Guia da Semana: Reedição do último Super Bowl e duelo imperdível da NFC East no MNF

A semana 6 nos trouxe: a queda do último invicto da NFL, os Giants tirando o zero da coluna de vitórias dominando absolutamente os Broncos fora de casa, a triste contusão de Aaron Rodgers, Tampa Bay e Ryan Fitzpatrick quase virando uma partida que perdiam por 31-0 e um duelo de 90 pontos entre Saints e Lions. Ou seja, nada fora do comum considerando a insanidade que vem sendo a temporada até aqui. A novidade mesmo será o momento no qual as coisas começarem a fazer algum sentido.

Como o show não pode parar, a semana 7 já chegou voando e com ela o início do segundo terço da temporada regular. O grande destaque serão as partidas de horário nobre – esta é de longe a rodada com possivelmente os melhores primetimes do ano até aqui, conforme você verá logo abaixo.

Transmissões semana 7

Quinta, 19 de outubro

Kansas City Chiefs at Oakland Raiders| 22:30h, ESPN

Domingo, 22 de outubro

New Orleans Saints at Green Bay Packers | 15h, ESPN

Baltimore Ravens at Minnesota Vikings | 15h, ESPN +

Cincinnati Bengals at Pittsburgh Steelers | 18:25h, ESPN

Denver Broncos at Los Angeles Chargers | 18:25h, ESPN Extra

Atlanta Falcons at New England Patriots | 22h, ESPN

Segunda, 23 de outubro

Washington Redskins at Philadelphia Eagles| 22h, ESPN

Equipes em bye week: Detroit Lions e Houston Texans

Pressionado após outra “amarelada”, Atlanta busca vingança contra os Patriots

Se a cultura de pichar os muros do CT das equipes fosse difundida entre os torcedores norte-americanos igual é aqui no Brasil, os Falcons provavelmente teriam que repintar suas instalações com bastante frequência. A franquia tem ficado famosa nos últimos anos por entregar a paçoca com frequência nos segundos tempos dos jogos. Foi assim no Super Bowl LI, foi assim contra os Dolphins no último domingo. Após ir aos vestiários vencendo por 17-0, Atlanta sofreu a virada na segunda etapa e perdeu por 20-17 para o time com a pior média de pontos (12,2) e jardas (242,8) por partida em 2017.

A pá de cal foi a interceptação lançada por Matt Ryan a menos de 40 segundos do fim, já próximo à red zone de Miami e em posição para empatar o duelo com um field goal. O quarterback, aliás, vem confirmando a previsão de que ele sofreria bastante com a partida do ex-coordenador Kyle Shanahan. Nas últimas três partidas, Ryan lançou quatro touchdowns e seis interceptações – ademais, seu rating total da temporada é de 87,3, um número muito inferior ao 117,1 de 2016.


“RODAPE"

Os Falcons já somam duas derrotas seguidas e caíram para terceiro na NFC South, atrás de Panthers e dos embalados Saints. Agora, a franquia viverá a terceira parte do seu “tour” pela AFC East, visitando New England – Atlanta curiosamente pegará na sequência Bills, Dolphins, Patriots e Jets.

Ryan terá uma chance de ouro de voltar a brilhar diante de uma defesa que vem sendo uma verdadeira mãe para todos os quarterbacks. Até agora, New England cedeu mais de 300 jardas aéreas para todos signal callers que enfrentou (Alex Smith, Drew Brees, Deshaun Watson, Cam Newton, Jameis Winston e Josh McCown). As coisas só não estão mais feias para os Patriots por causa de um senhor chamado Tom Brady. O quarterback vem empilhando jardas aéreas (1.959) para compensar a fragilidade defensiva e manter a equipe viva nas partidas. Se mantiver a média atual, Brady terminará a temporada com mais de 5.200 jardas pelo alto, maior número desde 2011, não por coincidência a última vez que New England teve um sistema defensivo tão fraco.

O confronto marcará a reedição do Super Bowl LI. É interessante pensar como as coisas mudaram para ambos os times depois de oito meses. Na época, New England tinha a melhor defesa da liga e Atlanta o ataque mais explosivo. Hoje, como dissemos, não é bem assim. As duas franquias ainda tentam se encontrar na temporada e estão bem longe da excelente forma de alguns meses atrás.

Washington e Philadelphia: disputa pela liderança da NFC East e pelo posto de melhor jogo da rodada

Com o péssimo começo dos Giants e Dallas também patinando, Redskins e Eagles pularam na frente e se tornaram os favoritos na briga pela NFC East. Philadelphia, aliás, pode ser considerado até mesmo o melhor do time da Conferência na atualidade após a vitória sobre os Panthers e a lesão de Aaron Rodgers.

Os Eagles estão funcionando como um relógio suíço. Carson Wentz vem atuando muito bem e construindo uma química excelente com seus recebedores, sobretudo Zach Ertz. Se você quiser colocar em números, basta notar que Ertz é o segundo tight end que mais pontuou no Fantasy na temporada, só um pouco atrás de Rob Gronkowski – produção no Fantasy significa produção na vida real, não se esqueça. Não por acaso, Philadelphia é a principal equipe da NFL em porcentagem de terceiras descidas convertidas (50,6%)[note]http://www.espn.com/nfl/statistics/team/_/stat/downs/sort/thirdDownConvPct Acesso em: 19/10/2017[/note].

