Hora do Café é a sua coluna matinal com um pequeno resumo do que aconteceu nos jogos de horário noturno da liga. A ideia é simples: saiba o que aconteceu no jogo da noite anterior enquanto toma seu cafezinho ao acordar cedo. O tema de hoje é a virada de cinema do Buffalo Bills no Sunday Night Football
“Nosso time não desistiu. Eu acho que tem gente que saiu do estádio, e está tudo bem, nós vamos ficar bem. Mas tenham fé na próxima vez.” Essa declaração foi dada pela grande estrela da semana 1, que utiliza o número 17 e joga pelo Buffalo Bills. Se Josh Allen abrisse campanha para a prefeitura de Buffalo nesta segunda-feira, ele teria votos suficientes para ser eleito já no domingo. Esse é o nível de idolatria que o quarterback dos Bills garantiu depois do que fez na noite deste domingo.
Allen foi o grande responsável por uma virada das mais impressionantes e improváveis. Quando restavam 4:48 no último quarto e o Baltimore Ravens vencia por 40-25, o modelo matemático da ESPN apontava que os Bills tinham 0,9% de probabilidade de vencer o jogo. Quando o cronômetro se encontrava zerado, o placar apontava 41-40 e a vitória para os donos da casa no que já nasce como forte candidato a jogo do ano.
Quem dormiu vai se arrepender.
Força imparável vs. Objeto móvel
Existe um certo sentimento de inevitabilidade com alguns momentos do futebol americano que você não consegue explicar, mas sabe quando ele está vindo. A campanha final do Buffalo Bills foi um desses: parecia que, mesmo com o placar favorecendo os visitantes, todo mundo sabia que Josh Allen ia orquestrar mágica. Foi brilhante, lindo de ver. E esperado pra um quarterback dessa qualidade.
Ravens e Bills nos deram o melhor jogo da pós-temporada de 2024 e conseguiram melhorar ainda mais o nível da disputa. Esse vai ficar marcado como o grande jogo de Josh Allen, que foi absolutamente sensacional nos 22 pontos que sua equipe marcou no último período. Ele voltou exatamente onde parou em 2024: sabendo exatamente como atacar as defesas, fazendo jogadas tanto pelo ar quanto por terra e, mais raro dentro de seus padrões, tomando melhores decisões e cuidando bem da bola. Essa continua a ser a grande diferença de Allen desde o início da última temporada.
Um dos paradoxos mais conhecidos da física é o do encontro entre uma força imparável e um objeto imóvel. Bem, na NFL não sabemos a resposta, porque se tem uma coisa que o Baltimore Ravens nos mostrou em tempos recentes é que o time jamais se colocaria na condição de objeto imóvel. Além das últimas duas derrotas para Buffalo, os comandados de John Harbaugh sofreram um grande número de derrotas em jogos onde obtinham boa vantagem e sentaram no placar. Além da óbvia problemática que se cria, fica difícil confiar no time quando a coisa aperta e os jogos se tornam grandes. Até porque…
Baltimore Ravens: conservador demais ou decisão certa?
Pode parecer uma eternidade, principalmente pensando em como o Pro Football e a NFL no Brasil mudaram desde então, mas lá em 2021 os Ravens enfrentaram um cenário parecido. Na Semana 2 da temporada, enfrentando Patrick Mahomes e o Kansas City Chiefs (de quem Lamar possuía carteirinha de freguesia), Baltimore vencia a partida por 36-35 com 1:05 restantes no cronômetro, uma quarta descida curta e a bola no campo de defesa. John Harbaugh, então, pediu tempo e perguntou se o quarterback queria arriscar aquela jogada. Ele concordou, a conversão aconteceu e os Ravens queimaram o relógio até o fim para a vitória.
O que isso tem a ver… bem, o cenário é praticamente o mesmo. Allen comandou três touchdowns ofensivos só no último quarto; os Ravens tinham uma 4th & 3 liderando por 40-38 na linha de 38 jardas. Dar a bola com tempo suficiente para Josh Allen nesse cenário realmente não me parece uma boa opção. É óbvio que o argumento contrário envolve o fato de Buffalo receber a bola praticamente em posição de field goal, porém, é também um risco válido quando você conta com Lamar Jackson e Derrick Henry no time.
Especialmente porque Baltimore tem sofrido bastante para encontrar formas de vencer Kansas City e Buffalo nos jogos importantes.
Enfim, é uma decisão que, pessoalmente, julgo conservadora demais—e como sempre digo, não sou o dono da verdade e opiniões contrárias são sempre válidas de discussão. Ainda assim, não consigo deixar de pensar na ocasião em que os Ravens realmente assumiram o risco para ganhar de um grande time e ficaram com a vitória, e de como um cenário extremamente parecido teve uma decisão mais conservadora que resultou em derrota.
Baltimore (0-1) joga em casa contra Cleveland (0-1) na Semana 2
Buffalo (1-0) joga em New York contra os Jets (0-1) na Semana 2
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