Falcons, enfim, rumam para voos maiores

A ousadia na última temporada colheu os frutos em Atlanta. Finalmente, a equipe deixou de lado o caminho de decepções e cresce no momento mais importante da temporada.

Enfim, um ano diferente? Quando se trata do Atlanta Falcons, sempre é cedo para dizer; afinal, nunca se sabe qual a próxima bizarrice que pode acontecer com esse time. No entanto, neste ano parece que será impossível estragar a festa. Finalmente, chegou a hora da franquia traçar novos voos.

Há anos falamos que Atlanta precisava retomar sua veia competitiva. As últimas seis temporadas, contudo, foram de campanhas negativas decepcionantes. A franquia até montava bons times, mas não convertia os resultados em campo. Em 2024, é diferente. A troca de treinador funcionou, há um bom quarterback comandando o ataque e há uma identidade clara mesmo nas derrotas.

Com vantagem no confronto direto contra o Tampa Bay Buccaneers após ter vencido os dois confrontos, Atlanta abriu três jogos de vantagem na NFC South, encaminhando a divisão (92% de chance de conquistá-la pelo modelo do The Athletic/The New York Times) e a consequente vaga na pós-temporada. Mais do que isso, contudo, os Falcons dão sinais de que, realmente, reverteram os anos de tragédia. É um time rumando aos altos picos.

Sendo ousados (até demais). Aleluia 

Para sair do marasmo, os Falcons precisavam pensar diferente. Antes do início da temporada, havia temores se isso realmente aconteceria. Arthur Blank, dono da equipe, é muito amigo de Bill Belichick e os rumores sobre a contratação do treinador foram intensos. Brincar de previsão não nos levará a lugar algum, mas é possível afirmar um fato: se ele fosse o comandante, Atlanta não iria para a modernidade necessária. Mudaram os rumos e escolheram Raheem Morris, no que vem se provando um grande acerto.

O mesmo serviu para a posição mais importante do jogo. Trazer Kirk Cousins foi um tiro certeiro; um quarterback experiente, com alto nível de atuação recente e que cairia como uma luva no sistema de Zac Robinson – oriundo da árvore de Sean McVay, a mesma de Kevin O’Connell, treinador do Minnesota Vikings. Ao mesmo tempo, porém, foram ousados até demais, selecionando Michael Penix com a oitava escolha geral do último Draft. Poderia ser custoso para a temporada, afinal, Atlanta deixou de usar uma escolha valiosa para reforçar outras pendências do elenco.

Felizmente, não foi o caso.

Hoje, os Falcons são um time com cara própria, competitivos e que colhem os frutos de pensarem diferente. Um ataque moderno, adaptado ao seu quarterback e uma defesa que, se ainda tem dificuldades, ao menos vem melhorando sob a batuta de seu treinador. Apostar no diferente vem colhendo os frutos e a tendência é exponencialmente positiva.

Crescendo no momento mais importante 

Começar a temporada bem é importante. Crescer no momento que os playoffs estão se aproximando é fundamental. Os Falcons venceram cinco dos últimos seis jogos, possuem um ataque afiado e possuem grandes jogadores que podem mudar o rumo das partidas.

A parte ofensiva é a que mais me encanta. Você tem Cousins em um sistema que lhe apetece, protegido por uma ótima linha ofensiva, com um jogo terrestre eficiente e bom grupo de recebedores. É um grupo ofensivo coeso e completo. Você tem estrelas como Bijan Robinson e Drake London, jogadores eficientes e seguros em Darnell Mooney e Kyle Pitts, bons complementos em Ray-Ray McCloud e Tyler Allgeier. Profundidade, explosividade e talento, operado por um ótimo quarterback. É um grupo que te ataca em todas as frentes.

Sim, eu sei que ainda há o buraco defensivo no pass rush. A contratação de Matt Judon não trouxe o resultado esperado e a dificuldade em pressionar o quarterback custará caro nos playoffs se não houver alternativas – hoje, os Falcons são a terceira pior equipe pressionando o quarterback (16,7%) e a última em sacks (9). Ainda assim, a secundária tem três grandes jogadores (A. J. Terrell, Jessie Bates III e Justin Simmons) que conseguem criar turnovers pelo ar, minimizando este impacto. Além disso, Morris é uma mente defensiva provada e que tem capacidade de encontrar alternativas. A ver qual será o resultado na reta final.

Ao observar o que escrevi acima, é possível que você pense que estou muito otimista. Sim, estou. Sei que Atlanta se acostumou a decepcionar seus torcedores em inúmeras oportunidades, entretanto, após muitos anos, esse time construiu bases sólidas, possui um núcleo de ótimos jogadores e um ataque que pode bater em qualquer defesa.

Hoje, posso dizer que os Falcons rumam a voos maiores. Talvez não nesta temporada, justamente pela dificuldade no pass rush que é crucial nos embates de pós-temporada. A franquia, no entanto, estabeleceu um bom rumo e parte para ser uma bela competidora na NFC. É uma das histórias mais empolgantes da segunda metade da temporada.

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