Draft: Substituto de Bryant ou defesa deve ser a prioridade dos Cowboys na 1ª rodada

[dropcap size=big]O[/dropcap] corte de Dez Bryant certamente deixou vários torcedores de Dallas tristes, afinal o wide receiver foi um ídolo e um dos principais rostos da franquia na última década, contudo não dá para dizer que a dispensa chegou a ser uma surpresa.

Motivos não faltaram: idade avançada, salário alto, queda de produção, falta de química com Dak Prescott, relacionamento não tão bom com Jerry Jones etc. Enfim, fato é que o casamento acabou depois de oito anos e agora cada parte seguirá seu caminho, com Bryant buscando um novo time para jogar e os Cowboys procurando um novo recebedor nº 1.

No caso de Dallas, o rompimento significa que a franquia quase obrigatoriamente precisará selecionar um wide receiver no Draft, de preferência o mais cedo possível. Vale lembrar que o corpo de recebedores já não era dos melhores em 2017, contando com pouco talento além de Bryant – Terrance Williams foi o segundo mais produtivo do time com 53 recepções para 568 jardas. Allen Hurns, contratado na última Free Agency, foi uma boa aquisição para dar profundidade ao elenco, mas como pouco fez na NFL após explodir nos Jaguars em 2015, não dá para contar com ele carregando o piano no ataque aéreo.

Jerry Jones e seus Blue Caps estão bastante municiados no recrutamento, possuindo um total de 12 escolhas, porém sete destas picks são de quinta rodada para baixo, o que não tende a se converter em prospectos de elite ou trocas mirabolantes para cima. Por outro lado, os Cowboys têm três dentro do top 100, um número normal, e detêm a 19ª escolha geral do recrutamento. Como dissemos, a expectativa é que ela seja utilizada em um wide receiver, mas Dallas precisa (ou melhor, deve) manter seu leque de possibilidades bem aberto. Confira algumas opções para a franquia na noite da próxima quinta-feira.

Calvin Ridley e Cortland Sutton com certeza estão na mira

Em teoria, os Cowboys estão no lugar ideal para draftar um wide receiver em uma classe que não é nenhuma maravilha. Ninguém da posição parece ser digno de sair no top 10, sendo que Calvin Ridley e Cortland Sutton, os dois prospectos melhores conceituados, estão cotados para a segunda metade da primeira rodada. O problema é que nem sempre as coisas funcionam de maneira racional na NFL. Talvez a falta de qualidade até mesmo atrapalhe Dallas, por incrível que pareça – vide o ocorrido em 2017.

Ano passado, com uma classe tão fraca ou até pior que a de 2018, tivemos três recebedores saindo no top 10. O motivo? Os general managers aparentemente ficaram em pânico quando Tennessee selecionou Corey Davis na quinta posição geral. Isso fez com que as franquias entrassem em uma corrida pelos wide receivers melhores avaliados, o que culminou, por exemplo, em Cincinnati pegando John Ross com a nona pick geral. Talvez se algum time selecionar um wide receiver no top 10 na quinta-feira algo parecido ocorra em 2018, afinal a demanda outra vez é maior do que a oferta de talento. Neste caso, dificilmente algum dos principais prospectos sobraria para Dallas na 19ª posição.

De toda forma, vamos considerar a possibilidade de que os general managers aprenderam alguma coisa com o ano passado e não vão se desesperar de novo. Assim, são boas chances dos Cowboys conseguirem um talento de elite na posição, mesmo porque, entre os 17 times escolhendo antes de Dallas, apenas Ravens e 49ers apresentam uma carência parecida na posição de wide receiver.

De todos os futuros calouros, Calvin Ridley é quem aparenta ter o maior potencial. O jovem ex-Alabama vem voando abaixo do radar, sobretudo por ser visto como um pouco “pequeno” para jogar na NFL e pela sua intertemporada discreta até aqui, mas se destaca pelo seu refinamento técnico correndo rotas e pela sua velocidade/capacidade de conseguir separação dos defensores. Ridley, no papel, é quem está mais preparado ser titular logo de cara entre os profissionais.

