Com apenas uma vitória na temporada até aqui e após mais um atropelo no último final de semana, já é possível afirmar que a experiência Urban Meyer não deu certo no Jacksonville Jaguars. A campanha negativa até era esperada, já que a franquia está em reconstrução, no entanto, o time é apático e parece muito pior em campo do que no papel.
É possível contar nos dedos o que se salva na equipe. Desde a chegada de Meyer, as distrações extracampo, como a contratação de Tim Tebow e o não-retorno com a equipe após o jogo contra o Cincinnati Bengals, se tornaram mais comentadas do que ocorre dentro das quatro linhas.
O grande problema disso é que os Jaguars possuem Trevor Lawrence, a menina dos olhos de ouro do último Draft, e a manutenção de Meyer no cargo é problemática para seu desenvolvimento. Com tanta expectativa criada após a seleção do quarterback, faltam motivos reais para que o torcedor possa sorrir com o time.
Lawrence não é o culpado
Longe de dizer que o ano de Lawrence está sendo fantástico. Com 8 touchdowns, 9 interceptações e menos de 60% de passes completos, os números frios parecem desanimadores. Só que, apesar de serem nossos grandes auxiliares, os números não compreendem toda a realidade. Como diz Seth Wickersham em seu novo livro: “todos as estatísticas que os torcedores usam para definir seus jogadores não são reais. A única coisa real é o que acontece dentro de campo”.
É preciso saber dar contexto. Seria impossível exigir demais dele em um ambiente tão bagunçado e com pouco talento dentro de campo. Ele perdeu D. J. Chark por lesão, é pressionado em mais de 35% dos seus recuos de passe (e mesmo assim só sofreu 11 sacks, oitava melhor marca entre os titulares[foot]Pro Football Focus[/foot]) e tem a defesa menos eficiente da liga[foot]Football Outsiders[/foot]. Falta auxílio.
Ainda assim, Lawrence melhorou consideravelmente nas últimas semanas. Das 9 interceptações de Trevor, 7 vieram nos três primeiros jogos, quando encarou as fortes defesas do Denver Broncos e do Arizona Cardinals. De lá para cá, seu conforto dentro de campo foi outro: sua média de passes completos, por exemplo, foi de 65,2% nos últimos quatro jogos, bem melhor que no início da temporada[foot]Pro Football Reference[/foot].
