Detroit Lions e o futuro daqui para frente

A derrota dentro de casa, sendo seed #1 da conferência, certamente ficará marcada na alma do time por um bom tempo. Porém, Detroit terá decisões difíceis para tomar no futuro - e que está mais próximo do que parece.

Goff

O Detroit Lions chegou com a folga da Conferência Nacional e era favorito no duelo contra o Washington Commanders. E como diria o sábio diabo Clodovil: a festa virou um enterro. O placar de 45-31 mostrou não apenas a brilhante partida de Jayden Daniels e companhia, como também a falta de alternativas por parte dos Lions. O resultado foi mais uma eliminação acabando com a alegria da equipe: a primeira, no ano passado, foi na final da NFC.

Porém, diferente da temporada anterior, 2025 será um ano de decisões difíceis em Detroit. Da permanência ou não dos coordenadores e de jogadores, a próxima offseason será fundamental para redefinir os rumos da franquia.

Faltou bala no tiroteio

Aviso: vou passar pano para a defesa dos Lions. Ok, ela não pressionou Jayden Daniels em nenhum momento, a secundária tomou um baile de Terry McLaurin e as chamadas não ajudaram. Mas seria injusto demais não ressaltar o trabalho de Aaron Glenn (e Dan Campbell também) em 2024. Diante de tantas lesões, foi um milagre essa defesa terminar o ano de maneira muito digna. A conta chegou na pior hora possível, é verdade. No entanto, é preciso dividir esse boleto com a outra parte da equação: o ataque.

O melhor ataque da NFL diversas vezes salvou o dia e conseguiu vitórias na temporada regular – vide o tiroteio contra os 49ers na semana 17. Mas assim como a defesa, a conta chegou na pior hora possível: os playoffs. Faltou bala para a defesa conter o ataque de Washington, mas também o ataque gastou todas as suas balas atirando no próprio pé. Os cinco turnovers foram o fiel da balança contra Detroit: nem vou elaborar sobre aquela chamada tenebrosa com Jameson Williams lançando a bola, pois só poderia terminar em maluquice mesmo. O ponto são os outros quatro e de quem recebeu essa conta: Jared Goff.

O quarterback dos Lions teve uma noite para esquecer: 23/40 para 313 jardas, um touchdown e três interceptações – uma delas, a pick-6. Para além dos números, o que se viu em campo no domingo foi o oposto que Goff vinha fazendo no geral: forçando passes até não poder mais e tendo problemas contra a pressão adversária. Foi como assistir antigos fantasmas de volta e não para o lado positivo. De acordo com o Next Gen Stats, Goff foi pressionado em 37% dos snaps. Disso, ele completou 4 de 14 passes, com média de 4.6 jardas por passe e duas interceptações. Isso sem contar com o fumble que virou TD dos Commanders. No final, o ataque de Detroit deu 14 pontos de presente para os Commanders – que, com muita competência, aproveitaram e venceram o jogo.

Figa de Guiné

Alcione já canta desde os anos 70: onda forte não derruba e nem machuca quem tem fé. O Detroit Lions viveu e morreu com garra e loucura em 2024. Mas diferente da offseason anterior, a próxima terá desafios enormes para resolver e que, principalmente, podem abalar ainda mais com a confiança de Dan Campbell e companhia.

O primeiro desafio é óbvio: os dois coordenadores podem dar adeus. Ben Johnson já deu seu au revoir e pulou o muro do CT, mas Aaron Glenn pode sair também. O coordenador defensivo terá entrevistas com Jets, Jaguars e Bears, por exemplo. Segundo Adam Schefter, a tendência é que os Lions efetivem membros da própria comissão técnica, como Scottie Montgomery (técnico de running backs) e Kelvin Sheppard (técnico de linebackers).

O segundo desafio está mais escondido agora, mas voltará a ter destaque nos próximos meses porque envolve free agency. Detroit tem mais de $57 milhões livres para a próxima intertemporada. No entanto, tem uma penca de jogadores para renovar ou não. Dois casos chamam atenção aqui: Carlton Davis e Kevin Zeitler. Ambos serão free agents em março, porém o que pode pesar contra a permanência deles é a idade, por exemplo. Zeitler, por exemplo, terá 35 anos em 2025. Aliás, a linha ofensiva é um outro ponto a se pensar: tirando Penei Sewell, a maioria dos titulares já passou dos 28 anos. Com um quarterback tão dependente de proteção quanto Jared Goff, isso pode se tornar um problema no futuro.

É muito cedo para prever o que Detroit fará na próxima offseason. Por enquanto, o mais importante é entender se a fé neste elenco continua do mesmo jeito que antes. Quem te vinga da mandinga é figa de Guiné, mas o de fé do teu axé, não sou eu quem vou te dizer quem é.

Para saber mais:
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