Quando o quarterback Tony Romo sofreu uma fratura de vértebra, ainda na terceira semana da pré-temporada, imaginou-se que o 2016 do Dallas Cowboys poderia estar indo por água abaixo mesmo antes dos jogos começarem. Afinal, seu reserva imediato era um calouro selecionado na quinta rodada do draft. E no ano passado com titulares esse foi o rumo de Dallas.
Ainda que Dak Prescott estivesse jogando muito bem nas partidas de pré-temporada, era difícil esperar do quarterback uma performance de alto nível.
Pois Prescott vem sendo um dos melhores quarterbacks de toda a NFL até agora. Jogando com segurança e eficiência, sabendo utilizar os bons recursos de sua equipe, particularmente com relação ao jogo terrestre e à proteção da linha ofensiva, o quarterback vem, inclusive, gerando dúvidas sobre o retorno de Tony Romo. Romo, que deve estar disponível para retorna à equipe na semana 8, ou seja, daqui a duas rodadas, supostamente retomaria de imediato a posição de titular. Com as ótimas atuações de Dak Prescott e de todo o ataque de Dallas, já há vozes que questionam se a titularidade não deveria permanecer com o calouro.
Hoje, aqui no Pro Football, falaremos sobre as vantagens e desvantagens de cada quarterback nesta “disputa extraoficial” entre Tony Romo e Dak Prescott pela posição de titular do Dallas Cowboys.
Tony Romo, o experiente
O veterano quarterback dos Cowboys, já com 36 anos de idade, percorreu um longo caminho para chegar onde está. Romo não foi selecionado no draft, tendo assinado um contrato de free agent com os Cowboys. Em suas primeiras temporadas, conseguiu manter um lugar no elenco da equipe, primeiro como terceiro quarterback, depois como reserva imediato de Drew Bledsoe. Durante a temporada de 2006, Romo ganhou a posição de titular que ocupa até hoje. Quer dizer, menos quando está machucado, o que não tem sido tão raro assim nos últimos anos.
Prós
Tony Romo é um excelente quarterback. Com ótimo movimento no pocket, boa precisão e força no braço, Romo tem se mantido como um dos melhores quarterbacks da liga nos últimos 10 anos. A experiência de Tony Romo o credencia também a ser um bom líder dentro de campo, sabendo lidar com diversas situações e diferentes estratégias defensivas. Romo apresenta bons números quando pressionado, apesar de uma tendência a correr riscos excessivos. O quarterback jogou muitos anos com linhas ofensivas e corpo de recebedores fracos. Ainda não foi possível ver Tony Romo jogando consistentemente atrás da grande linha ofensiva de Dallas devido a suas repetidas contusões nos últimos dois anos. O quarterback poderia elevar ainda mais seu nível de performance com um elenco ofensivo de qualidade como o de Dallas.
Contras
Um quarterback veterano, com amplo histórico de contusões… Até quando o corpo de Tony Romo aguenta? O impacto de repetidas lesões nos ombros e costas pode interferir com mecânica de passes e com a movimentação no pocket do quarterback. Além disso, Romo tornou-se “famoso” por erros graves em horas decisivas. Isto acaba se relacionando à sua tendência de arriscar quando pressionado. Muitas vezes, a recompensa é elevada, mas quando dá errado, o desastre costuma ser grande. É fácil lembrar de interceptações cruciais lançadas por Romo, ou do erro como holder em sua primeira partida de playoff, que custou a vitória à sua equipe. Outro possível ponto negativo é que a insistência em Romo com quarterback titular pode atrapalhar o desenvolvimento futuro de Dak Prescott.
Dak Prescott, a novidade
E Dak Prescott? De onde veio o quarterback que ameaça o emprego de Tony Romo? Dak Prescott jogou futebol universitário em Mississippi State, sendo selecionado pelos Cowboys na quinta rodada do draft em 2016. Prescott “caiu” no draft por dúvidas com relação à sua capacidade de se adaptar ao jogo profissional. Além disso, Prescott foi acusado (e depois do draft inocentado) de dirigir embriagado, o que pode ter contribuído para sua queda até a quinta rodada.
Prós
Em seus primeiros cinco jogos na NFL, Dak Prescott tem números espetaculares: 69% de passes completos, com mais de 1200 jardas, 4 passes para touchdown e nenhuma interceptação. Aliás, com mais 7 passes lançados sem nenhuma interceptação, Dak ultrapassará a marca de Tom Brady de maior número de passes antes na primeira interceptação da carreira. Prescott mostra muita maturidade e tranquilidade no pocket, tendo números excelentes em jogadas em que não sofre pressão. Nestas situações, Prescott tem a melhor porcentagem de passes completos da liga (76%). Além disso, Dak, com sua capacidade atlética, adiciona mais uma possibilidade ao fortíssimo jogo terrestre de Dallas.
Contras
Sempre que um quarterback inexperiente apresenta sucesso na NFL, traz junto a pergunta: quanto tempo vai levar para que as defesas se adaptem? Conforme aumentam as imagens do jogo de Prescott no nível profissional, os coordenadores defensivos podem desenvolver estratégias mais efetivas para anular o quarterback. Outro fator importante é que, até o momento, não vimos Dak Prescott sob um pass rush agressivo. Frequentemente, quarterbacks novatos sofrem com as blitzes. A linha ofensiva de Dallas é, possivelmente, a melhor da NFL. Em caso de oscilação na performance da linha ofensiva, ainda é incerto que impacto ocorreria na atuação de Prescott.
O escolhido?
A cada dia que passa, com Dak Prescott comandando com maestria o ataque dos Cowboys, mais dúvidas surgem sobre o que acontecerá com a posição de quarterback quando Tony Romo estiver apto a retornar, daqui a duas ou três semanas. Prescott tem sido, sem dúvida, um dos melhores quarterbacks da NFL em 2016. É difícil colocar no banco um jogador com esta performance. É provável que os Cowboys estendam ao máximo o tempo até o retorno de Romo, jogando a difícil decisão mais para a frente.
Mesmo com as atuações de Dak Prescott, a melhor opção para Dallas ainda é retorno de Tony Romo à posição de titular. Romo tem o talento e a experiência para comandar a equipe nos momentos decisivos da temporada. Além disso, como já ressaltamos acima, Romo nunca teve, em seu período como titular dos Cowboys, um elenco tão talentoso quanto o atual, particularmente na linha ofensiva. Ainda que essa decisão não seja nada fácil, o melhor para os Cowboys nesse momento, é voltar com Romo, com a tranquilidade de saber que a equipe já conta com seu quarterback do futuro. Nos playoffs, essa experiência pode ser o fiel da balança.
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