O Miami Dolphins de 2008 é um dos maiores exemplos de virada de mesa da história. No ano anterior, a equipe teve apenas uma vitória, mas deu um salto de produção absurdo, conseguindo 11, batendo os Patriots, vencendo a AFC East e indo aos playoffs. Os principais responsáveis por isso foram o general manager Jeff Ireland e o head coach Tony Sparano, ambos recém-chegados a franquia da Florida. O último trouxe uma “inovação” que surpreenderia a NFL: as formações em wildcat.
As aspas são justas, visto que o sistema já era utilizado em níveis menores, como high school e college football, derivado do clássico esquema de singlewing. Consiste basicamente em colocar um running back recebendo o snap diretamente, enquanto um outro jogador (seja corredor ou wide receiver) vem em movimento: dessa forma, o primeiro pode entregar a bola, correr e até mesmo lançar. Essa fórmula um tanto quanto básica teve grande sucesso na NFL de 2008, com Ricky Williams e Ronnie Brown se destacando.
Não demorou para que outras equipes emulassem o que os Dolphins fizeram. Além disso, escolhas nos anos seguintes do Draft tiveram influência do fenômeno, com seleções que pudessem produzir no sistema. De formato simplório, a wildcat morreria rapidamente ao perder o fator surpresa, deixando prejuízo aos times que contrariam a tendência de uma NFL mais aérea.
Miami criou um universo paralelo
Inebriados pelo sucesso de 2008, os Dolphins ignoraram a sonora surra tomada nos playoffs para o Baltimore Ravens. O placar de 27 a 9 não expressa bem o que foi a partida, controlada o tempo todo pelo time de Ray Lewis. Brown e Williams tiveram somados minguadas 36 jardas corridas em 16 tentativas, não conseguindo nenhum ganho maior que 7. Era o prenúncio do fim, mas a comissão técnica e a direção de Miami simplesmente ignorou o fato.
