Hora do Café é a sua coluna matinal com um pequeno resumo do que aconteceu nos jogos de horário noturno da liga. A ideia é simples: saiba o que aconteceu no jogo da noite anterior enquanto toma seu cafezinho ao acordar cedo.
Esse era, supostamente, O Jogo do início da temporada. Dallas Cowboys e San Francisco 49ers eram considerados dois dos três membros da prateleira de cima da NFC e, baseado no forte nível das duas equipes, um pouco de equilíbrio era natural de se esperar.
Era.
Do início ao fim, Kyle Shanahan e Brock Purdy não deixaram dúvidas sobre quem é realmente favorito para a conferência e quem ainda precisa remar um pouco para alcançar as duas equipes finalistas no último ano. O Dallas Cowboys tem problemas para resolver; o San Francisco 49ers é capaz de encontrar várias soluções.
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Brock Purdy deixaria Gisele Bündchen orgulhosa
Num dos subtítulos mais clickbait que lembro de já ter escrito em muitíssimo tempo de Pro Football, Purdy me fez lembrar de Gisele Bündchen, a supermodelo brasileira e ex-mulher de Tom Brady. Quando o Tampa Bay Buccaneers venceu o Super Bowl LV, o sétimo título da carreira do quarterback e o primeiro sem Bill Belichik/New England Patriots, Bündchen perguntou ao seu então marido “O que mais você tem a provar?, numa clara referência a vencer o título sem Belichick.
Claro que precisamos dar as devidas proporções, porém o que mais Brock Purdy tem de provar? Outra exibição fantástica do quarterback dos 49ers, agora contra uma defesa considerada de altíssimo nível por todo mundo que acompanha NFL e que, até essa partida, cedeu em média apenas 10,3 pontos por jogo nas primeiras quatro semanas. Purdy correspondeu muito bem: 7/10 em passes que a bola viajou mais de 10 jardas além da linha de scrimmage, 166 jardas e 3 touchdowns[foot]Next Gen Stats[/foot]. Pressão? Não afetou. Precisão? Estava em dia. Decisões? Afiadas.
A esse ponto, quem não quer gostar de Brock Purdy continuará a usar os mesmos argumentos batidos, rasos e sem cabimento para justificar criticas a um quarterback que, semana sim, semana também, se prova capaz de liderar esse time a uma campanha de bastante sucesso. Se ele é um mero quarterback de sistema, por que outros não tiveram o mesmo sucesso? Jogar na NFL nunca é fácil, e se Kyle Shanahan coloca seu quarterback em situações mais favoráveis para que o ataque produza, ele não está fazendo mais que a obrigação dele. Não é demérito de Brock Purdy que seu treinador faz um bom trabalho.
Segunda prateleira
A maior lição que fica desse jogo é que os Cowboys não são tão bons quanto nós pensávamos que seriam – e tá tudo bem, errar é do jogo. O time não tinha qualquer resposta contra um adversário que dominou em todas as fases do jogo, enquanto Dallas não sabia de que lado estava vindo a pancada.
Dak Prescott deu um show de horrores em pleno horário nobre, criando ainda mais dúvidas sobre sua condição de levar os Cowboys até o paraíso. Foram três interceptações e pouco mais da metade de passes completos, com apenas dois completos em oito tentativas (1 TD, 2 INT) além das 10 jardas. Esse time não tem uma identidade ofensiva que faça sentido, já que não consegue alcançar o balanço entre passe/corrida que Mike McCarthy tanto buscou e não conseguiu ser efetivo em nenhum deles.
Outro ponto é que a defesa foi completamente aniquilada por Kyle Shanahan. Micah Parsons não conseguiu fazer nada contra Trent Williams e foi muito bem bloqueado no jogo terrestre, enquanto o restante da linha defensiva também gerou pouca pressão em Purdy. A secundária ficou vulnerável contra George Kittle (que deixou três touchdowns), Brandon Aiyuk e Deebo Samuel, todos com participação importante.
Esse jogo gera dúvidas reais no time de Mike McCarthy, que não pareceu pronto para competir contra um adversário do mais alto nível. Mesmo que o time seja bom o suficiente para chegar nos playoffs com tranquilidade, o Sunday Night Football foi um balde de água fria nos Cowboys.
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