Guia ProFootball dos Playoffs 2020-2021

Os favoritos, a zebra possível, nosso palpite para finais de Conferência, Super Bowl LV e por que seu time pode sonhar com o título ou ser eliminado no meio do caminho

Favorito na NFC:
Green Bay Packers
Favorito na AFC:
Kansas City Chiefs
Zebra possível na AFC:
Baltimore Ravens
Zebra possível na NFC:
Tampa Bay Buccaneers
Nosso palpite de Super Bowl:
Kansas City Chiefs x Green Bay Packers

Sejam bem-vindos a uma nova era de pós-temporada. Entre 1990 e 2019, tivemos seis times por conferência, com as duas melhores campanhas folgando. Agora, são 7 – 14 classificados, portanto, com apenas a melhor campanha de cada conferência descansando no Wild Card Round ou, “Quartas-de-Final de Conferência”. 32 times começaram o sonho do Super Bowl, apenas 14 seguem na briga. Desses, Green Bay e Kansas City estão um passo à frente, sediando uma Semifinal de Conferência.

Pensando nos leitores mais casuais ou naqueles que não têm tanto tempo durante esta semana – seja por trabalho ou por férias – bolamos este Guia dos Playoffs. Algo bem simples, escrito a oito mãos, com toda nossa equipe. Aqui, você vai ter brevemente quem são os favoritos, a zebra possível, nosso palpite para finais de Conferência, Super Bowl LV e por que seu time pode sonhar com o título ou ser eliminado no meio do caminho.

Sem enrolar mais, vambora.

Conferência Nacional (NFC)

O favorito e por quê: Green Bay Packers. 

No papel e na realidade, o melhor time da Conferência Nacional. Os Packers lideram a NFC em pontos marcados por jogo, devem ter em Aaron Rodgers o MVP (Jogador Mais Valioso) da temporada e novamente chegaram à marca de 13 vitórias. Mas com um time que cheira bem mais a Super Bowl do que o do ano passado, por mais que seja a mesma campanha em número de vitórias. Green Bay teve uma defesa que soluçou no meio da temporada contra o jogo terrestre, mas isso foi corrigido aos poucos e não foi fator nas duas últimas semanas – contendo Derrick Henry a nenhuma corrida mais longa do que 10 jardas e impedindo que o play-action dos Bears fosse ativado.

A zebra possível e por quê: Tampa Bay Buccaneers. 

Por zebra, consideramos necessariamente um time que não venceu a divisão. Neste caso, os Buccaneers aparentam ser o time mais preparado para tanto. Além de Tom Brady e toda sua experiência, a linha ofensiva melhorou na reta final da temporada – algo fundamental com Brady no comando – e a defesa é uma das melhores da NFL contra a corrida. Ainda no currículo, uma vitória maiúscula contra Green Bay no meio da temporada, o único apagão dos Packers no ano.

A final que se espera: Green Bay Packers x New Orleans Saints.

Conferência Americana (AFC)

O favorito e por quê: Kansas City Chiefs

Falaremos mais dos Chiefs abaixo, mas acho que o time dispensa apresentações. Com Patrick Mahomes no comando apenas uma derrota – e foi num jogo perfeito de Las Vegas. É verdade que a reta final de temporada de Mahomes não foi uma beleza, tendo um jogo com mais interceptações do que touchdowns (@ Miami) e um jogo bem fraco em termos estatísticos contra Atlanta em casa, mas jogos mais ou menos de Mahomes são grandes jogos da maior parte dos quarterbacks da liga. O time sabe fechar jogos e está equipado para chegar longe e defender seu título.

A zebra possível e por quê: Baltimore Ravens

Melhor campanha da NFL na última temporada, os Ravens caíram na Semifinal da Conferência Americana contra Tennessee. Foi o real primeiro momento de fragilidade daquele time em 2019-2020 – e agora eles terão a oportunidade de vingar a derrota justamente contra os Titans na abertura dos playoffs. Por um lado, os Ravens pegaram adversários bem fracos na reta final da temporada. Por outro, amassaram esses adversários, o que é uma medida de força na NFL e inquestionavelmente o time chega quente na pós-temporada.

A final que se espera: Kansas City Chiefs x Buffalo Bills

Time a Time, NFC: Por que pode ser campeão e por que pode cair.

