As oito vitórias consecutivas do Kansas City Chiefs não vieram só porque Patrick Mahomes voltou a jogar bem. O conjunto da equipe está funcionando de forma quase que perfeita: uma defesa que força turnovers e consegue gerar pressão nos adversários, um ataque que voltou a acertar as big plays frente aos ajustes defensivos e uma linha ofensiva que dá a Mahomes a proteção necessária.
É a linha ofensiva que recebe os louros no texto de hoje. Os Chiefs promoveram uma reconstrução completa na proteção de seu quarterback após os problemas no Super Bowl LV, usando pra isso todos os meios possíveis: troca, free agency, Draft. Passada a maior parte da temporada regular, fica evidente que todo o investimento deu certo: o grupo é extremamente seguro na proteção para o passe e não deixa Mahomes em grande risco.
Sucesso no curto prazo, tranquilidade no futuro
A coisa mais assustadora ao assistir os Chiefs é pensar que esse é um time com quatro titulares na linha com contratos até, no mínimo, 2025. A única exceção é Orlando Brown Jr., o left tackle por quem Kansas City trocou escolhas de primeira e terceira rodada, então é quase que certo que o time não vai deixar ele sair no mercado. E, claro, Patrick Mahomes tem contrato até 2032.
A tempestade é perfeita. O time tem jogadores de altíssima qualidade protegendo Mahomes e a maioria desses jogadores custarão bem pouco por muito tempo. Existe espaço para evolução individual de todos eles e a tendência é que formem um grupo muito sólido por muitos e muitos anos.
Primeiro, os dois calouros – três, tecnicamente, mas já falaremos disso. Os Chiefs brilharam no Draft de 2021 quando adicionaram Creed Humphrey e Trey Smith, hoje center e right guard titulares. Os dois são surpresas gratíssimas no interior: Humphrey é uma força imensa no jogo terrestre e só cedeu um sack em 16 semanas. Se jogadores de linha ofensiva ganhassem o prêmio, ele seria o calouro ofensivo de 2021 sem qualquer dúvida. Smith, um calouro de sexta rodada, está dominando defensores no ponto de ataque e também fazendo um trabalho fantástico no jogo terrestre – ele cede mais pressões que Humphrey, só que não deixa de ser um desempenho incrível.
Lucas Niang, o right tackle, é o ‘calouro’ – tecnicamente ele está no segundo ano na liga, no entanto, Niang deu opt-out por conta da pandemia de COVID-19 em 2020, ficando afastado do time e sem um ano importantíssimo no seu desenvolvimento. Não parece que ele tenha sofrido por conta disso: Niang tem feito um trabalho sólido como, especialmente na proteção do passe, o que era seu maior trunfo saindo de TCU. Não é espetacular como Humphrey ou Smith, entretanto, ainda tem muito valor, especialmente no seu primeiro ano.
Os dois nomes restantes chegaram como veteranos estabelecidos e por preços altos: Brown por uma escolha de primeira rodada e o left tackle Joe Thuney num contrato de 5 anos e 80 milhões de dólares na free agency. Thuney tem justificado cada centavo: praticamente perfeito na proteção para o passe e muito eficiente abrindo espaço para os running backs, enquanto que Brown é o segundo melhor tackle da liga abrindo espaços para o jogo terrestre – é bem verdade que sua proteção para o passe tem causado preocupação, mas, bem, algum problema a linha precisava ter.





