Fim da novela: Aaron Rodgers é dos Jets

Equipe de New York acertou os termos da troca com o Green Bay Packers e o camisa 12 agora é o novo quarterback da franquia, que espera assim competir de igual para igual com rivais da AFC

Finalmente a novela acabou: Aaron Rodgers decidiu e irá jogar pelo New York Jets na temporada de 2023. A equipe da Big Apple enviou as escolhas 13 (primeira rodada), 42, 207 deste ano e a segunda rodada de 2024, que pode ser tornar uma primeira se Rodgers jogar 65% dos snaps. Já Green Bay enviou o jogador e sua escolha 15 (primeira rodada) e a 170 deste Draft. Rodgers deve pesar US$ 15,8 milhões na folha dos Jets nessa temporada, enquanto o dinheiro preso no cap dos Packers deve ser repartido, custando US$ 15,8 em 2023 e US$ 24,4 milhões em 2024, já que a troca só deve ser processada após 1.º de junho.

É o fim de um casamento dos mais duradouros e conturbados da NFL neste século. Rodgers chegou em Green Bay como escolha de primeira rodada em 2005, passou 3 anos no banco vendo Brett Favre ameaçar se aposentar, virou titular, ganhou Super Bowl e tinha tudo para construir uma história ímpar. Após o título, 2 prêmios de MVP, mas fracassos nos playoffs foram colocados em suas costas e quando a franquia selecionou Jordan Love em 2020, parecia o fim da linha.

Rodgers venceu mais 2 MVPs, mas os Packers perderam de forma dolorida nos playoffs e a franquia ficou num dilema, com o camisa 12 ameaçando se aposentar. Depois de muita lenga-lenga, teve seu contrato renovado, se tornou o jogador mais bem pago da liga, mas teve em 2022 uma das piores temporadas da carreira. Uma verdadeira montanha-russa, que agora desembarca em New York.

A peça que faltava

Dá para dizer que tudo que os Jets precisavam para brigar por playoffs era um quarterback. Em 2022, o time mostrou evolução sob o comando de Robert Saleh, a defesa cedeu menos de 19 pontos por partida – quarta melhor marca de 2022 – e de quebra, os dois calouros do ano foram da franquia: Sauce Gardner na defesa e Garrett Wilson no ataque. Mesmo com quarterbacks mambembes como Zach Wilson, Joe Flacco e Mike White, a equipe esteve na luta pela pós-temporada até a semana 17.

Com Aaron Rodgers, o cenário fica mais promissor. Pode se questionar seu trabalho nos jogos eliminatórios, mas o camisa 12 segue sendo um quarterback bem acima da média e como ele mesmo diz, um ano ruim seu é o da vida de muitos jogadores da posição. Com um coordenador ofensivo que já o conhece – Nathaniel Hackett esteve com ele nos ótimos 2020/21 nos Packers -, não deve demorar para que ele se adapte ao sistema e seja produtivo vestindo a camisa dos Jets.

Concorrência pesada

Todavia, se engana quem pensa que Rodgers escolheu um caminho fácil. Dentro da divisão, o caldo já é bem grosso. O Buffalo Bills tem Josh Allen e uma dos melhores elencos da liga, enquanto o Miami Dolphins vem se reforçando para a segunda temporada sob o comando de Mike McDaniel. Não dá para dizer também que jogar contra uma defesa de Bill Belichick duas vezes por ano seja a coisa mais agradável para qualquer quarterback na NFL.

Fora isso, a conferência ainda reserva confrontos contra Joe Burrow, Patrick Mahomes, Trevor Lawrence…competição é o que não falta. Mais uma prova que Rodgers quer brigar com aqueles que estão no mesmo patamar dele: os grandes. Se em Green Bay as coisas não fluíram como deveriam – em especial nos playoffs -, uma mudança de ares faz bem e nada impede que o final seja diferente. Mesmo próximo dos 40 anos, Rodgers tem condições de bater de frente com qualquer e provar que o fim de sua história na liga pode ser bem menos melancólico que o atual.

Para saber mais:
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