Do outro lado da bola, a defesa vem fazendo sua parte e a linha defensiva confirmando ser uma das melhores e mais subestimadas da liga. Por exemplo, Fletcher Cox e cia. limitaram os running backs de Carolina à uma mísera jarda terrestre – tudo bem, Cam Newton produziu bastante com as pernas, mas ainda assim o trabalho nas trincheiras parando Jonathan Stewart e Christian McCaffrey foi de encher os olhos. Temos que ter cuidado com os Eagles, afinal no ano passado também começaram com tudo e depois caíram drasticamente de produção, porém em 2017 eles parecem ser para valer.

Washington, por sua vez, quase entregou o ouro contra os 49ers e sofreu mais do que devia após abrir 17-0, mas conseguiu sobreviver. Sem receber ajuda do ataque terrestre, o qual não contou com Rob Kelley, Cousins foi inconsistente. O maior destaque ofensivo foi mais uma vez o running back Chris Thompson graças à sua habilidade como recebedor (quatro passes recebidos para 105 jardas). A defesa, que vinha muito bem, também não fez nada de especial, embora tenha garantido a vitória interceptando um passe de C. J. Beathard nos últimos segundos.

Os Redskins não se destacam por nenhuma virtude específica, mas, como vimos contra os Chiefs, podem bater de frente com os melhores times da NFL e dificultar o jogo. Até por isso são os principais perseguidores de Philadelphia na NFC East. O confronto entre os dois no próximo Monday Night Football é decisivo, pois ou colocará Washington de vez na briga pelo divisão ou fará os Eagles dispararem na liderança.


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Sem Rodgers, Green Bay precisará ter muito coração para enfrentar os Saints

A grande pergunta que todos estão se fazendo nesta semana é: o que será dos Packers sem Aaron Rodgers? Para quem não sabe, o quarterback quebrou a clavícula e precisará passar por cirurgia no braço direito. Ele ainda não foi oficialmente descartado do restante da temporada, mas é bastante provável que não atue mais em 2017 – no melhor do casos, voltaria só nas últimas partidas.

Obviamente a perda do quarterback é um baque imenso para Green Bay e tira os cabeças de queijo da condição de favoritos ao Super Bowl, mas a equipe não pode simplesmente desistir de tudo. Eles terão que acreditar na capacidade de Brett Hundley comandar o ataque. E sim, será Hundley mesmo, pois Mike McCarthy foi enfático ao afirmar que os Packers não irão atrás de Colin Kaepernick[note]http://profootballtalk.nbcsports.com/2017/10/16/mike-mccarthy-gets-angry-as-reporter-asks-about-colin-kaepernick/ Acesso em: 19/10/2017[/note]. A tendência agora é que a franquia adote um estilo de jogo mais conservador, aumentando a carga de trabalho dos running backs Ty Montgomery e Aaron Jones. Além disso, a defesa também precisará contribuir mais, evitando que o ataque fique sobrecarregado.

O primeiro desafio de Green Bay sem Rodgers promete ser bem difícil. New Orleans vem de três vitórias consecutivas e está voando defensivamente (sério). Por exemplo, no triunfo por 52 a 38 sobre Detroit, foram três touchdowns defensivos. Isso mesmo, três. Drew Brees e o ataque, por outro lado, não foram tão bem, contudo o maior ponto positivo foi a volta de Terron Armstead. O left tackle foi ótimo protegendo o lado cego de Brees e dominou o sólido grupo de pass rushers dos Lions. Mark Ingram também teve uma atuação de gala (114 jardas terrestres e dois touchdowns) sem precisar lidar com a sombra de Adrian Peterson.

Hoje, os Saints não estão deixando nada a desejar para os outros times da NFC South, passando do status de sleeper ou de contender pelo título de divisão. Uma vitória fora de casa sobre os Packers apenas consolidaria a boa impressão dos últimos jogos.

Não vamos negar que a partida perde grande parte do seu apelo com a ausência de Rodgers, mas mesmo assim é um confronto interessante, nem que seja para vermos o que Brett Hundley é capaz de fazer após uma semana treinando com os titulares. Depois de domingo teremos uma ideia mais clara se ele pode ou não levar Green Bay a algum lugar.

Destaques relâmpagos

Cincinnati Bengals at Pittsburgh Steelers: Cincinnati busca continuar seu renascimento em 2017 após começar a temporada 0-3. A equipe somou duas vitórias seguidas antes da bye week e o ataque vem muito bem com Bill Lazor chamando as jogadas. Vencer Pittsburgh seria um passo importante para recolocar o time definitivamente na briga pelos playoffs.

