Mesmo que o jogo possa parecer ter apenas um apelo regional, essa é uma visão que transparece apenas a olho nu. De perto, podemos ver que há uma enormidade de histórias neste jogo. Para começar, um duelo entre aprendiz e mestre.
- O que: Final do College Football Playoff
- Quem? Georgia Bulldogs x Alabama Crimson Tide
- Quando? Segunda, 23h
- Onde? Mercedes-Benz Stadium, Atlanta.
- TV? ESPN, a partir das 23:15. Antes, 22:15, tem ESPN League como pré-jogo
Tal como acontece com Bill Belichick na NFL, Nick Saban viu diversos assistentes saindo de sua asa apenas para perderem partidas contra ele depois. No caso de Saban, treinador de Alabama, são 11 vitórias e nenhuma derrota. Seu grande nêmesis é justamente o oponente da 12ª partida: Kirby Smart é quase um clone de Saban. Coordenador Defensivo em Alabama de 2008 a 2015, Smart foi contratado por Georgia justamente para emular o sucesso de seu tutor – só que mais ao leste. Deu certo. Georgia foi campeã da SEC. Alabama? Sequer jogou a final.
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Talvez essa seja a segunda história que todos ficarão de olho. Ao ter apenas uma derrota no calendário – e contra Auburn, rival histórica que acabou ficando com o vice da SEC em derrota para Georgia – a equipe da Crimson Tide levanta sobrancelhas sobre a legitimidade de sua presença entre os quatro semifinalistas. Aos que duvidavam do merecimento, Alabama venceu Clemson com tranquilidade no Sugar Bowl – sem Deshaun Watson vestindo laranja, foi mais fácil do que se pensava.
Maluquices do college à parte, muito fruto dos 130 times que competem pelo título e não têm como jogar entre si, não resta dúvidas que Alabama é uma das melhores equipes do país. A dúvida que fica é se ela pode vencer uma versão que tem tudo para ser um clone melhorado.

Batalha de trincheiras: o duelo principal
Não resta dúvida que a partida desta segunda deve ser resolvida nas trincheiras. O front de Alabama, ano sim, ano também, é um dos melhores do país – sobretudo contra o jogo terrestre. Essa defesa terá que dominar a linha ofensiva de Georgia e, por tabela, os dois running backs dos Bulldogs. Nick Chubb e Sony Michel são explosivos se conseguem entrar em campo aberto por meio dos gaps criados pela linha ofensiva, mas será que eles estarão lá?
No final das contas, o que temos aqui? Duas defesas fantásticas e uma dupla fantástica de running backs. Dos dois lados. O confronto reside no ataque terrestre contra a defesa terrestre. Dos dois lados.
O ataque que conseguir vantagem e abrir espaço para play actions de Jalen Hurts e Jake Fromm, respectivamente os quarterbacks de Alabama e de Georgia, pode colocar um cavalo à frente rumo ao título. Mas não só. Numa partida tão parelha como esta, elementos-extras precisam aparecer. É o tipo de jogo que turnovers e time de especialistas podem decidir.
E os quarterbacks?
Num jogo tão terrestre que devemos presenciar hoje à noite, os quarterbacks também podem ser elementos que decidem. No caso de Alabama, mais com as pernas. Jalen Hurts mostrou isso nas duas últimas partidas da Crimson Tide, especialmente na semifinal contra Clemson. Se o tempo fechar para Damien Harris e Bo Scarbrough (os running backs) a capacidade de mover as correntes pode ser útil aqui.
Do outro lado, Jake Fromm é um calouro. No primeiro jogo desta temporada, virou titular por conta da lesão de Jacob Eason – e nunca mais olhou para trás. Fromm teve uma eficiência e maturidade espantosa. Mas uma coisa é jogar contra Oklahoma e sua defesa porosa. Outra, completamente diferente, é a Crimson Tide. O grande destaque de Alabama na defesa, louco para roubar a bola de Fromm por meio de interceptações, é Minkah Fitzpatrick – para mim, o melhor defensive back do Draft 2018. O segredo para Fromm será não cair em armadilhas. O problema? Nick Saban adora criá-las para quarterbacks inexperientes. Para Jake, o segredo será: arriscar, mas com maturidade.
#CollegeKickers
São 130 kickers no primeiro nível do College Football e você deve imaginar que americanos não nascem chutando a bola. Se há uma kriptonita no time de Alabama, ela há muito se responde por kicker. No caso desta temporada, Andy Pappanastos não é segurança para nem 30 jardas. É sério. Prepara a hashtag, porque hoje ela vem. Ao menos, Alabama conta com um dos melhores punters do país em JK Scott. Num jogo aguerrido como o de hoje, posição de campo pode ser importante.
Georgia é Brasil na Libertadores. Ou tipo isso. Rodrigo Blankership é um dos melhores kickers da SEC e é filho de brasileira. Será que ele pode decidir? Não duvide disso.
Prospectos para o Draft, fique de olho!
[column size=one_half position=first]ALABAMA:
Minkah Fitzpatrick (DB), #29
Alcance: Topo da primeira rodada
Calvin Ridley (WR) #3
Alcance: Topo da primeira rodada
Da’Ron Payne (NT) #94
Alcance: Primeira rodada
GEORGIA
Roquan Smith (LB), #3
Alcance: Primeira Rodada
Sony Michel (RB), #1
Alcance: 2ª/3ª rodada
Nick Chubb (RB) #27
Alcance: 2ª rodada
Sai de cima do muro, Curti, dá o palpite logo
Geralmente não gosto de dar palpites em jogos que comento, dado que muitas pessoas podem infantilmente achar que estou torcendo por um time ou outro. Aqui, vou abrir uma exceção.
Mesmo que a temporada de Georgia pareça mágica, pendo um pouco para o tabu de Saban contra seus antigos assistentes. A inexperiência de Fromm e a capacidade de criar armadilhas-turnovers de Saban pendem para Alabama. Mas, principalmente, o que me faz crer que a Crimson Tide seja favorita aqui é que sua kriptonita não está presente no outro lado do campo.
Alabama costuma sofrer contra ataques criativos, com quarterbacks playmakers – Johnny Manziel (no College!!! Esqueça NFL aqui) e Deshaun Watson são dois bons exemplos. Baker Mayfield, seria outro – mas ele está eliminado. A defesa de Bama é muito disciplinada e bem-treinada. Por isso, você precisa de muita coisa fora da curva para deixá-la atordoada. Georgia não me parece ser esse time – a menos que o jogo terrestre engate a segunda marcha e tenha 200 jardas, coisa que não acontece contra Nick Saban desde 2014.
Creio que quem ganha esse jogo é a defesa de Alabama. Limitando o jogo terrestre dos Bulldogs e colocando Fromm em situações desconfortáveis de terceira descida longa – e, assim roubando a bola.
Palpite: Alabama 27 x 24 Georgia
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