#1 Green Bay Packers

Por que podem vencer o Super Bowl: Aaron Rodgers. Quando se tem um dos quarterbacks mais talentosos de todos os tempos, tendo uma temporada ao nível de MVP e liderando a liga em passes para touchdown, você pode almejar o título. No segundo ano sob a batuta do treinador Matt LaFleur, Rodgers esteve muito mais confortável com o sistema, mostrando um controle do campo de alto nível, mesmo não tendo tantos alvos de alto nível assim. Vale também o destaque para o grande trabalho da linha ofensiva lhe protegendo: Rodgers foi sackado apenas 20 vezes e foi o menos pressionado de toda NFL, fato que aconteceu em pouco mais de 13% dos snaps.

Davante Adams faz um brilhante trabalho, sendo discutivelmente o melhor wide receiver da temporada. Além de sua própria produção, existe uma cadeia por trás disso: ele abre espaço para que recebedores que não são de seu patamar, como Robert Tonyan e Allen Lazard tenham maior produção. Com todos conseguindo produzir, o jogo corrido ganha espaço e o bom duo formado por Aaron Jones e Jamaal Williams se aproveita.

Por que podem ser eliminados: ao contrário do ataque, que mostrou evolução em relação à temporada de 2019, a defesa segue sendo problemática. A lição que deveria ter sido aprendida após a fatídica final da NFC do ano passado, quando os Packers cederam absurdas 285 jardas terrestres para o San Francisco 49ers, não foi apreendida. Parar o jogo corrido segue sendo problemático – embora tenha havido fôlego no final da temporada – em Green Bay e se não existir um salto de eficiência nos playoffs, pode novamente ser um problema grave. A pressão ao quarterback também não é boa e isso reflete diretamente no desempenho da secundária em alguns momentos.

Por mais que Davante Adams venha conseguindo abrir espaços para os demais recebedores, caso a equipe enfrente uma secundária com vários marcadores de bom nível, a complicação pode aparecer, afinal de contas os nomes já citados e mais Marquez Valdes-Scantling estão longe de serem jogadores diferenciados. A falta de urgência em fechar jogos também não pode aparecer nos playoffs, onde todos os oponentes são qualificados – a partida contra Indianapolis, com apagão no terceiro quarto, é sintomática. A lesão do left tackle David Bakhtiari também pode ser sentida nos playoffs e foi problema no início do segundo tempo contra os Bears.

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#2 New Orleans Saints

Por que podem vencer o Super Bowl: poucas equipes na liga têm um treinador do nível de Sean Payton e um sistema ofensivo tão bem azeitado. Todo mundo sabe o que os Saints vão fazer, mas mesmo assim é sempre efetivo e traz resultados. Drew Brees é mestre em maximizar ganhos dentro dessa unidade, sabendo fazer inúmeros ajustes nas linha de scrimmage para que a produtividade nunca caia. Além disso, Michael Thomas deve estar de volta totalmente recuperado de lesão e Alvin Kamara é uma arma de alto nível tanto pelo chão quanto pelo ar.

A defesa tem uma forte capacidade de chegar no quarterback adversário, como visto nos dois confrontos contra Tampa Bay. Se Cameron Jordan já é um nome conhecido de outros carnavais na NFL, 2020 trouxe a ascensão de Trey Hendrickson. Com essa dupla nas laterais, a pressão é constante e abre espaço para que os jogadores de dentro sejam menos dobrados. Isso também evita que os bloqueadores possam ir no segundo nível, o que pavimenta caminho para que Demario Davis chegue com frequência na linha de scrimmage, tendo forte impacto no sistema defensivo.

Por que podem ser eliminados: apesar de ser um mestre no sistema de Payton, Brees passou por um momento complicado nesta temporada, perdendo quatro jogos por fraturar múltiplas costelas. Fora isso, a idade parece pesar em alguns momentos: se em média distância ele segue mortal, com aproveitamento altíssimo, o mesmo não se pode dizer quando precisa jogar em profundidade e esticar o campo. Com isso, fica mais fácil para os oponentes arriscarem colocando os safeties mais próximos do ponto de começo das jogadas.

A secundária também traz alguns pontos de interrogação. Marshon Lattimore é o principal cornerback, mas sua inconsistência assusta: ele é capaz de fazer jogadas geniais em um momento e entregar de maneira absurda no seguinte. O excesso de faltas de interferência de passes preocupa, já que a equipe teve 19, o maior número de toda NFL. A dificuldade em cobrir tight ends também é uma preocupação, como visto no jogo contra o Las Vegas Raiders, em que Darren Waller deitou e rolou. Alvin Kamara pode perder o wild card por ter quebrado o protocolo do COVID-19.

