais fácil e a maior parte do elenco voltando em 22, a tendência é justamente é essa.
O subestimado
2021 foi um ano para esquecer se você torce para o Baltimore Ravens. Lesões minaram a secundária e o jogo terrestre da equipe, o miolo da linha ofensiva foi lamentável e Lamar Jackson teve discutivamente seu pior ano como titular – além de também ter feito check-in na enfermaria. Mesmo aos trancos e barrancos, John Harbaugh tirou mais dos Ravens do que a maior parte dos treinadores da liga teriam tirado.
Nesta próxima temporada, os machucados voltam. A intertemporada, Draft e Free Agency, foram acima da média – talvez a melhor entre os 32 times. Harbaugh, que já venceu um Super Bowl com Joe Flacco e cujos times foram por vezes pedras no sapato de Peyton Manning e Tom Brady, acaba sendo menos falado do que deveria. Talvez por não chegar com pompas à função de head coach depois de um bom ano como coordenador ofensivo ou defensivo, tal como Kyle Shanahan ou Brandon Staley, por exemplo. Ex-técnico de time de especialistas, ele é uma evolução dessa própria função, tendo um domínio total do vestiário, um dos mais “fechados” da NFL, no bom sentido da expressão. Não descarte os Ravens em 2022. Pelo contário, aliás.
