No mês passado, fiz um texto falando de como o Green Bay Packers tem um elenco promissor para a próxima temporada, repleto de jovens promessas que sob a batuta de Matt LaFleur, podem dar saltos ainda maiores do que no ano passado. Porém, acabei focando mais no ataque e deixei um pouco de lado a defesa: este é o momento para fazer justiça a ela.
Por um bom tempo o calcanhar de Aquiles da equipe, a defesa dos Packers tinha talento, mas entregava muito abaixo do que se esperava dela, em especial por conta de seu ex-coordenador. Com Joe Barry demitido e agora com Jeff Hafley no comando, a expectativa é que a unidade deixe de ser uma bagunça no jogo terrestre e mude de patamar.
Os Hawaianos de Green Bay
Não é apenas o ataque que tem a média de idade de um grupo lendário da Furacão 2000: tirando Preston Smith e (agora de contrato novo) Kenny Clark, a média de idade da defesa é bem baixa. Jaire Alexander, talvez o principal jogador da unidade, tem 27 anos apenas – o próprio Kenny Clark é menos de dois anos mais velho que ele, por exemplo. Essa juventude se torna um trunfo para a defesa, ainda mais com as recentes adições via draft – e uma bem recente na free agency, que citaremos em breve – contribuindo logo de cara.
Green Bay foi a sexta equipe que mais pressionou os quarterbacks adversários em 2023, com três jogadores passando dos sete sacks: no caso, o próprio Clark, Smith e Rashan Gary. Outros nomes do front também apareceram, como Devonte Wyatt e Karl Brooks no meio, Quay Walker aparece bem como inside linebacker e uma boa promessa em Lukas van Ness. Contudo, o time foi um dos piores contra o jogo terrestre: a defesa cedeu mais de 2000 jardas pelo chão. Além disso, a secundária sofreu no ano passado, principalmente em terceiras descidas: os Packers foram o oitavo que mais cedeu conversões da liga, com mais de 41%.
É aqui onde entra o novo coordenador da unidade. Jeff Hafley pode não ser um nome tão badalado quanto outros (nos últimos anos, por exemplo, ele foi head coach em Boston College), porém uma característica de suas defesas é a agressividade do front e da secundária. Na frente, algo bem comum são os tackles para perdas de jardas, enquanto que no backfield, são as formações em single high (as covers 1 e 3), com um safety no fundo do campo. É por isso que a contratação de Xavier McKinney se torna mais especial: um jogador atlético, versátil e que pode atuar tanto mais próximo dos linebackers, como também no fundo do campo, ele provavelmente será “o” cara das singles high de Hafley.
A defesa de Green Bay tem o talento e o terreno para subir de nível em 2024. Caso isso se concretize e ela não sofra com lesões – algo que ocorreu bastante no ano anterior -, esse grupo vai dar muito problema aos seus adversários. Fique de olho nessa defesa dos Packers.
A vida não é um morango (e nem um queijo)
O desafio será maior na terra dos cabeça de queijos não apenas por conta da missão de desenvolver sua jovem equipe, mas principalmente por causa do calendário. Os Packers não terão vida fácil na temporada regular e quanto mais vitórias em cima de adversários fortes, mais confiantes – e perigosos – eles ficarão no decorrer das 18 semanas.
Não tem para onde correr, pois os dois lados do calendário são complicados. Só nas cinco primeiras semanas, o time pega: Eagles (o jogo aqui no Brasil), Colts, Titans, Vikings e Rams. Por mais que Tennessee seja uma incerteza no momento e Minnesota deva começar a temporada com Sam Darnold (eca), são duas equipes que podem dar trabalho. Isso sem contar com os jogos divisionais contra Bears e Lions: Detroit é atualmente o time a ser batido na NFC North, enquanto que Chicago tem uma forte defesa e deve melhorar no lado ofensivo, agora com Caleb Williams.
Os Hawaianos já diziam lá nos bailes da Furacão: traição é traição, romance é romance, amor é amor e, no caso do Green Bay Packers, 2024 não vai ser moleza. Contudo, existe talento e condições para que a equipe consiga ir ainda mais longe do que em 2023.
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