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#3 Seattle Seahawks

Por que podem vencer o Super Bowl: Além de possuírem um dos melhores quarterbacks da NFL, os Seahawks contam com uma defesa que cresceu muito de produção na segunda metade da temporada. É claro que os ataques enfrentados desde a semana 11 ajudam na causa, entretanto, não deixa de ser uma tamanha evolução para uma unidade que vinha quebrando recordes negativos: nas 9 primeiras partidas de 2020, Seattle cedeu ao menos 23 pontos em todas elas; desde então, o time cedeu uma média de apenas 13,6 pontos por jogo.

A chegada de Carlos Dunlap deu vida a um pass rush que era bastante inefetivo até então, ainda que o time tenha utilizado escolhas altas em Drafts recentes na posição de EDGE. O veterano já acumula 5 sacks em 7 partidas pelos Seahawks, a maior marca de um jogador da posição e a terceira maior do elenco. Para bater de frente com os fortes ataques de Green Bay, Tampa Bay e New Orleans, essa é uma arma essencial para Seattle.

Por que podem ser eliminados: Se lembram de quando Russell Wilson era posto nas listas de discussão para o prêmio de MVP e o ataque da equipe parecia imparável? Isso parece uma memória distante. O ataque deixou de mover as correntes de uma forma ultraeficiente e o nível individual do quarterback decaiu consideravelmente desde a semana 11, além de alguns fatores secundários que fizeram com que a unidade perdesse força – a lesão de Brandon Shell demanda atenção especial aqui, já que a qualidade da proteção para o passe decaiu muito com sua ausência.

Notamos acima que a melhora considerável da defesa veio com o asterisco que os ataques enfrentados nesse mesmo período não eram dos mais fortes. Se a equipe precisar entrar num shootout num dos jogos dos playoffs, o ataque é capaz de manter a disputa aberta? O talento ofensivo está ali, porém, é melhor que Brian Schottenheimer dê jeito em sua unidade imediatamente.

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#4 Washington Football Team

Por que podem vencer o Super Bowl: Sério, nenhum time da NFC East vai ganhar o Super Bowl nesta temporada (se bem que, 2020 né). Washington, contudo, foi carregado aos playoffs pela sua defesa e graças a ela pode dar um pouco de trabalho no mata-mata. Além de ser respectivamente a 2ª e 4ª unidade que menos cedeu jardas totais e pontos por partida, a franquia terminou a temporada regular em 2º no quesito DVOA defensivo, atrás apenas do Pittsburgh Steelers, o que evidencia como as coisas funcionaram bem acima do esperado neste lado da bola.

O destaque, claro, vai para a linha defensiva recheada de escolhas de 1ª rodada, sobretudo os EDGEs Montez Sweat e Chase Young. Ambos serão a chave para Washington surpreender o Tampa Bay Buccaneers no Wild Card – desde que consigam pressionar Tom Brady consistentemente. Ademais, a secundária e o grupo de linebackers também renderam em alto nível mesmo sem possuir a mesma quantidade de talento das trincheiras. Ron Rivera fez um trabalho excepcional em 2020.

Por que podem ser eliminados: Obviamente uma equipe que ganha a sua divisão e vai aos playoffs com uma campanha 7-9 não é nenhum modelo de consistência. Nós vimos como o ataque de Washington é sujeito a chuvas e trovoadas no medonho segundo tempo da partida contra o Philadelphia Eagles, embora haja bons talentos nas figuras de Terry McLaurin, Antonio Gibson e Logan Thomas. Ataque, aliás, que foi totalmente na contramão da defesa e terminou como o 3º pior na métrica DVOA, à frente apenas de New York Jets e Denver Broncos.

Some as fragilidades ofensivas com o fato de ter vencido apenas um oponente com campanha positiva em 2020, o Pittsburgh Steelers na semana 13, e fica muito difícil confiar em Washington num duelo de vida ou morte contra as principais forças da Conferência Nacional. Para piorar, a franquia nem mesmo poderá contar com a home-field advantage no Wild Card, pois o FedFex Field estará vazio devido à pandemia de Covid-19. O Seattle Seahawks de 2010 e o Carolina Panthers de 2014, os outros times a ganharem suas divisões com records negativos, pelo menos tiveram casa cheia na primeira rodada do mata-mata.

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#5 Tampa Bay Buccaneers

Por que podem vencer o Super Bowl: Os Buccaneers arrumaram a casa na linha ofensiva, que foi problemática nos duelos contra os Saints na temporada regular – a unidade terminou o ano como a quarta que menos cede sacks. Ao mesmo passo, Tom Brady não perdeu nenhum jogo quando pressionado em menos de 20% dos recuos de passe – é algo plausível imaginar que a unidade entregue essa produção caso realmente tenha encaixado e não sofra com lesões.

