Dessa vez nem mesmo Russell Wilson conseguiu mascarar os problemas do Seattle Seahawks. Embora ainda falte duas semanas para o fim da temporada regular, a franquia não tem mais chances de se classificar aos playoffs e já está consolidada como a lanterna da NFC West em 2021. Em um total clima de fim de festa, a expectativa é de mudanças consideráveis na próxima intertemporada.
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Quais eram as expectativas do torcedor para 2021: Os fãs de Seattle estão entre os mais empolgados tanto nas arquibancadas quanto nas redes sociais. Com Russell Wilson under center, a expectativa era de outro ano competindo por título divisional e playoffs, embora praticamente todo mundo reconhecesse que, no geral, o plantel era inferior em nível de talento ao elenco de outros times da Conferência Nacional e até dos concorrentes da própria NFC West.
Quais eram as nossas expectativas para 2021: Nossa opinião não era muito diferente dos torcedores. Conforme mostra nossa prévia da temporada, nós imaginávamos os Seahawks podendo ir razoavelmente longe na temporada se Wilson continuasse jogando como MVP, no entanto também apontamos as várias fragilidades do grupo, as quais comprometeriam a equipe em um eventual mata-mata diante de adversários mais qualificados – o que, diga-se de passagem, foi o desfecho de 2019 e 2020.
O que aconteceu: Ao escreverem suas prévias da temporada, alguns sites colocam três cenários possíveis para as franquias: sonho, mais provável e pesadelo. O cenário de Seattle em 2021, no caso, é o de pesadelo. Por exemplo, a lesão no dedo sofrida por Wilson logo na semana 5 foi a pá de cal nas ambições de um time que já não vinha mostrando muito mesmo com o seu franchise quarterback.
Tivemos, então, uma breve experiência Geno Smith até o titular retornar milagrosamente em metade do tempo estimado de recuperação. O esforço sobre-humano do signal caller, contudo, não valeu de nada, pois o ataque pareceu ainda pior com ele longe das condições físicas ideais. Nessa altura do ano, a campanha era 3-8 e tudo já havia ido para o espaço.
Lesão de Wilson à parte, os Seahawks não têm muito a reclamar da sorte. Tudo mais o que deu errado já era previsto: o pass rush da equipe continuou pedestre, sendo apenas o 21º melhor em Pass Rush Win Rate, o 6º pior em porcentagem de pressões (21,6%) e o 8º pior em total de sacks (29); a secundária, simbolizada por um péssimo conjunto de cornerbacks, segue uma máquina de jardas aéreas cedidas por partida (271, 2ª pior marca da liga), embora a franquia surpreendentemente permita poucos por jogo (20,5).
Nem mesmo a ideia de voltar a ser um ataque fortemente terrestre deu certo. A mediocridade de talento na linha ofensiva e entre os substitutos de Chris Carson (Alex Collins, DeeJay Dallas e Rashaad Penny) minaram o plano, fazendo o time ser apenas medíocre correndo com a bola. No final das contas, Seattle não conseguiu ser consistente pelo ar ou pelo chão e em nenhum lado da bola.
Há esperança para 2022? Pela primeira vez os Seahawks perderam 10 jogos e terminaram na lanterna da NFC West sob o comando de Pete Carroll. Tal dado mostra a consistência do trabalho feito pelo head coach na última década e também como 2021 foi um ponto fora da curva, pelo menos em termos de resultados. Agora, ainda que nada mude pensando em 2022, dá para as coisas voltarem a ser parecidas a 2019 e 2020? Provavelmente sim e isso seria uma melhora, mas com certeza não é o que Seattle precisa ou deveria almejar.
