Com Howie Roseman, não tem enrolação: o general manager do Philadelphia Eagles não quis saber de novela e renovou com seu franchise quarterback. Jalen Hurts recebeu uma extensão contratual de 5 anos, com valor total de US$ 255 milhões, uma média de 51, o que torna o camisa 1 o jogador mais bem pago da história. Desses, aproximadamente US$ 180 milhões são garantidos, algo que dá em torno de 70% do contrato. Além disso, pela primeira vez na história da franquia um jogador terá a “no-trade clause”: Hurts pode vetar ser trocado se quiser.
É uma prova de confiança da diretoria no seu quarterback imensa. Com apenas duas temporadas como titular, Hurts já se torna o jogador mais bem pago da liga e ainda recebe a cláusula de vetar trocas. Contudo, não deixa de ser uma decisão inteligente da direção. Nomes como Joe Burrow, Lamar Jackson e Justin Herbert ainda estão em seus contratos de calouro e esperar a extensão de qualquer um deles poderia elevar ainda mais o valor que Hurts exigiria.
É mais que o campo
Um ponto que precisa ser levado em conta não é apenas o que Hurts fez dentro das 4 linhas. Claro que ele não é o único responsável, mas é sem sombra de dúvidas um dos principais por pacificar o vestiário, antes atribulado e tenso. Carson Wentz, seu antecessor, deixou um clima ruim, com seu temperamento forte e constantes discussões com a comissão técnica. Isso afeta a cultura do time e quando Roseman viu que com Hurts a situação é oposta, a causa do camisa 1 ganhou força.
Jalen é um líder por exemplo, daqueles que dá duro sempre. Foi assim durante toda sua carreira, onde enfrentou adversidades. Em Alabama, onde era titular, perdeu a posição numa final de campeonato para Tua Tagovailoa e deu a volta por cima jogando por Oklahoma. Escolha de segunda rodada, não era visto como um franchise quarterback por muitos – inclusive por este que vos escreve – e novamente contrariou as expectativas. Todos falam de Hurts como um líder, alguém que as pessoas querem seguir.
Existem fatores no futebol americano que nenhuma estatística é capaz de medir. Inspirar e liderar são dois deles e isso é vital quando se é o franchise quarterback. Hurts tem as duas de sobra e os Eagles sabem disso.
A situação de Lamar se complica
Curioso como o xadrez da NFL é interessante: uma peça se move numa franquia e afeta todo restante do tabuleiro. Com essa renovação de Hurts não é diferente e um jogador em especial deve sentir os efeitos: Lamar Jackson. O ponto-chave é o dinheiro garantindo, onde o quarterback dos Eagles ficou longe dos 100%, deixando a luta de Lamar por um acordo em que todo o dinheiro fosse garantido. Assim, ele fica cada vez mais isolado, visto que não recebeu ofertas desse tipo.
É também um recado dos donos de times e general managers, deixando evidente que o acordo do Cleveland Browns com Deshaun Watson foi uma exceção e que não vai se tornar algo corriqueiro na liga. Agora cabe a Jackson recuar e aceitar jogar sob outras condições. O primeiro passo é deixar as franquias cientes que está disposto a negociar em outros termos. Como Lamar não tem agente, essa comunicação é mais complexa e pode demorar mais. Vem mais novela aí, mas Jackson cada vez mais perde força no Ibope.
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