No lado defensivo, o time terminou a temporada com 3,60 jardas cedidas por carregada, melhor defesa da NFL no quesito. Sabemos como é importante parar o jogo terrestre nos playoffs, especialmente em situações de clima inóspito. Por fim, vale sempre lembrar: Tom Brady é Tom Brady. É verdade que ele está longe da forma de MVP de 2007, mas protegido e com um belo elenco de apoio, ele teve 43 touchdowns totais (passados e corridos) aos 43 anos, é o maior quarterback da história da NFL e tem seis anéis. De um jeito ou de outro, é fator para se respeitar.

Por que podem ser eliminados: Brady perdeu todos os jogos nos quais foi pressionado em mais de 22% dos snaps – e esses 22% não é muito, um time que pressiona 22% seria um dos cinco que mais pressiona na liga para você ter ideia. Se o quarterback dos Buccaneers jogar mal quando pressionado e a defesa aérea tiver problemas como pontualmente ocorreu durante a temporada regular, é algo para se preocupar. A unidade cedeu 246,6 jardas aéreas por jogo, a 21ª da liga e entre os 14 nos playoffs, a quarta pior. Seria bom se os Saints caíssem pelo caminho aqui para o torcedor de Tampa, porque o duelo contra New Orleans, vide a temporada regular, é um tanto quanto desfavorável para a equipe da Flórida.

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#6 Los Angeles Rams

Por que podem vencer o Super Bowl: a fórmula de bolo é muito boa no ataque. Sean McVay criou um sistema recheado de motions, jet sweeps, play-action e corridas em zona que deixa as defesas adversárias em constante stress. A agressividade acaba sendo domada, pois qualquer indisciplina acaba sendo punida com grandes ganhos. O grupo de recebedores e running backs é dos melhores da NFL e que ajudam o quarterback Jared Goff. Este, aliás, quando não precisa ser protagonista e é bem protegido, faz sólido trabalho.

Do outro lado da bola,  o coordenador Brandon Stanley fez um brilhante trabalho em 2020, fazendo com que sua unidade fosse destaque. Aaron Donald continua sendo uma máquina de destruir linhas ofensivas, mesmo sofrendo mais dobras que qualquer outro jogador. Jalen Ramsey trouxe uma fisicalidade outrora perdida para secundária, que viu nomes como Darious Williams, Troy Hill e Jordan Fuller aparecerem, tornando o time muito mais agressivo. Com tanta produtividade, não será de se estranhar se essa defesa conseguir ser protagonista nos playoffs.

Por que podem ser eliminados: como toda fórmula de bolo, basta um ingrediente mal colocado para que tudo desande. Os Rams não costumam ter um plano B no ataque, vivendo e morrendo sob aquilo que fazem rotineiramente. Isso aconteceu no Super Bowl LIII, quando McVay não conseguiu sair do esquema montado por Bill Belichick para parar o seu então revolucionário ataque, vendo com isso o New England Patriots levantar o troféu mesmo tendo anotado apenas 13 pontos. Talvez a falta desse plano alternativo passe muito por problemas na peça principal.

Jared Goff não consegue ser produtivo quando tem que fugir do script que está acostumado. É como se ele tivesse uma tela azul e travasse. Não foram raras às vezes em que ele cometeu turnovers tolos ao primeiro sinal de pressão ou de leitura diferente do que esperava. Os ajustes na linha de scrimmage não são seu ponto forte e isso torna o ataque muito vulnerável contra defesas que consigam disfarçar suas coberturas. Quando seu quarterback é seu ponto fraco, suas chances de ser eliminado são sempre maiores. Fora isso, ele passou por uma cirurgia no dedão e deve voltar com limitações aos playoffs.

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#7 Chicago Bears

Por que podem vencer o Super Bowl? Mesmo permanecendo longe de ser um quarterback que liderará a franquia a um eventual título, ao menos o torcedor dos Bears pode ficar aliviado que Mitchell Trubisky parou de espalhar a farofa nas últimas semanas. Ele ainda não foi capaz de definir jogos importantes, como na semana final contra o Green Bay Packers em que teve uma interceptação estúpida, só que não colocar tudo a perder já é um primeiro passo importante. Com David Montgomery mais envolvido no plano de jogo e o quarterback colocado em situações de passe simples (play-action com rollouts são um bom exemplo), sua precisão aumentou e a dinâmica da unidade melhorou, dando chances para a defesa fechar as partidas, o que é o mais importante para Chicago.

