Imagine que o Corinthians entre em crise e do nada resolve contratar o Craque Neto para ser seu técnico depois da demissão do anterior. De maneira interina, ao menos em tese, nosso Playmaker Grandson sairia da vida de comentarista para comandar o dia-a-dia do Timão mesmo sem nenhuma experiência anterior como técnico – apenas como ídolo do clube.
Basicamente, foi o que aconteceu em Indianapolis. Jeff Saturday é um dos grandes ídolos da história da franquia, sendo o center de Peyton Manning em basicamente todos seus anos como um Colt. Venceu o Super Bowl com o time, foi inúmeras vezes à pós-temporada e, tal como Manning, deixou a equipe em 2011 para rumar à free agency. Agora, voltou. De uma maneira um tanto quanto inesperada.
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Saturday chega com pompa de ser ídolo e de, óbvio, ter moral com o dono do time, Jim Irsay – um tanto quanto propenso a decisões não-ortodoxas, por assim dizer. Irsay ficou de saco cheio do carrossel de quarterbacks refugos do qual Frank Reich era fiador. Aí, alguém teria que pagar a conta. Reich pagou inteira.
Na chegada, resolveu fazer o básico.
Na chegada, resolveu fazer o básico. Primeiro, Matt Ryan voltou a ser o titular depois da estúpida experiência de Sam Ehlinger no posto – que era claro que não iria a lugar nenhum. Foi com um touchdown de Matt Ryan para Parris Campbell, deixando vários defensores no caminho, que os Colts conseguiram a vitória contra um quase-eliminado Las Vegas Raiders. Um feito que, matematicamente, mantém os Colts vivos na briga pelos playoffs. Afinal, era uma partida quase que de matar ou morrer.
Mas não só. Jonathan Taylor meteu um oi sumida para a NFL. Ele teve 22 carregadas ontem, maior marca desde a Semana 1. Seu número por carregadas, 6,68, foi o melhor na temporada. “Senti que tínhamos um ótimo plano em curso. Senti que todos os homens com quem falei sobre empoderamento, sobre a habilidade deles poderem fazer o que podem, eles todos apareceram”, disse Saturday. “Foi um dia incrível, é apenas uma vitória mas, pô, é difícil conseguir isso na NFL”, completou.
Matt Ryan voltou à titularidade neste domingo e com passe decisivo para Parris Campbell,
virou o jogo no último quarto.
Claro que a vitória tem um boost vindo do famigerado fato novo. Indianapolis é um time que sofre um tanto quanto bastante com lesões na temporada – Kwity Paye, com lesão no tornozelo, foi mais um agora – e Matt Ryan está passando longe de ser o quarterback que esperávamos. A linha ofensiva dos Colts, aliás, não chega perto do que era até ano passado.
A chegada de um novo treinador, pois, faz com que a energia circule de maneira diferente no vestiário e em campo. A maneira pela qual os Colts venceram – com Taylor renascendo, um TD para virar o jogo e todo o mais – demonstra isso. Mas o “fato novo” não costuma ser sustentável por si.
