Quem diria que se livrar das amarras de Dave Gettleman e Joe Judge faria bem ao New York Giants, não é mesmo? Pelo segundo ano consecutivo, o time teve um plano coeso e bem-executado durante o Draft, se reforçando muito bem baseado no seu modo de operação e reforçando ainda mais seu status como uma possível ameaça dentro da Conferência Nacional.
Somando os movimentos da offseason com o que se viu no Draft de 2023, fica muito difícil não colocar os Giants como possíveis competidores dentro da NFC. Ainda existe alguma distância para o Philadelphia Eagles, que foi o grande nêmesis na última temporada e que chegou ao Super Bowl, porém a setinha de New York continua apontando para cima depois de chegar ao Divisional Round em 2022.
Dando armas aos técnicos
Desde que a comissão técnica foi reformulada em 2022, duas coisas são muito claras: os treinadores estão tirando o máximo de cada jogador e a diretoria está dando a eles armas para que o desempenho de suas unidades fique ainda melhor. O Draft de 2023 deixou isso bem claro.
A primeira escolha do time foi o cornerback Deonte Banks, de Maryland, que casa muito bem com o esquema do coordenador defensivo Wink Martindale. Banks joga de forma extremamente agressiva e assume riscos durante suas coberturas, tal qual Martindale faz com suas chamadas defensivas desde os tempos que era coordenador defensivo do Baltimore Ravens. Com Banks, ele pode chamar press coverage e cobertura individual por diversas vezes, entendendo – assim como o jogador – que alguns riscos não darão o resultado esperado. É parte do processo.
No segundo dia, o brilhantismo continuou. John Michael Schmitz foi escolhido de modo a corrigir um problema crônico da equipe nos últimos anos: o interior da linha ofensiva. Depois de Andrew Thomas e Evan Neal nos últimos anos, adicionar Michael Schmitz dá uma base sólida para o futuro e torna muito mais fáceis as missões de Daniel Jones e Saquon Barkley. Vale lembrar que o time perdeu Jon Feliciano e Nick Gates na free agency, e o valor do center foi muito satisfatório
Por fim, a adição de Jalin Hyatt na #73 mantém a mesma pegada das outras escolhas: bom valor, suprindo a necessidade do time. Hyatt chega para ser o alvo de velocidade da equipe, esticando verticalmente as defesas e abrindo espaços na zona intermediária. Hyatt casa muito bem com a qualidade de Daniel Jones nas bolas longas e era cotado como uma escolha de topo de segunda rodada, então escolhê-lo na terceira é um achado e tanto dos Giants.
Distância na NFC East caiu
Mesmo chegando no Divisional Round na última temporada, ficou claro que os Giants ainda tinham alguns passos a dar para brigar de verdade com os três grandes pesos pesados da NFC. Com dois deles dentro da própria divisão, vai dar pra ter uma ideia exata de quão longe New York pode chegar em 2023 bem rápido; até lá, dá pra ter certeza que a distância de qualidade entre eles diminuiu.
Não foi só a excelente classe de Draft. Adições como Darren Waller e A’Shawn Robinson estabilizam pontos importantes com jogadores de qualidade e por preços não tão altos; a renovação com o excelente Dexter Lawrence também foi um ponto positivo de Schoen. Ainda é difícil apontar para esse time como um grande contender, porém, a confiança é muito maior do que há dois anos atrás, quando a franquia vivenciava a era Joe Judge e poucas coisas soavam positivas para o torcedor.
É permitido sonhar gigante.
Para saber mais:
🔒 5 jogadores que estão com emprego em risco após o Draft
🔒 Agressivos, Texans atiram (e acertam) para sair do limbo
🔒 Will Levis nos Titans: paciência e cautela para os dois lados
🔒🎙️ ProFootball +: recap do Draft das divisões North