A defesa dos Bears segue sendo talentosa e possui peças que podem decidir o jogo em todos os setores. Com Trubisky não cometendo turnovers e levando o ataque a marcar alguns pontos, os comandados de Chuck Pagano possuem espaço para brilhar e neutralizar o ataque adversário, sem que seu esforço seja em vão. Se isso acontecer – e se o quarterback for levemente melhor que o esperado – a caminhada de Chicago nos playoffs será longa.

Por que podem ser eliminados? Trubisky parou de espalhar a fora, mas também está longe de ser um passador confiável e eficiente. Contra os Packers, a equipe fez o que foi necessário ao longo de todo o jogo, porém, quando o quarterback precisava aparecer, sua velha versão era vista em ação. Se o plano ofensivo tiver de ser abandonado cedo, o ataque de Chicago passará por grandes perrengues (e o que os salvaria? Nick Foles saindo do banco?)

Dado isso, a defesa teria de vencer seu próprio time, além do adversário. A diferença é que a unidade não é mais a de 2018, a qual foi uma das melhores da última década e que podia encobrir, até mesmo, os problemas da pior versão de Trubisky. O grupo atual é excelente, contudo, precisará que o ataque contribua consideravelmente para que os triunfos sejam alcançados. Esperar isso contra as defesas de New Orleans Saints, Los Angeles Rams e Tampa Bay Buccaneers é algo improvável, portanto, a eliminação seria quase iminente.

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#1 Kansas City Chiefs 

Por que podem vencer o Super Bowl: Não existe outro ataque na NFL com a disposição de talento que os Chiefs possuem. Patrick Mahomes é um dos favoritos ao prêmio de MVP e, quando você combina um dos melhores quarterbacks da liga com as qualidades de Tyreek Hill, Travis Kelce, Sammy Watkins e Mecole Hardman, fica quase impossível parar Kansas City. No caminho para garantir a primeira colocação geral na Conferência Americana, os Chiefs venceram dez partidas consecutivas, batendo adversários fortíssimos como Bills, Buccaneers, Dolphins e Saints no caminho, além da revanche contra os Raiders.

Com tanto poder ofensivo, tudo o que os Chiefs é que a defesa não mine a força do ataque. É exatamente o que a unidade faz, estando classificada em 19º segundo a métrica DVOA do Football Outsiders, uma leve queda em relação ao ano passado (14º), não estando em alta no final da temporada como ocorrera em 2019. Em resumo, Kansas City não é um time muito diferente do que conquistou o Super Bowl no ano passado. Não existem razões para acreditar que isso não possa se repetir, sendo o favorito ao título nas duas Conferências.

Por que podem ser eliminados: A defesa contra o jogo corrido cede uma considerável média de 4,6 jardas por tentativa adversária. Olhando para os playoffs da AFC, isso pode ser um grande problema quando Ravens e Titans acumulam média de ao menos 5 jardas por corrida; e vale lembrar que, no ano passado, a vitória sobre Tennessee na final de conferência não foi nada tranquila. Apesar desse problema, os Chiefs ganharam 14 partidas na temporada regular. A correlação aqui está no fato de que, por conta da força do ataque, os adversários ficavam atrás no placar rapidamente e, como consequência, precisavam abdicar do jogo terrestre em prol do jogo aéreo. Evidentemente, os playoffs são um campeonato completamente diferente e um dia ruim (ou um teste positivo) podem alterar todo esse panorama.

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#2 Buffalo Bills

Por que podem vencer o Super Bowl? O ataque de Buffalo atingiu um grande potencial no momento em que Josh Allen, finalmente, deu seu salto de produção. Como passador, ele vem utilizando muito bem as armas ao seu redor – com destaque para Stefon Diggs, que caiu como uma luva na equipe – e seu entrosamento com Brian Daboll está no ápice; o coordenador ofensivo sabe subverter os planos de jogo e fazer ajustes no intervalo, o que é essencial em confrontos de pós-temporada.

Para aumentar o sonho do torcedor quanto ao título, o lado defensivo da bola, que não se encontrava no início da temporada, voltou a demonstrar suas boas atuações, principalmente contra ataques pouco explosivos e na contenção do jogo aéreo (e eventuais rivais dos Bills nos playoffs se encaixam nesse padrão, casos de Indianapolis Colts, Miami Dolphins e Pittsburgh Steelers). Com a defesa crescendo no momento certo e o quarterback atuando em grande nível, a esperança de uma corrida dos Bills ao título só cresce para o torcedor; afinal, essa é a combinação mortal para uma equipe vencer seus confrontos na pós-temporada.

