Foles deixa a Philadelphia como o maior da história dos Eagles

Números não traduzem o quão especial Nick Foles foi com os Eagles

Com a notícia de que o Philadelphia Eagles não vai utilizar a franchise tag no quarterback Nick Foles, efetivamente tornando-o um free agent, se encerrou toda e qualquer possibilidade – que só existia no imaginário dos fãs, diga-se – de que o time poderia considerar uma troca do quarterback Carson Wentz e manter Foles no elenco, já que ele foi o responsável pelo primeiro título de Super Bowl da história da franquia e também o líder da arrancada final da última temporada rumo aos playoffs.

Não deveria haver qualquer dúvida sobre qual caminho Howie Roseman seguiria nessa questão. Os Eagles trocaram um caminhão de escolhas para obterem o direito de selecionar Carson Wentz no Draft de 2016, e o time não poderia estar mais feliz com os resultados gerados a partir dessa troca. Sim, Wentz esteve machucado no Super Bowl, mas foi seu desempenho digno de MVP da temporada que impulsionou a equipe rumo ao título. Ele é e vai continuar a ser o futuro da franquia, ainda que as lesões nos últimos dois anos tenham criado uma espécie de interrogação sobre a saúde do jogador à longo prazo.

Escolher Wentz em relação à Foles era certamente o caminho mais lógico a se seguir do ponto de vista da organização. No entanto, isso de nada tira os méritos do segundo, que vai deixar o Philadelphia Eagles pela segunda vez em sua carreira com uma designação bastante importante: Foles é o maior quarterback da história do Philadelphia Eagles.

Ele nunca foi o futuro da franquia, e isso não é um problema

Selecionado no Draft de 2012 saindo de Arizona, Foles chegou ao time numa época bastante interessante. A franquia estava atrelada a um contrato de seis anos e 100 milhões de dólares para Michael Vick e vivia a febre do Dream Team, quando, após um investimento maciço na free agency da temporada anterior, a expectativa sobre o quão longe os Eagles poderiam chegar era alta.

Ainda em sua temporada de calouro, Foles teve de assumir a posição de titular perto do fim daquele ano por conta de lesões e do fato do elenco ter decepcionado com relação às altas expectativas. Ele só triunfou em um dos sete jogos dos quais foi titular, mas há de se notar o quão especial foi aquela vitória: além de ter sido a última de Andy Reid como treinador principal do Philadelphia Eagles, a partida foi vencida com um passe para touchdown na última jogada e com uma jogada que nem mesmo fazia parte do livro de jogadas dos Eagles: Foles, calouro, improvisou a chamada no huddle e conectou com Jeremy Maclin no canto da end zone ao passo que o cronômetro zerou, dando a Philadelphia a vitória.

Em 2013, com a chegada de Chip Kelly e seu ataque extremamente veloz, as inovações trazidas de Oregon pelo treinador fizeram dos Eagles o time com o ataque mais explosivo da liga naquele ano, e os números de Foles naquele ano foram impressionantes: 64% de passes completos, 2891 jardas, 27 touchdowns e apenas 2 interceptações, o que lhe rendeu um ANY/A incrível de 9.18. Em 2014, o ataque sofreu regressão e, mesmo com o record de 6-2 quando se machucou, o desempenho de Foles causou grandes questionamentos na direção da equipe; com efeito, ao final da temporada, Kelly enviou Foles para o (então) St. Louis Rams em troca de Sam Bradford, acreditando que a antiga primeira escolha geral era um jogador que melhor se adaptava ao seu sistema ofensivo do que o ex-aluno de Arizona.

E quando ele voltou, ele também não era o personagem principal

Quando retornou ao Philadelphia Eagles na free agency de 2017, até mesmo a aposentadoria já havia sido cogitada por Foles, depois de passagens por St. Louis e Kansas City. E, mesmo de volta ao time que o selecionou, ele seria ao máximo um mero reserva, já que as chaves da franquia estavam em posse de Carson Wentz.

Até que, de repente, ele se tornou a peça mais importante da equipe, quando Wentz se lesionou com gravidade e estava fora pelo resto da temporada. Ele teve performances não muito inspiradoras nos jogos restantes da temporada regular, o que criou diversas dúvidas se o time seria capaz de manter o embalo da melhor campanha da liga no mata-mata.

É justo dizer que os Eagles tiveram sorte de vencer os Falcons com uma atuação ruim de seu quarterback, mas ele foi nada menos do que fantástico contra os Vikings e ignizou a moral da equipe rumo ao Super Bowl. Exorcizar o fantasma da falta de um anel em uma das mais antigas organizações da NFL não seria fácil, já que do outro lado estavam os Patriots, que, inclusive, já haviam batido os Eagles em um Super Bowl.

A Philly Special é indubitavelmente a maior jogada da história do Philadelphia Eagles. É a epítome de uma temporada que teve todos os ingredientes especiais necessários para quebrar a maldição de 58 anos sem título da franquia. Quarta descida, Super Bowl, contra um time que esteve presente na final em quatro das últimas cinco edições. É a hora perfeita para uma trick play? Foi.

Até mesmo em 2018, quando Foles assumiu novamente no lugar de Wentz por conta de lesão, sua mágica impulsionou a equipe a uma classificação bastante improvável aos playoffs e uma vitória fora de casa contra um embalado Chicago Bears. Contra o fortíssimo New Orleans Saints, que bateu o Philadelphia Eagles por uma diferença abismal de 41 pontos na temporada regular e era o dono da melhor campanha da NFC, o time teve chances reais de triunfar.

Ele agora deixa a franquia para se tornar um free agent – Howie Roseman declarou que ele ‘conquistou o direito de liderar uma equipe’ -, mas não devia haver qualquer dúvida sobre qual é o maior quarterback da história do Philadelphia Eagles.

Donovan McNabb foi o titular por uma década, e apesar dos bons números e das sucessivas boas campanhas na década passada, ele nunca adquiriu uma identificação notável com a torcida. Outros nomes como Randall Cunningham na década de 80, Ron Jaworski com sete temporadas consecutivas sendo titular, Norm Van Brocklin com o título em 1960… bons, mas eles não se comparam ao que Foles fez.

Ele nunca foi o franchise quarterback da organização, e mesmo assim, Nick Foles é o maior quarterback da história do Philadelphia Eagles.

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