Em 2010, Messi conquistava seu segundo prêmio de melhor do mundo, a Espanha levantava finalmente a Copa do Mundo em meio ao som das vuvuzelas, Patrick Mahomes ainda nem havia entrado no ensino médio, e Toy Story 3 era o filme mais assistido do ano. Esse foi o último ano em que o New York Jets se classificou para os playoffs da NFL. Desde então, más decisões, trocas constantes de quarterback e um pouco de azar condenaram a franquia ao status de equipe há mais tempo fora da pós-temporada. A esperança era quebrar essa seca em 2023, mas a lesão de Aaron Rodgers adiou esse sonho, aumentando ainda mais a pressão para 2024: agora é tudo ou nada.
Só faltava você
Como já cantavam Adryana & A Rapaziada: só faltava você, Aaron. Sim, a adição dos offensive tackles nesta offseason—Morgan Moses, Tyron Smith e Olu Fashanu—é relevante, e trazer Mike Williams oferece maior variação ao jogo aéreo, mas nada disso chega perto do impacto que Aaron Rodgers pode trazer. É verdade, ele já tem 40 anos e está voltando de uma lesão no tendão de Aquiles, mas estamos falando de um quarterback com quatro títulos de MVP e que figura entre os 10 melhores da história da NFL. Um Rodgers mediano ainda é superior ao auge de 75% dos quarterbacks titulares da liga. Basta observar sua carreira.
Sobre a lesão, vale lembrar que Dan Marino sofreu a mesma em 1993 e, no ano seguinte, voltou lançando para 30 touchdowns e mais de 4400 jardas. E estamos falando de uma época em que a medicina esportiva era muito menos avançada. Embora qualquer lesão seja preocupante, a de Rodgers parece estar sendo exagerada. Para ser sincero, isso soa mais como medo do que ele pode fazer do que uma preocupação genuína: “vou acreditar que ele está acabado, assim me preocupo menos”.
A linha ofensiva é sólida, Garrett Wilson já demonstrou seu talento jogando com Zach Wilson—o que por si só deveria ser objeto de estudo—e Breece Hall é um dos melhores running backs da liga, pronto para se tornar uma estrela. As peças estão todas no lugar para que esse ataque seja produtivo. Vai acontecer? Não tenho uma bola de cristal, mas o cenário é otimista e as evidências indicam que sim.
Elite
É incrível como as narrativas influenciam a NFL, lembrando-nos de que o futebol americano não pode ser analisado apenas por números frios, descontextualizados. Se olharmos os rankings da defesa dos Jets em 2023, vemos uma unidade boa, 12ª em pontos sofridos, mas nada espetacular. Puro engano: essa defesa enfrentou desafios imensos devido à ineficácia do ataque. Dos pontos sofridos, 27% vieram em campanhas após turnovers ofensivos, e 20% das vezes que os adversários pontuaram, começaram já no campo de ataque.
Robert Saleh montou uma defesa capaz de pressionar o quarterback e capitalizar em cima disso: a média de jardas aéreas permitidas na temporada passada foi de apenas 170 por jogo, a segunda melhor da NFL. Com jovens estrelas como Quinnen Williams e Sauce Gardner formando a espinha dorsal, a rotação funciona, mesmo que algumas peças sejam trocadas. Basta o ataque colaborar um pouco, e o potencial para a melhor defesa da temporada está garantido.
E se não der certo?
Simples: Robert Saleh será demitido, Joe Douglas possivelmente também, e uma nova novela sobre Aaron Rodgers se iniciará. É vencer ou vencer: qualquer coisa que não seja playoffs será considerado um fracasso.
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