A temporada regular começou há apenas duas semanas, mas já podemos dizer que 2016 é o ano dos quarterbacks calouros na NFL. Por exemplo, existe uma possibilidade grande de que quatro rookies iniciem as partidas da semana 3 como titulares nas suas equipes, um número realmente expressivo. Em Dallas, Dak Prescott continuará substituindo o lesionado Tony Romo. Carson Wentz seguirá como o dono absoluto da posição em Philadelphia. Cody Kessler fará sua prematura estreia nos Browns por conta das contusões de Robert Griffin III e Josh McCown. Por fim, Jacoby Brissett tem tudo para herdar a titularidade em New England devido à suspensão de Tom Brady e o problema no ombro de Jimmy Garoppolo.
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Como podemos notar, os calouros estão ganhando espaço em diversas franquias, embora na maioria das vezes isso ocorra mais por necessidade emergencial do que por pura opção dos treinadores. Seja como for, nomes como Prescott e Wentz, os únicos da lista acima que efetivamente já entraram em campo, vem impressionando neste começo de temporada. Ambos estão conseguindo comandar muito bem o ataque dos seus times, quebrando recordes e vencendo jogos. Neste texto vamos falar um pouco mais detalhadamente sobre o desempenho dos dois jovens signal callers até aqui, salientando como eles estão sendo importantes para manter a NFC East equilibrada e competitiva.
Prescott está confirmando a boa impressão da pré-temporada
Dak provavelmente foi o jogador mais impressionante de toda a pré-temporada. O calouro foi quase perfeito enquanto esteve em campo, tanto que quando Romo se machucou na semana 3 ninguém teve dúvidas de que ele seria o substituto do veterano. Contudo, naturalmente havia questionamentos se Prescott conseguiria manter o alto nível na hora que as partidas fossem para valer.
Após duas semanas de temporada regular, a incerteza diminuiu bastante, pois o quarterback teve apresentações sólidas e consistentes diante de dois rivais de divisão. Contra os Giants, Prescott foi ajudado por um plano de jogo mais conservador, baseado em lançamentos curtos (27 dos seus 45 passes viajaram menos de nove jardas pelo ar). Ele sofreu um pouco com a falta de pontaria, sobretudo nas ocasiões em que foi pressionado (35% de aproveitamento nos passes nesta situação). Deste modo, terminou a partida com uma média ruim de cinco jardas por tentativa de passe. Ainda assim, Dak foi capaz de manter Dallas no confronto e fazer o ataque caminhar, inclusive tendo a chance de buscar a vitória na última posse de bola da equipe (o que não aconteceu).
Já no triunfo contra Washington seu desempenho foi superior. Embora tenha sofrido quatro sacks, Prescott se comportou muito melhor quando pressionado (75% de aproveitamento nos passes). O problema de pontaria também foi amenizado (índice geral 73% de passes certos). Além disso, sua média de jardas por tentativa de passe subiu para 9,7. Ele não lançou nenhum touchdown, mas em compensação entrou uma vez na end zone pelo chão.
O grande mérito do quarterback até agora é estar cuidando muito bem da bola. Dak não passou para nenhum touchdown em duas partidas, algo longe de ser o ideal, entretanto também não sofreu nenhum turnover – um problema crônico de todos os substitutos anteriores de Romo. Já são 75 tentativas de passes consecutivas sem nenhuma interceptação, um recorde da NFL para um calouro em seus dois primeiros jogos como profissional.
Além de ser uma grande aposta para o futuro da franquia, Prescott vem dando resultados imediatos. Com o jovem atuando bem, mantendo o ataque competitivo e vencendo duelos importantes, os Cowboys possivelmente estarão em boas condições de brigar pela NFC East quando Tony Romo se recuperar – sim, ele voltará como titular. Hoje, Dallas está apenas uma vitória atrás de Giants e Eagles, os líderes da divisão.
Carson Wentz é uma das maiores surpresas de 2016
Tendo atuado em uma universidade da “segunda divisão” do College Football (North Dakota State) e perdendo quase a preseason inteira por conta de uma lesão, Wentz tornou-se o quarterback titular dos Eagles após Sam Bradford ser trocado às vésperas do início da temporada regular. A receita para a tragédia parecia certa, pois várias pessoas apostavam que o jovem ainda não estava pronto para jogar na NFL. Duas semanas depois, as opiniões mudaram bastante.
Wentz foi brilhante nas vitórias contra Browns e Bears. Os críticos poderão dizer que Cleveland e Chicago não são os times mais desafiadores da NFL, mas ainda assim as performances do signal caller foram dignas de muitos elogios. Ele mostrou uma ótima postura, boa tomada de decisão e capacidade de lançar belos passes (43 de 71 passes certos e três touchdowns). Seus números até poderiam ser superiores se não fossem os constantes drops dos recebedores de Philadelphia. Mais importante que isso, Carson está cuidando bem da bola. Havia a preocupação de que ele pudesse se tornar uma máquina de turnovers, porém este não é o caso até agora. Na verdade, Wentz é o primeiro quarterback calouro desde 1970 a ganhar seus dois primeiros jogos da carreira sem lançar uma interceptação.
Obviamente existem pontos a serem melhorados. Sua porcentagem de passes certos (60%) e média de jardas por tentativa (6,6) está abaixo do desejado. Ademais, Wentz tem uma tendência a se expor demais, levando pancadas desnecessárias enquanto tenta conseguir algumas jardas extras, uma atitude que cedo ou tarde acabará ocasionando uma lesão – certamente os torcedores dos Eagles se lembram da época de Michael Vick. Em todo o caso, o início da trajetória do quarterback em Philadelphia é bastante animadora. A equipe soma duas vitórias e está empatada com os Giants na liderança da divisão. Se o jovem mantiver este nível de jogo contra times mais fortes, os Eagles continuarão sendo candidatos ao título da NFC East.
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