No início da última década, quando o Seattle Seahawks selecionou Earl Thomas, Kam Chancellor e Richard Sherman no Draft, nem mesmo o mais otimista dos torcedores imaginaria que o trio formaria uma das melhores secundárias da história. Se em 2010 a defesa permanecia como uma das piores da liga – 29ª no geral, em DVOA -, no ano seguinte, com a chegada de Sherman, a história começou a acontecer e o paradigma mudou completamente.
Em 2011, a secundária da franquia foi a nona melhor de toda a NFL e o trio começou a se destacar; em 2012, a unidade figurou entre as três melhores da liga, com Sherman e Thomas sendo selecionados ao seu primeiro All-Pro. É também este o ano em que Russell Wilson e Bobby Wagner chegam à equipe, tornando-a ainda mais efetiva.
O que marcaria a Legion Of Boom nos livros de história e no coração dos fãs, todavia, seria a temporada seguinte. Em 2013, seus membros atingiriam o auge técnico e levariam Seattle até o Super Bowl, contra um dos melhores ataques da história. É hora de observar o caminho da franquia até a grande final daquele ano.
Na temporada regular, dominância completa
Com um ataque muito competente, o talento da Legion Of Boom ficou ainda mais evidente. A secundária foi disparadamente a melhor da liga, Sherman e Thomas foram selecionados a mais um All-Pro e o cornerback liderou a liga em interceptações naquela temporada com 8 – Earl finalizou a temporada regular com 5 e Chancellor com 3.
Ademais, a dominância da unidade era tão grande que elevava o nível da linha defensiva, a qual, mesmo não sendo recheada de talento, também figurou entre as 10 melhores da NFL. Michael Bennett e Cliff Avril, por exemplo, terminaram o ano na casa dos 8 sacks.
Dessa forma, era muito difícil bater o time de Seattle e a franquia terminaria o ano com uma campanha 13-3, garantindo o primeiro lugar da divisão e da NFC. As derrotas da franquia vieram para o Indianapolis Colts de Andrew Luck – na única partida em que a defesa sofreu mais do que 24 pontos -, para o San Francisco 49ers de Colin Kaepernick e para o Arizona Cardinals.
O caminho para a final
Após a folga da primeira semana, os Seahawks enfrentariam o New Orleans Saints no Divisional Round. Se por um lado a Legion Of Boom não conseguiu interceptar Drew Brees, por outro limitou o quarterback à pouco mais de 55% de passes completos e a 15 pontos, todos no último quarto, quando a partida já estava decidida.
Na final da NFC, Seattle realizaria um clássico contra o San Francisco 49ers. Kaepernick fez uma excelente partida e a defesa dos Niners dificultou muito a vida de Russell Wilson, mas, na hora H, a secundária decidiu o confronto. Chancellor conseguiu uma interceptação com 7 minutos restantes, quando a partida estava 20-17 para Seattle, e Sherman realizou o lance mais emblemático dessa unidade nos últimos 30 segundos de jogo, quando conseguiu desviar um passe que resultou na interceptação de Malcolm Smith.
O melhor ataque contra a melhor defesa
O Super Bowl VLIII prometia ser uma das grandes finais da história. De um lado, Peyton Manning comandava o melhor ataque da liga após anotar 55 touchdowns na temporada regular; do outro, a Legion Of Boom. No fim das contas, a partida realmente marcou época, mas não da maneira esperada.
Desde o primeiro lance do confronto já podia-se perceber que a noite não seria do Denver Broncos. A defesa de Seattle não deu a menor chance para Manning e a franquia consagrou-se como campeã com uma tranquila vitória por 43-8. A tríade foi dominante durante toda a partida e conquistou o feito que a colocaria nos livros de história da NFL, como uma das melhores secundárias de todos os tempos.
O fim
O trio continuaria como a melhor secundária da liga nas duas temporadas seguintes, mas as coisas começaram a desandar. Em 2014, a Legion Of Boom levou Seattle a mais um Super Bowl, contra o New England Patriots, no qual aconteceria o fatídico passe na linha de 1 jarda. Três anos depois, Chancellor se aposentou após uma grave lesão no pescoço e Sherman deixou a equipe para se juntar ao rival 49ers. Por fim, em 2018, o último integrante, Earl Thomas, partiu para Baltimore, dando fim à rica e talentosa história da unidade.
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