Mark Sanchez: Glórias, pesares e Butt Fumble

Marcado por um lance cômico, Sanchez passou por momentos vitoriosos antes de sucumbir ao fracasso. Sua carreira nos Jets nunca mais foi a mesma depois daquela jogada

O que fazer quando sua carreira na NFL é marcada por um lance inadequado? Escreva Mark Sanchez em qualquer agregador de pesquisa e imediatamente você será levada ao famoso butt fumblePoucos lembram que ele foi uma quinta escolha geral de seu Draft, chegou à duas finais de conferência e que bateu o New England Patriots de Bill Belichick e Tom Brady em uma pós-temporada.

Sanchez tem uma história especial e se tornou uma “lenda urbana” da NFL, ainda que nem sempre seja vista em sua totalidade. Como ele saiu de esperança de uma franquia para uma piada na liga?

Doce ilusão 

Jogando três anos por USC, Sanchez só foi titular de verdade em seu último ano na faculdade, quando levou sua equipe ao Rose Bowl, vencendo Penn State em uma grande exibição sua, passando para quatro touchdowns e correndo para mais um.

O último ano de Mark na universidade foi realmente especial. Ele só perdeu um jogo e teve apenas uma atuação de baixo nível. O problema é que um prospecto com potencial tornou-se protótipo de salvação em uma equipe que precisava de uma esperança – e assim, Sanchez surge como alento para a torcida do lado verde de New York.

Atuar na conferência de Brady e Belichick não era missão fácil na época. Mesmo quando faziam campanhas positivas, os Jets sofriam. Nem mesmo a presença de Brett Favre em 2008 fez o time engrenar. Sanchez, um passador com um ótimo retrospecto universitário, surge então como a solução. Em sua primeira temporada, leva a equipe a ter uma campanha 9-7, chega à pós-temporada, bate o Cincinnati Bengals e o San Diego Chargers e só para na final da AFC ao ser derrotado pelo Indianapolis Colts de Peyton Manning.

Na época, sequer parecia um fracasso. Em sua primeira temporada, Mark fez a franquia conseguir uma ótima corrida nos playoffs, mesmo em meio à atuações tenebrosas – mas nós já falaremos delas. Ele era só um calouro e a expectativa para o próximo ano era de evolução. E, então, chegamos a um ponto interessante: Sanchez continuou jogando (bem) mal na maior parte das partidas, mas os Jets, de novo, atingiriam a Final de Conferência.

Nesse meio de caminho, um triunfo na Semifinal contra os Patriots, fora de casa, no que seria o grande momento da carreira do quarterback até então. Em grande partida defensiva de New York, Sanchez passou para três touchdowns e não cometeu turnovers. Uma atuação impecável que fez a ilusão chegar ao topo até outra derrota na final da AFC, dessa vez para o Pittsburgh Steelers – o quarterback teve atuação sólida, mas não foi o suficiente.

Daí em diante, tudo descarrilhou.

Final melancólico 

Quando parecia que Sanchez poderia ser um quarterback mais consistente, ele fez a conversão para o caminho contrário. Suas péssimas partidas continuaram fazendo parte de seu repertório, mas agora ele não possui mais corridas profundas em playoffs para salvá-lo ao fim da temporada. A derrota para Pittsburgh, inclusive, seria sua última aparição em playoffs.

Após dois anos seguidos de campanhas medíocres, Sanchez se lesionaria na pré-temporada em 2013 e não entraria em campo naquele ano. Estava ali findada sua relação com a equipe. O mencionado Butt Fumble foi um de seus últimos momentos com o time e por isso também é tão lembrado.

Um dos lances mais extravagantes da história da liga tornou-se a marca preponderante de um quarterback que nunca conseguiu se firmar.

As chances que possuiria nas temporadas seguintes só reafirmariam o mesmo quarterback de sempre: oscilante, viciado em turnovers e pouco confiável. Ademais, sua imagem já estava manchada. Seja pelo Philadelphia Eagles, pelo Dallas Cowboys ou mesmo pelo Washington Commanders, Mark nunca conseguiu se firmar. Finalizou sua história na liga com mais interceptações (89) do que touchdowns (86) e marcado por um lance que ninguém gostaria de possuir no histórico.

A história e marcada por personagens e Sanchez, com toda certeza, é um dos mais marcantes deles. Entre glórias (poucas) e pesares (muitos) ele está registrado para sempre nas mentes dos amantes da NFL.

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