Já sei o que você vai dizer: lá vem o PROFOOTBALL defendendo a ideia de que running back se pega na segunda rodada do Draft e patati, popopó. Bom, a história recente está no nosso lado. Os running backs titulares do Super Bowl foram adquiridos na segunda rodada: Joe Mixon e Cam Akers. Isso sem contar outros tantos bons jogadores da posição que não foram adquiridos na primeira rodada, como Derrick Henry, Dalvin Cook, Jonathan Taylor e outros mais.
Alguns times ainda insistem na superada ideia de dar um mega contrato para uma estrela adquirida na primeira rodada, mas aos poucos o dogma tão antigo quanto o penta do Brasil vem sendo superado. De uma forma ou outra, creio ser difícil ver um jogador desta classe sendo escolhido na primeira rodada do Draft 2022. Não por conta das equipes, mas por eles mesmo.
Claro, não temos bola de cristal e não dá para descartar ou cravar 100% que nenhum running back sai na primeira rodada. Mas em termos de valor, não temos nenhum como havia em outras classes.
Kenneth, o mais completo?
O que me chama atenção analisando essa classe e vendo os jogadores é a ausência do sentimento de completude. O subtítulo desta seção faz justamente essa pergunta: seria Kenneth Walker III (Michigan State) o mais completo da classe? Talvez, mas temos o porém do jogo aéreo, onde ele foi pouco usado. Mas, até aí, o mesmo foi o caso de Jonathan Taylor saindo do Wisconsin. Walker, de toda forma, mostra mãos seguras quando foi acionado – o tape do jogo contra Michigan mostra isso. A questão é importante porque os running backs são cada vez mais importantes no jogo aéreo, que desde 2011 é a tônica do futebol americano.
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Walker não é perfeito e passa longe de sê-lo. Exagera em algumas “sambadas” e precisa ser mais determinante nas corridas norte-sul. É esforçado em bloqueios, mas nada muito além disso na parte técnica. Como ponto positivo, não tem histórico de lesões graves, é um senhor encaixe em sistema de bloqueios em zona e teve apenas um fumble em 2021 – sem contar ser um belíssimo quebrador de tackles.
Zona da confujão
Vou aproveitar para usar da expressão do pofexô Luxemburgo enquanto é tempo porque ele deve sair como candidato ao senado e o TSE não ficaria contente com muitas menções a ele depois. A “segunda colocação” da classe é uma grande zona da confusão e vai muito ao gosto do freguês. Confesso que fui dormir pensando nisso ontem e não cheguei a uma certeza incontestável sobre o assunto. Tendo a seguir o relator Deivis Chiodini em seu top 5 aqui no site e ir com Breece Hall (Iowa State).
A melhor definição para ele é caminhão na ladeira. Mais alto e pesado que Walker, quando Hall engata a segunda marcha, sai de baixo. O problema? Muito volume no college é uma pequena causa de preocupação. Foi também pouco usado no jogo aéreo e quando o caminhão foi parado pela blitz (literal e figurativamente, neste caso) no backfield, a jogada morreu. Seu trabalho norte-sul é bem interessante, lê bem os bloqueios no segundo nível. É um talento bem interessante para o Dia 2.
Você verá bastante o nome de Isaiah Spiller (Texas A&M) por aí, talvez até como o primeiro da classe. Não compro a empolgação. Sua velocidade final deixa a desejar e vejo uma necessidade de proteger melhor a bola. Falta quebrar tackles no tráfego também. Por outro lado, é nítido como assim que o snap acontece ele entende o que está acontecendo e tira vantagem disso, bem como seu equilíbrio quando engata a segunda marcha. Ainda prefiro os dois acima. O fato de ter sido badalado no início do processo e ter jogado na SEC talvez aumente a cotação mais do que deveria.
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Por fim, algumas menções interessantes parao Dia 3 do Draft[foot]Quarta à Sétima Rodada[/foot] para finalizar o texto. Rachaad White (Arizona State) é um bom nome no jogo aéreo, mas passivo até não poder mais em termos de bloqueio e quebra de tackles. Brian Johnson Jr (Alabama) carrega o pedrigree da Crimson Tide e… Só isso. Síndrome do Pato, faz tudo o que um operário de Nick Saban precisa, mas nada disso acima da média. Pierre Strong Jr (South Dakota State) é um nome que pode dar certo no Dia 3 por conta da velocidade, mas tem peso abaixo do ideal para a NFL, precisa melhorar seu processamento depois do snap. Por fim, Zamir White (Georgia) é um big back com força de jogo acima da média mas praticamente não tocou na bola no jogo aéreo. Seu apelido pelos bulldogs é de Zeus e se você assistir ele fazendo contato com defensores, entenderá o por quê.







