Amigos, vamos ser francos: o casamento entre Mike Tomlin e o Pittsburgh Steelers chegou ao ponto de estagnação total. É aquele relacionamento longo onde ninguém trai, ninguém briga feio, mas a paixão e a capacidade de evoluir simplesmente sumiram. Depois de 17 anos, é hora de encarar a realidade: Tomlin precisa de novos ares, e os Steelers precisam de uma sacudida que só uma nova liderança pode dar.
Pra começar, vamos dar o crédito que é dele, e nisso ninguém tasca: Mike Tomlin é um técnico histórico. Um monstro na gestão de pessoas. Ele pegou vestiários explosivos, cheios de ego — e sim, estamos falando de você, Antonio Brown em modo diva — e manteve a coisa toda nos trilhos. A capacidade de ser a figura de autoridade mas, ao mesmo tempo, o cara que o time respeita, é de elite. E tem o recorde imortal: em 17 temporadas, Tomlin jamais teve uma campanha negativa. Jamais. Isso é surreal na NFL, uma liga feita para a paridade. Se você pegar o Hall da Fama e procurar quem fez isso, a lista é curtíssima.
Só que é aí que mora o problema. Esse recorde de “nunca ter uma temporada perdedora” virou a armadilha da mediocridade. A consistência dele não é mais sinônimo de excelência, mas sim de um teto de vidro. É o famoso “Tomlin 9-8” ou “10-7” que garante o time na zona de briga, mas nunca, jamais, na elite de verdade. Ele nos ensinou a não cair, mas também nos desensinou a voar. Para onde você olha, a história recente dos Steelers mostra que a fórmula pifou. O ataque, desde 2020, é uma vergonha. Não tem outro nome. Não tem força, não tem ritmo, não tem inventividade tática. Estamos falando de um ataque que vive raspando o fundo do poço da liga em jardas e pontos.
Na missão de achar um substituto para Big Ben Roethlisberger, Tomlin e o front office falharam miseravelmente. Seja no Draft, seja desenvolvendo os caras que estão lá, ninguém conseguiu injetar vida nova na posição mais importante do esporte. O time joga o tempo todo com o freio de mão puxado, e isso é reflexo direto da inércia tática que se instalou na franquia.
E a defesa? Meu Deus, a defesa. É a mais cara da NFL! O time gasta uma fortuna em cap space e escolhas de draft para montar um muro impenetrável. E o que a gente vê? Uma defesa que não justifica o investimento. Simples assim. O custo-benefício está péssimo, e isso também recai sobre a responsabilidade de Tomlin de extrair o máximo desse talento caríssimo.
Playoffs não é lugar de passeio
Mas o que realmente dói e sela a necessidade do rompimento é o desempenho na pós-temporada. São cinco derrotas consecutivas nos playoffs. Pior: nas últimas quatro, o time sequer competiu. Foi um verdadeiro vexame, com o time sendo atropelado desde o primeiro quarto. O que adianta ser o coach da temporada regular se, na hora H, quando o nível sobe, o time parece desorganizado e despreparado? A régua para um técnico que almeja o Super Bowl é a pós-temporada, e Tomlin não tem passado no teste nos últimos anos.
Vamos botar a real: Mike Tomlin é um baita técnico. Mas ele e os Steelers se tornaram tóxicos um para o outro. Ele está esgotado da cultura do “quase”, e a franquia está esgotada de não dar o passo final.
Liberdade para os dois
A saída dele não é um castigo, é uma libertação para ambos. Olhe o exemplo perfeito: Andy Reid. Ele saiu dos Eagles após um ciclo de sucesso que estagnou e se tornou uma lenda no Kansas City Chiefs, ganhando vários Super Bowls. E os Eagles? Eles também se reergueram, mudaram a cara do time, ganharam dois Super Bowls e bateram na porta de outro. É o cenário ideal de “separação que dá certo” pros dois lados.
Tomlin vai ser disputado por qualquer time que o Steelers o liberar. Ele vai recomeçar do zero, com energia renovada, e provavelmente vai ter a chance de ganhar outro anel. E os Steelers, finalmente, terão a chance de trazer um líder com sangue novo, com uma filosofia ofensiva moderna, que não esteja preso ao DNA da era Big Ben.
É um fim de ciclo doloroso, mas urgente. Para voltarem a ser relevantes de verdade, não basta mais o “nunca perder”. Os Steelers precisam de um técnico que os ensine a vencer de novo no nível mais alto. E esse, infelizmente, não é mais o Mike Tomlin em Pittsburgh.
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