Chegou ao fim a novela da renovação de Dak Prescott com o Dallas Cowboys. Digna de um dramalhão mexicano que se estende por anos, o quarterback e a franquia finalmente chegaram a um acordo: 4 anos, totalizando US$ 160 milhões. Destes, US$ 126 milhões são garantidos, sendo que Dak já recebeu 66 destes como bônus de assinatura. Com este contrato, ele passa a ser o segundo jogador mais bem pago em salários médios e recebe o maior bônus de assinatura da história da NFL. Nada mal.
Dallas acaba também tirando um problema de suas costas, não deixando o jogador chegar ao mercado, onde teria propostas agressivas como essa. As tratativas deste acordo vem se estendendo desde antes da temporada de 2019, quando a expectativa de mercado girava em US$ 30 milhões de média anual. Como os Cowboys foram postergando a situação, nomes como Patrick Mahomes e Deshaun Watson tiveram seus contratos renovados no período, dando novos parâmetros. O mercado da NFL funciona assim: o próximo quarterback de elite a renovar, sempre quererá mais e deve conseguir.
Dentro de campo, Dak faz diferença
Existem algumas falácias ao redor do desempenho de Dak Prescott, em especial sobre o fato de ele ter vencido apenas um jogo de playoffs até hoje. Talvez esse seja o clichê mais clássico da NFL e com argumentação mais vazia, visto que o jogo é coletivo. São inúmeros exemplos de quarterbacks Hall da Fama que foram vencer sua primeira partida de pós-temporada após uma sequência de infortúnios. Apenas para citar um, Peyton Manning: o lendário camisa 18 só triunfou após perder três partidas nos primeiros anos.
O ataque do Dallas Cowboys era um dos melhores em 2020 enquanto Dak esteve em campo, com uma média 32 pontos por jogos. Após sua saída, esse número caiu para 21. Desde sua chegada na NFL em 2016, quando foi selecionado na quarta rodada do Draft e tomou a vaga de Tony Romo, o quarterback dos Cowboys está no top-10 de praticamente todos os quesitos importantes: procure por passes para touchdown, passes completos, viradas, jardas aéreas por passe e você sempre encontrará Dak Prescott dentre os 10 melhores do período. Vale lembrar, o rating de Dak na carreira é o mesmo rating de Deshaun Watson.
O contrato terá impacto em toda liga
É evidente que um acordo deste patamar mexe com a situação do cap space de qualquer franquia. Porém, a forma como foi costurado ajuda bastante o Dallas Cowboys para 2021 e 2022: Prescott terá peso de US$ 22 e 33 milhões nos próximos anos respectivamente, o que não deve afetar a folha de forma tão significativa. A ideia é que até 2023, quando custará US$ 44 milhões, o espaço na folha salarial seja bem maior e não obrigue a franquia a ter que se livrar de peças importantes. Vale lembrar que Dallas tem importantes buracos a sanar neste ano, em especial na secundária, além de peças que serão agentes livres em 2022: Michael Gallup e Connor Williams são jogadores que ficarão sem contrato.
No restante da NFL, este contrato também terá seus efeitos. Afinal, a já citada regra do próximo quarterback a renovar querendo ganhar mais segue em vigor. Pensando nisso, alguns agentes devem ter enchido os olhos de cifrões ao verem os valores conseguidos por Dak. Dois nomes em especial chamam atenção: Josh Allen (Buffalo Bills) e Lamar Jackson (Baltimore Ravens). O primeiro explodiu em sua terceira temporada, chegando a estar em alguns momentos na briga pelo MVP da temporada. Já Jackson não foi tão bem em 2020, mas foi eleito o jogador mais valioso de 2019 de forma unânime e com certeza não aceitará um contrato baixo para seguir em Baltimore no futuro.
É bom os general managers destes times abrirem a carteira logo: os Cowboys provaram que postergar a renovação de seu franchise quarterback acaba custando caro.
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