Por que podem ser eliminados? A mesma fórmula que dá esperança de título a Buffalo (defesa em ascensão + Josh Allen em nível de MVP) já demonstrou grandes falhas ao longo da temporada. Entre as semanas 5 e 8, o quarterback teve partidas ruins contra futuros adversários dos playoffs (Tennessee Titans e Kansas City Chiefs) e, preocupantemente, contra equipes de nível inferior (New York Jets e New England Patriots). Desde então, Allen melhorou e superou dificuldades antigas que tinha – quando era muito pressionado pela defesa, por exemplo –, porém, nós já vimos como seu ponto mais baixo pode comprometer uma partida e, lembrando, a pós-temporada é um campeonato à parte.

Ainda no lado ofensivo, o jogo terrestre da equipe é quase nulo neste ano, só não sendo um empecilho maior porque Allen está fazendo chover pelo ar. Devin Singletary só teve duas partidas na casa das 80 jardas e Zack Moss ainda não transmite confiança. Se a franquia precisar queimar relógio, problemas podem ser vistos e viradas podem ocorrer. Por fim, a defesa preocupou anteriormente por estar longe do nível apresentado em 2019. A unidade reencontrou seu caminho, mas ainda precisa demonstrar mais para não sucumbir aos mesmos ataques que a superaram durante a temporada regular.

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#3 Pittsburgh Steelers

Por que podem vencer o Super Bowl: a defesa é uma das melhores da NFL desde o começo da temporada e pode criar o caos na linha de scrimmage, em especial gerando pressão no quarterback adversário, tendo em T.J. Watt seu grande destaque. Em jogos equilibrados, essa capacidade de chegar no principal jogador do ataque adversário com frequência é diferencial. Além do destaque no front, no fundo Minkah Fitzpatrick é um daqueles jogadores capazes de conseguir um turnover que muda a história de uma partida. Inclusive, devolver a bola para o ataque é uma das especialidades da casa: foram 27 turnovers, 2° melhor marca da liga.

O ataque, apesar dos problemas na reta final da temporada, tem jovens valores capazes de fazerem jogadas explosivas. Prova disso foram as mais de 2000 jardas produzidas depois da recepção. Se conseguir fazer com que a fórmula seja eficiente como na primeira metade do ano, já será meio caminho andado, pois do outro lado da bola a defesa tira seus coelhos da cartola.

Por que podem ser eliminados: A inconsistência ofensiva é um problema. Depois do Thanksgiving, a produção ofensiva foi lá embaixo, fazendo com que o time perdesse partidas para adversários bem mais fracos, como o Cincinnati Bengals com seu terceiro quarterback. O braço de Ben Roethlisberger em vários momentos deram sinais de não ser mais o mesmo em profundidade, limitando a equipe a chamadas curtas, deixando o plano de jogo óbvio. Os jovens recebedores tiveram problemas com drops. Como se não bastasse, o jogo corrido é frágil e pouco criativo, não conseguindo tirar o peso de Big Ben.

A defesa em algumas partidas deu mostras de cansaço e sofreu contra-ataques terrestres. Exemplos disso foram vistos contra o Baltimore Ravens e o Dallas Cowboys, nas semanas 8 e 9 respectivamente. Com o ataque não conseguido ficar muito tempo em campo, isso pode se acentuar, em especial em jogos com clima mais pesado, o que torna o ato de defender muito duro. A ausência do EDGE Bud Dupree também pode ter seu peso, fazendo com que fique mais fácil ajustar a proteção para fazer dobras em T.J. Watt.

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#4 Tennessee Titans

Por que podem vencer o Super Bowl? Jogador mais subestimado da liga, Ryan Tannehill teve atuações esplêndidas ao longo de toda temporada e é a grande esperança para que os Titans possam fazer uma grande campanha nos playoffs. Quero dizer que Derrick Henry não é importante? Pelo contrário. O running back passou das 2000 jardas na temporada e será essencial para manter o ataque da franquia extremamente eficiente, afinal, sempre possuiu alta importância e uso na unidade.

