GIANTS PERMANECEM EM MODELO ANACRÔNICO USANDO A TAG EM WILLIAMS

Gettleman segue usando sua maneira obsoleta de valorização posicional ao colocar a franchise tag no defensor

Em mais um movimento controverso, o New York Giants colocou a franchise tag em Leonard Williams, jogador de linha defensiva. Com isso, ele receberá 16 milhões de dólares em 2020 caso não assine um novo acordo no decorrer do ano – o general manager Dave Gettleman afirmou que o intuito é conseguir uma extensão de longa duração com o atleta, que chegou nos Giants em 2019 proveniente de uma troca com o New York Jets. 

Com a aplicação da medida, os Giants acabam mandando automaticamente a sua escolha de quarta rodada do Draft de 2021 para os Jets: o acordo original previa o envio da quinta rodada, mas caso o jogador permanecesse na equipe, se tornaria uma quarta. Fora isso, os Jets já tinham recebido a escolha de terceira rodada do Draft deste ano pelo acordo. Bastante valor para um jogador que jamais chegou perto da elite da posição em seus quatro anos de liga.

POR QUE CONTROVERSO?

Simples: o salário deste ano não condiz em nada com a produção de Williams em campo. Para efeito de comparação, o jogador dos Giants terá impacto na folha salarial semelhante ao de Chris Jones (Kansas City Chiefs) e quase o dobro que o veterano Cameron Heyward (Pittsburgh Steelers). Usando apenas 2019 como parâmetro, fica clara a discrepância: ambos tiveram mais tackles que Williams e, quando se fala de pass rush, a diferença é ainda maior: enquanto o jogador do time de New York teve 0,5 sacks, os outros tiveram 9 cada.

Por que, então, pagar uma fortuna para um bom (e apenas isso) run-stopper? Fica pior quando se nota que o elenco já é bem completo na função: Dalvin Tomlinson, B.J. Hill e Dexter Lawrence tiveram performances até superiores a Williams; somados, custarão 5,5 milhões de dólares na folha salarial de 2020. Isso dá aproximadamente um terço do que será gasto nessa franchise tag. Considerando todos os problemas que o elenco tem, como a falta de um pass rusher de elite ou até mesmo de um recebedor de alto padrão, é como pegar dinheiro e jogar pelo ralo.

Vale lembrar que este não é o primeiro movimento errôneo de Gettleman em se tratando de linha defensiva: em outubro de 2018, ele enviou Damon Harrison para o Detroit Lions em troca de uma escolha de quinta rodada. Meses depois, no Draft de 2019, selecionou na primeira rodada o supracitado Lawrence, jogador de características similares: boa ocupação de espaço e contenção do jogo corrido na linha de scrimmage, mas pouca capacidade de pressionar o quarterback. É como se tivesse trocado uma escolha de quinta rodada por uma de primeira.

O QUE ISSO PODE INDICAR SOBRE O FUTURO

Os Giants tem um novo treinador para esta temporada. Joe Judge, ex-coordenador de special teams do New England Patriots, chegou com um discurso alinhado com o do seu general manager: correr bem com a bola, parar o jogo corrido e cobrir bem os chutes. É como se os Giants estivessem numa máquina do tempo, sendo transportados para o início da década de 80, onde tudo isso era fundamental para vencer – em 2020, não parece ser a melhor receita. Por mais que algumas equipes tenham se dado bem correndo com a bola, como San Francisco 49ers e Tennessee Titans, passar segue sendo a tônica da liga.

O mesmo vale no lado defensivo da bola: jogando numa divisão em que seu time enfrentará Dak Prescott e Carson Wentz duas vezes por ano, pressionar o quarterback e ter uma secundária sólida é fundamental. Claro que um corredor como Ezekiel Elliott pode te machucar pelo chão em alguns momentos, contudo, somente de jogo corrido nenhuma equipe se sustenta. Só que essa parece ser a principal preocupação do staff e da comissão técnica; some a filosofia antiga com movimentações ruins como a da franchise tag e a única indicação é de mais uma temporada conturbada e disfuncional nos Giants.

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