A temporada de 2021 foi desastrosa para o Jacksonville Jaguars. Urban Meyer não conseguiu fazer nada de bom em sua primeira experiência na NFL e além de tudo minou o ambiente, conseguindo ser demitido após 13 semanas. Acusações de agressões verbais, problemas com treinadores assistentes e ser flagrado num bar com uma jovem moça – sendo que ele é casado – foram alguns dos episódios da passagem do treinador por Jacksonville. Desenvolver Trevor Lawrence? Nada, o calouro ficou lá, oscilando e sofrendo mais que deveria.
Uma mudança se fazia necessária e a chegada do experiente Doug Pederson trouxe alento para os torcedores. Todavia, um fato chamou atenção: a manutenção do general manager Trent Baalke. Algumas notícias durante a intertemporada indicavam que alguns treinadores entrevistados não queriam trabalhar com Baalke, que tem péssima fama como gestor desde seu trabalho em San Francisco 49ers. O começo da free agency mostrou que esses nomes não estavam errados: o GM saiu torrando dinheiro em jogadores medianos, em vez de investir em nomes que pudessem mudar o patamar da franquia.
Inflação em alta entre os recebedores
Pagar caro por jogadores que são levemente acima da média é um erro crasso e que faz times passarem anos no limbo. Por mais que às vezes a estrutura contratual permita se livrar de um jogador destes após 2 anos, o tempo perdido não tem como ser recuperado. Em um dia só, os Jaguars conseguiram pagar caro em dois wide receivers. Baalke não se contentou em errar uma vez na abertura da janela, ele quis provar que pode ser consistente e fazer dois contratos ruins na mesma posição em menos de 24 horas.
O primeiro deles é com Christian Kirk, ex-Arizona Cardinals. US$ 18 milhões de média – pode chegar a 21, se atingido metas – por um recebedor que teve 1000 jardas apenas uma vez na carreira, mesmo atuando numa equipe que preza pelo jogo de passe vertical. Seu contrato permite um corte antes da temporada de 2024, mas até lá serão 2 anos do contrato de Lawrence que terão passado. Por esse valor, era muito melhor ter feito uma oferta de troca por Amari Cooper, que tem peso de US$ 20 milhões e acabou trocado do Dallas Cowboys para o Cleveland Browns por escolhas de dia 3.
Para piorar, o outro nome contratado é o potente Zay Jones, que receberá US$ 8 milhões de média, podendo chegar a 10. Ele vem do Las Vegas Raiders, onde teve 700 jardas somadas nas duas últimas temporadas e nunca foi titular. A pergunta que fica é: o que Jones traz que algum novato ou mesmo Laviska Shenault (já no elenco) não tem? D.J. Chark, muito melhor e que estava no elenco até 2021, custou US$ 10 milhões ao Detroit Lions, provando mais uma vez como a mensuração dos Jaguars foi péssima. Todo dinheiro gasto de forma inútil na NFL acaba fazendo falta em outra parte do plantel.





