Curti: Mar deixou de ser calmo: senso de urgência vai aparecer em Tampa?

Tal como ano passado, a complacência apareceu mais do que deveria – em 2020, o time acordou e embalou. Mesmo em meio a tantas lesões, o mesmo acontecerá em 2021 para Tom Brady & Amigos?

Em off, conversando com Deivis Chiodini depois de uma gravação de podcast, percebemos que todos os títulos de Tom Brady foram com alguma tempestade no meio do caminho. Claro, 2004 é uma exceção possível, mas mesmo assim havia a questão das vitórias seguidas e de certa forma, os Eagles eram os queridinhos da temporada.

Quando Brady chegou com “mar calmo” e sem contestações – leia: sem ter a força do ódio – seu time caiu pelo caminho. Foi assim em 2007, de forma mais magnânima, com o time invicto perdendo para os Giants após fazer apenas 14 pontos no Super Bowl. A questão é: a temporada estava muito calma. Derrotas aqui e ali, mas em casa tínhamos quase que vitórias automáticas para Tampa Bay.

O mar ficou bravo. Chris Godwin está fora da temporada regular, Mike Evans e Leonard Fournette também machucaram – e embora não estejam fora da temporada, não treinaram hoje. A pressão chegou e Brady caiu contra New Orleans no Sunday Night Football. De novo. De novo em casa. De novo sem produzir.

Começo do mar bravo

Em 2020, a queda para o New Orleans Saints foi o primeiro soluço de três que os Buccaneers sofreram no final da temporada. Ainda viriam derrotas para Los Angeles Rams e Kansas City Chiefs. O primeiro e o terceiro foram vingados nos playoffs – o segundo caiu na semifinal de Conferência.

É curioso notar que justamente antes da derrota calamitosa contra os Saints no ano passado houve um momento “salto alto” dos Buccaneers. A equipe era favorita por duas posses contra o New York Giants de Daniel Jones e no final do terceiro quarto, o time da Big Apple tinha a liderança.

Os Bucs viraram aquele jogo. Mas nas semanas seguintes, veio o choque de realidade. E, tal como ano passado, o calendário tinha dois encontros contra um fraco adversário divisional sanduichados por um dos piores times da NFL. Atlanta, Detroit, Atlanta. Neste ano, Carolina, Jets, Carolina.

É a oportunidade perfeita de afastar qualquer sentimento de crise. As derrotas “esquisitas” apareceram também em 2020, mas as lesões de 2020 vem sendo problema. Na primeira metade da temporada, a secundária foi visita frequente no departamento médico. Agora, os skill players de Brady. A verdade é que lesões acontecem para todos os times, mas aqueles que conseguem dominar os oponentes em meio a isso, bom, esses são os favoritos ao título.

Existe, portanto, uma oportunidade. É muito difícil que Tampa Bay consiga a folga. Os Packers têm uma vitória a mais na classificação e duas (8-2 vs 6-4) no primeiro critério de desempate, que é a campanha contra a NFC. Na prática, Tom Brady & Amigos precisam torcer por duas derrotas de Green Bay contra a NFC – algo difícil de imaginar, dado que o time pega Cleveland, Minnesota e Detroit. Perder duas vezes para um Saints sem Brees e com Taysom Hill/Trevor Siemian complicou esse sonho mais do que deveria.

Mas Tampa Bay ainda está na briga. Embora a defesa terrestre não seja mais uma das três melhores em dados estatísticos, é uma forte unidade. A secundária foi melhorando na medida em que foi ficando saudável. A defesa ainda é a segunda que mais pressiona os quarterbacks adversários. Tom Brady figurou entre os favoritos ao MVP por semanas. Um jogo não pode tirar Tampa Bay dos favoritos, embora seja um baque.

Na realidade, pode até acordar o time para temporada como os soluços de 2020 acordaram em dezembro. Ainda temos três semanas e ainda podemos ter uma dominância forte mesmo com as lesões. Se o mar bravo novamente fizer bom marinheiro na baía de Tampa, eles estarão mais no jogo do que nunca.

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