O ponto, entretanto, é que Tannehill foi muito bem mesmo quando Henry não teve boas atuações e isso é primordial para confrontos de pós-temporada, quando planos de jogo defensivos costumam ser ainda mais específicos. No ano passado, na final da AFC contra o Kansas City Chiefs, o running back não foi bem e mesmo uma atuação boa do quarterback não foi o suficiente. Ainda melhor neste ano, Tannehill demonstrou qualidade para levar a franquia longe mesmo quando Henry não for bem. Se a dupla estiver em um dia bom, com A. J. Brown e Corey Davis sendo alvos confiáveis, esse ataque se torna quase imparável e pode levar a franquia longe.

Por que podem ser eliminados? Percebeu que eu não falei da defesa? Então, praticamente nada se salva do outro lado da bola em Tennessee. Se o ataque encontrou meios de superar suas próprias limitações, o mesmo não pode ser dito da defesa, que foi ladeira abaixo ao longo da temporada.

A linha defensiva não consegue pressionar o quarterback – o que é tenebroso quando se enfrenta nomes como Patrick Mahomes, Lamar Jackson e Josh Allen –, a secundária está completamente esburacada e não há perspectiva de melhora para o grupo. Na melhor das hipóteses, Tennessee pode esperar que a unidade não sofrerá tantos pontos, torcendo para que Tannehill/Henry cheguem mais vezes a end zone adversária, todavia, isso está longe de ser uma estratégia sustentável e coloca a pós-temporada da franquia em xeque.

Se Henry não for bem em algum momento da partida e Tannehill não for perfeito para cobrir isso, a defesa não será capaz de sustentar a barra e, então, a eliminação será certa. O ataque dos Titans deve manter sua grande eficiência ao longo dos playoffs e isso é essencial para altas ambições da equipe, porém, se a defesa se mantiver terrível, a proeza ofensiva de nada valerá.

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#5 Baltimore Ravens

Por que podem vencer o Super Bowl: Baltimore possui o ataque terrestre mais potente de toda a NFL, acumulando a incrível média de 5.5 jardas por tentativa e 192 jardas por jogo. Passados os problemas relacionados ao surto de COVID-19 no elenco, a unidade ofensiva explodiu nas semanas finais, encabeçando uma arrancada incrível a uma pós-temporada que parecia bem distante em novembro. O salto de produção de Lamar Jackson merece menção especial, lembrando sua forma de 2019, quando o quarterback recebeu o prêmio de MVP de forma unânime.

Outro ponto importante no sucesso recente é a defesa hiperagressiva, que novamente liderou a NFL em número de blitzes no quarterback adversário (44%) e foi a segunda que menos cedeu pontos ao longo da temporada, com média de 18,9 por jogo. Baltimore é um time dominante dos dois lados da bola, que cresceu na melhor hora possível e que fica mais saudável a cada semana.

Por que podem ser eliminados: Se o time sair atrás e precisar do ataque aéreo, Baltimore tem qualidade o suficiente para disputar pelo ar? Contra Kansas City, Tennessee e Pittsburgh, alguns dos jogos mais importantes da temporada, Lamar Jackson não impressionou passando a bola. Evidentemente, o jogo aéreo não é o foco do ataque dos Ravens, mas não dá pra deixar de lembrar como o time foi inefetivo nos seus dois últimos jogos de pós-temporada.

Dos quarterbacks que estarão disputando a Conferência Americana, Jackson só tem uma porcentagem de passes completos (64.4%) maior do que a de Baker Mayfield. Os Ravens estão esperançosos que a evolução ofensiva das últimas 5 semanas represente também uma melhora no ataque aéreo em janeiro; caso contrário, as críticas sobre Lamar nos playoffs ganharão ainda mais força.

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#6 Cleveland Browns

Por que podem vencer o Super Bowl: Apesar de não serem tão explosivos, os Browns possuem uma unidade ofensiva bastante coesa. O jogo terrestre é a principal arma, capitaneado pela forte dupla composta por Nick Chubb e Kareem Hunt, além de uma linha ofensiva que possui em Joel Bitonio e Wyatt Teller dois dos melhores guards da NFL em 2020. Apesar de algumas (justas) críticas, Baker Mayfield é um quarterback mais do que capaz de executar o sistema ofensivo de Kevin Stefanski.

Nem mesmo a perda de Odell Beckham Jr. para uma grave lesão no joelho fez com que o time deixasse de encaixar uma boa sequência ofensiva no final de temporada, especialmente com Mayfield cometendo cada vez menos erros. E, claro, ter uma superestrela como Myles Garrett apressando os quarterbacks adversários é ótimo: seus 12 sacks foram a sexta maior marca da liga e seus 4 fumbles forçados foram a terceira maior.