A outra alternativa é Cortland Sutton. Ao contrário de Ridley, Sutton é mais alto, forte e capaz de fazer recepções contestadas, porém deixa a desejar quando o assunto é velocidade e separação. À primeira vista, seu estilo de jogo lembra muito o do próprio Dez Bryant. Como um dos maiores problemas dos Cowboys em 2017 era a falta de sintonia entre Prescott e Bryant, faz sentido questionar se tem lógica trazer um clone do antigo recebedor para o ataque. É como ter um carro que você não consegue dirigir, o vender e usar o dinheiro para comprar outro igual, só que mais novo. Seja como for, Sutton é uma das opções.

Por fim, fechando a lista de possibilidades para Dallas na primeira rodada temos D.J. Moore. O jovem ex-Maryland é veloz, atlético e pode ser uma boa arma após a recepção. O ponto é que Moore parece fadado ao posto de slot receiver na NFL, sendo que os Cowboys já contam com Cole Beasley e o segundanista Ryan Switzer para cumprir esse papel – Switzer, aliás, tem boas chances de ser o futuro na posição. Deste modo, seria mais interessante buscar um wide receiver “tradicional” no Draft.

Qualquer nome além desses três seria uma bela surpresa e um baita reach de Dallas. A partir da segunda rodada, as opções mais interessantes passam a ser D.J. Chark, James Washington e Christian Kirk (outro jogador de slot).

Defensores também devem estar no radar

Talvez a corrida por wide receivers realmente ocorra ou talvez a franquia simplesmente não queria investir na posição tão cedo. Neste caso, reforços para a defesa seriam bem-vindos, afinal não é de hoje que o coordenador Rod Marinelli vem tirando leite de pedra com um grupo não muito talentoso.

Aprimorar o miolo da linha defensiva é uma necessidade. Por sorte, na maioria das simulações os três melhores defensive tackles (Vita Vea, Da’Ron Payne e Maurice Hurst) estão saindo por volta da metade do Draft, ou seja, na região onde Dallas escolherá. Vea e Payne são tackles mais tradicionais, focados sobretudo no combate ao jogo terrestre, enquanto Hurst tem valor também como pass rusher – o que pesa contra é o seu problema cardíaco. Enfim, mesmo com características diferentes, os três podem ser úteis aos Cowboys.

Outra alternativa é buscar um novo linebacker. Anthony Hitchens, titular em boa parte dos últimos quatro anos, foi embora na Free Agency e Sean Lee não durará para sempre. Roquan Smith é o nome dos sonhos, porém de jeito nenhum ele cairá até a 19ª posição. As opções mais viáveis neste ponto do Draft são Rashaan Evans e Leighton Vander Esch. Ambos são linebackers voluntariosos com força e velocidade para patrulhar de sideline à sideline.

Correndo por fora: Linha Ofensiva

Haja vista a tragédia que foi a proteção dos Cowboys em alguns momentos da temporada passada (lembra quando Adrian Clayborn sackou Dak Prescott seis vezes na mesma partida?), não dá para descartar a chegada de um novo jogador de linha ofensiva, embora pareça um tanto improvável. Jerry Jones, aliás, ama draftar offensive linemen na primeira rodada – foram três de 2011 para cá.

O ideal seria um novo right tackle, porque isso faria com que La’el Collins deixasse de ser improvisado na posição e voltasse a ser guard, contudo isso pode ser endereçado em rodadas mais baixas, já que Mike McGlinchey é o único tackle digno de ser selecionado na primeira rodada e seu encaixe natural é no lado esquerdo da linha. Resta então a própria posição de guard. Com a 19ª pick, Dallas possivelmente seria capaz de escolher entre Isaiah Wynn e Will Hernandez. Ambos melhorariam a proteção de Prescott, além do bônus de ajudar o ataque terrestre comandado por Ezekiel Elliott.

As chegadas de Cameron Fleming e Marcus Martin na Free Agency ajudam a dar mais profundidade no setor, porém nenhum dos dois é a solução para os problemas vistos em 2017. Como já dissemos, um offensive lineman na primeira rodada parece improvável, sobretudo pela maior carência de Dallas em outras posições, mas não é uma possibilidade a ser completamente descartada.

O Draft ocorre nos dias 26, 27 e 28 de abril em Dallas, TX. Para o Brasil, o evento tem transmissão da ESPN + na quinta (1ª rodada, 21h) e sexta (2ª e 3ª rodada).

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