Já os Steelers se recuperaram do massacre sofrido diante dos Jaguars derrubando o último invicto da liga, o Kansas City Chiefs. A estratégia de entregar a bola para Le’Veon Bell tanto quanto for possível rendeu frutos (179 jardas terrestres e um touchdown) e deverá continuar a ser usada. Contudo, não espere um duelo com placar alto, pois Pittsburgh e Cincinnati são respectivamente o segundo e o quarto time que menos cedem pontos por jogo (16,6 e 17).

Denver Broncos at Los Angeles Chargers: Se a partida fosse há duas semanas, Denver seria o grande favorito. Hoje, porém, as coisas não são mais assim. Os Broncos levaram uma sapatada dos Giants no último Sunday Night Football e tiveram sua fraquezas expostas. Se eles não conseguem correr com a bola, o ataque inteiro pifa. Além disso, Orleans Darkwa mostrou que é possível sim correr contra a antes melhor defesa terrestre da NFL.

Los Angeles, por sua vez, chegará com duas vitórias seguidas no currículo – eles pararam de perder nos segundos finais e começaram a ganhar na última posse de bola. Melvin Gordon vem de duas atuações monstruosas, somando um total de 188 jardas terrestres, 125 aéreas e quatro touchdowns contra Giants e Raiders. A expectativa é de um jogo emocionante e disputado.

Dallas Cowboys at San Francisco 49ers: A epopeia de Ezekiel Elliott ganhou mais capítulos nos últimos dias. Após sua suspensão de seis partidas voltar a valer na semana passada, o running back conseguiu anular a punição outra vez com uma nova manobra nos tribunais e estará liberado para entrar em campo na semana 7, pelo menos até segunda (ou terceira) ordem. Boa notícia para os Cowboys, os quais não podem nem pensar em perder de novo e se distanciar ainda mais dos Eagles.


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Do lado de San Francisco, o destaque vai para C. J. Beathard. O calouro ganhou o emprego de Brian Hoyer e fará sua estreia como titular no domingo.

Arizona Cardinals at Los Angeles Rams: Os Rams serão obrigados a viajar 8.750 km e atravessar oito fusos horários para “receber” os Cardinals no Twickenham Stadium, em Londres. Que bela home-field advantage eles terão. Tudo bem, Arizona também se deslocará bastante para disputar a partida, mas não são eles que perderão um mando de campo.

Com os Rams ainda sofrendo para conquistar os fãs na Califórnia, esta excelente partida, importantíssima para decidir o destino da franquia e da NFC West como um todo, poderia quem sabe enfim chamar a atenção dos torcedores e lotar o Los Angeles Memorial Coliseum. Ao invés disso, o jogo acontecerá a quase 9.000 km de distância. Negócios são negócios, mas depois não adianta reclamar que a NFL não dá certo em Los Angeles.

Boletim Médico

Aaron Rodgers, QB – Green Bay Packers: Rodgers quebrou a clavícula do braço direito e precisará passar por cirurgia. Ele ainda não foi oficialmente descartado por toda a temporada, mas a expectativa é que não jogue mais em 2017.

Jameis Winston, QB – Tampa Bay Buccaneers: Winston sofreu uma entorse na articulação acromioclavicular (AC joint sprain) do ombro direito, ou seja, o ombro que ele usa para lançar a bola. O quarterback foi poupado dos treinamentos na semana, ficando sem lançar passes para não correr o risco de agravar a lesão, mas Tampa Bay já anunciou que ele será titular no domingo.

Andrew Luck, QB – Indianapolis Colts: O quarterback teve uma recaída em sua recuperação e de novo foi afastado dos treinamentos após voltar a sentir dor no ombro. Existe agora o temor real de que Luck não jogue em 2017.

Trevor Siemian, QB – Denver Broncos: Siemian é outro signal caller que está lidando com um problema no ombro. Sua contusão, porém, não é séria e ele deve atuar contra os Chargers no domingo.

Emmanuel Sanders, WR – Denver Broncos: Sanders sofreu uma torção significativa no tornozelo contra os Giants e já descartado da semana 7, podendo inclusive ficar fora de mais partidas.

Demaryius Thomas, WR – Denver Broncos: Lidando com uma pequena lesão na panturrilha, Thomas foi poupado do treinamento da quarta-feira, mas a expectativa é que ele jogue no domingo mesmo se não estiver 100%.

Tyler Eifert, TE – Cincinnati Bengals: Eifert passou por uma cirurgia nas costas na semana passada e não volta mais em 2017 (o tempo de recuperação é de quatro a seis meses)

Leonard Fournette, RB – Jacksonville Jaguars: O calouro é outro que machucou o tornozelo na semana 6. Fournette perdeu sessões de treinamento durante a semana e, por ora, tem o status questionável para a próxima partida.


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Stefon Diggs, WR – Minnesota VIkings: Diggs ainda está lidando com uma lesão na virilha e perdeu treinamentos durante a semana. Seu status segue como questionável.

DeMarco Murray, RB – Tennessee Titans: Lidando com uma contusão no músculo posterior da coxa, Murray tem o status questionável para a partida diante dos Browns.

Patrick Peterson, CB – Arizona Cardinals: Peterson sofreu um estiramento no quadríceps. Ele treinou de maneira limitada, viajou com o time dos Cardinals para Londres e estará em campo contra os Rams.

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