Por que podem ser eliminados: É uma ótima história, mas será que os Browns realmente são fortes o suficiente para competir com as outras equipes dos playoffs da AFC? Das últimas 7 vitórias da equipe, todas vieram por 7 ou menos pontos, e os adversários nem eram de calibre tão alto assim – Jaguars, Eagles, Texans e mistão dos Steelers são alguns deles. Evidentemente, é ótimo quando um time consegue se superar nos momentos finais e vencer jogos, porém, é inegável que as melhores equipes dominam seus oponentes mais fracos.

A defesa contra o jogo aéreo é a 8ª pior da NFL de acordo com a métrica DVOA do Football Outsiders, e os 31 touchdowns cedidos pelo ar também são a 8ª pior marca da liga. As 315 jardas cedidas para Mason Rudolph no jogo mais importante do ano são prova de que ainda há um caminho a percorrer para tapar alguns buracos e a equipe ser considerada forte de verdade

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#7 Indianapolis Colts

Por que podem vencer o Super Bowl? A principal força de Indianapolis continua residindo em sua defesa, que foi uma das melhores e mais constantes ao longo do ano. Na pós-temporada, isso conta ainda mais, já que as janelas de erro são menores e um turnover pode se mostrar decisivo. Ao longo da temporada regular, nós vimos o poderio da unidade contra alguns dos melhores ataques da liga, o que é essencial para a busca pelo título; são eles: Green Bay Packers (no segundo tempo), Tennessee Titans (primeiro jogo), Baltimore Ravens e, até mesmo, o Las Vegas Raiders. Matt Eberflus e seus comandados podem tranquilamente decidir um confronto de playoffs.

Do outro lado da bola, Jonathan Taylor está voando desde a semana 11, cumprindo as expectativas criadas em torno da sua escolha na época do Draft. Isso é fundamental para que o ataque de Frank Reich permaneça dinâmico sem exigir que todas as jardas venham pelo ar, como aconteceu mais cedo na temporada; afinal, Philip Rivers segue oscilando muito, mesmo conseguindo realizar bons drives ao longo das partidas. Passando menos a bola, as variações devem acontecer menos e sua experiência será de grande valia para um ataque que conta com muitas peças jovens.

Por que podem ser eliminados? A mesma defesa que limitou os Packers a 3 pontos no segundo tempo e os Titans a 17 na primeira partida, também tomou 45 destes no segundo embate e 31 daqueles no primeiro período. Além disso, os 21 pontos sofridos em sequência para os Steelers, quando o jogo estava 24 x 7, também foram marcantes e poderiam ter custado a vaga na pós-temporada. Isso não torna a unidade ruim, longe disso, já que é algo comum ao longo de uma extensa temporada; contudo, demonstra que há espaço para um dia ruim do grupo, contra qualquer ataque.

O principal ponto que pode eliminar Indianapolis, todavia, reside em Philip Rivers. Há algumas, fiz um texto sobre como o quarterback seria a régua da temporada da franquia e isso se provará mais verdade do que nunca agora. O passador oscila muito dentro dos jogos e isso quase custou vitórias ao longo da temporada. A ascensão de Jonathan Taylor é um meio de reduzir seu envolvimento ao longo das partidas, principalmente no início delas, só que em algum momento não haverá como fugir e se Rivers não for capaz de sumir com seus momentos de loucura, a equipe não durará muito em janeiro.

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  • Análise dos favoritos/zebra possível, Finais de Conferência e Super Bowl plausível, Tampa Bay Buccaneers: Antony Curti
  • Kansas City Chiefs/Seattle Seahawks/Baltimore Ravens/Cleveland Browns: Henrique Bulio
  • Washington Football Team: Gabriel Moralez
  • Green Bay Packers, New Orleans Saints, Pittsburgh Steelers, Los Angeles Rams: Deivis Chiodini
  • Indianapolis Colts, Buffalo Bills, Tennessee Titans, Chicago Bears: Roberto Guraib
  • Redação final: Antony Curti

Por fim, palpites para o Super Bowl LV:

Antony Curti: Kansas City Chiefs vs Green Bay Packers
Deivis Chiodini: Kansas City Chiefs vs Green Bay Packers
Henrique Bulio: Kansas City Chiefs vs New Orleans Saints
Gabriel Moralez: Kansas City Chiefs vs Green Bay Packers
Roberto Guraib: Buffalo Bills x Green Bay Packers

Palpite do site, no agregado: Kansas City Chiefs vs Green Bay Packers

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