General Manager tem última chance nos Giants

Dave Gettleman não conseguiu entregar nenhuma temporada vencedora nos três anos que esteve em New York e, se a equipe fracassar mais uma vez em se classificar para os playoffs, ele não terá outro destino a não ser a demissão

São 15 vitórias em 3 anos, um elenco caro, escolhas de Draft questionáveis e um mar de críticas. Não é fácil encontrar muita coisa positiva no New York Giants desde que Dave Gettleman assumiu o controle geral da organização, num período que a equipe não alcançou à pós-temporada nenhuma vez e que nunca parece forte o suficiente para brigar com os favoritos da Conferência Nacional.

Foi estranho ver como o general manager sobreviveu no cargo sem muitas ameaças em 2020 depois de mais um ano ruim dos Giants. Só que, além do presente não ser muito animador, o futuro da organização é ainda mais preocupante, especialmente em questões financeiras. O recado é bem simples: ou New York vai para os playoffs esse ano, ou Gettleman vai pra rua.

Construção de elenco deficitária

Os Giants estão numa situação financeira que é mais delicada do que parece. Eles não vão passar os perrengues que o New Orleans Saints e o Philadelphia Eagles passaram em março para se adequar ao teto salarial, porém, nesse momento eles têm 217 milhões de dólares já alocados na folha para o ano que vem. Mesmo considerando uma grande subida do limite de gastos, a franquia vai ficar bem apertada para fazer movimentos.

Muitos dos movimentos de Gettleman nos últimos anos foram feitos de uma forma que não só impacta o presente mas também reflete no futuro dos Giants. É bastante comum vermos general managers arriscando quando estão ameaçados de perder o cargo e, na maioria das vezes, isso não costuma ter o resultado esperado; não apenas o gerente da franquia desceu no Draft como assinou contratos de média/longa duração com free agents, como Kenny Golladay e Adoree Jackson.

Junte a essa equação o fato de que algumas decisões contratuais bem importantes vão estar nas mãos dos Giants no ano que vem, como as extensões contratuais com Saquon Barkley, Daniel Jones, Jabrill Peppers, Lorenzo Carter, Evan Engram, Will Hernandez… nem todos são superestrelas como Barkley, no entanto, eles desempenham um papel importante na equipe.

Financeiramente, é um momento complicado para New York. Fica pior ainda quando você avalia que equipes como Saints, Eagles ou até o Pittsburgh Steelers, que sofreram com o teto salarial em 2021, ao menos tiveram sucesso recente em campo e estiveram nos playoffs. Na era Gettleman, o máximo de vitórias em um único ano para os Giants foi 6. Difícil argumentar que a passagem do general manager por New York tem sido algo diferente de um fracasso.

O fator Daniel Jones

O futuro de Gettleman está totalmente atrelado ao quarterback da organização. Em 2019, a seleção de Daniel Jones na sexta escolha geral foi bastante questionada e defendida ferrenhamente pelo general manager. Passados dois anos, Jones ainda não provou em campo que a sua escolha tão alta no Draft foi justificada e ele entra no ano que pode fazer sua carreira decolar ou afundar.

É quase impossível existir um cenário no qual Gettleman permaneça na organização de 2022 em diante e Jones não – ou vice-versa. A manutenção do general manager no cargo passa pela confirmação de que ele estava correto ao apostar no produto de Duke no Draft de 2019 (e, indiretamente, passar os quarterbacks do Draft de 2018 para selecionar Saquon Barkley com a #2) e isso só vai acontecer com o passador se provando em campo. Novos regimes, lembremos, quase sempre implicam em novos quarterbacks.

Gettleman investiu dinheiro, apostou e construiu o elenco baseado na forma que ele julgava ser a certa. Bem, uma hora esses movimentos precisam dar resultado dentro de campo. Se os Giants não chegarem aos playoffs em 2021, ainda mais como membros da fraca NFC East, não haverá mais justificativas para a permanência do general manager dentro da organização.

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