Prévias 2021: Tagovailoa tem elenco que precisa, agora é mostrar serviço

Miami deu um forte voto de confiança à Tua Tagovailoa ao abdicar de escolher um quarterback no topo do Draft de 2021. Ele precisará melhorar muito em seu segundo ano para afastar dúvidas.

training camp, Dolphins

Não dá pra dizer que a temporada 2020 do Miami Dolphins foi um fracasso, afinal a equipe deu continuidade ao projeto de reconstrução iniciado em 2019 com um salto de vitórias e até mesmo terminou com campanha positiva. Só que foi um ano estranho, especialmente pela sensação amarga que ficou na semana 17.

Tua Tagovailoa ganhou um fortíssimo voto de confiança da organização no último Draft, e o seu entorno melhorou. É bom que ele corresponda

DRAFT E FREE AGENCY 2021: Miami seguiu o modus operandi corretíssimo: quer ajudar seu quarterback, então torne a situação dele mais fácil. A free agency trouxe o excelente Will Fuller para ajudar a esticar as defesas adversárias e fazer com que Tagovailoa solte o braço com mais frequência. No Draft, mais um recebedor de qualidade em Jaylen Waddle e proteção na forma de Liam Eichenberg, além dos talentosos defensores Jaelan Phillips e Jevon Holland.

Algumas subtrações no lado defensivo, como Kyle Van Noy e Shaq Lawson, não farão tanta falta a equipe como os nomes podem parecer, especialmente porque Lawson chegou a partir de uma troca na qual os Dolphins levaram vantagem. Enfim, não é como se Miami não tivesse perdido talento, mas creio que as subtrações terão menos efeito que as adições.

Principal reforço: Jaylen Waddle, WR. Parceiro de Tagovailoa desde Alabama, Waddle é uma máquina de jogadas explosivas. Com velocidade e agilidade fora do comum, Waddle não só servirá como (mais uma) arma vertical para Miami como ele também brilha conquistando jardas após a recepção.

Principal perda: Ryan Fitzpatrick, QB. Miami apostou forte em Tagovailoa – um momento correto, diga-se – e continua apostando que a evolução do segundanista virá de forma gradativa. Dito isso, é inegável que Fitzpatrick foi o melhor quarterback dos Dolphins em 2020 e era a rede de proteção da equipe no final dos jogos. Miami não tem mais isso.

Evolução de Tagovailoa ditará ritmo do ataque

Tem várias óticas possíveis para a temporada de calouro de Tagovailoa. Fico com a mais simples e positiva: para um jogador calouro e que vinha de grave lesão, assumir um time na situação de pressão que os Dolphins viviam seria muito difícil dar certo – sem contar que a situação ficou ainda pior quando ele teve outro problema de saúde durante o ano. Se ele deveria ter assumido, não é uma discussão para as prévias de 2021.

Certo é que Tua tem experiência em campo agora e total confiança da franquia para produzir. Tudo que ele mostrou em Alabama dá esperança para Chris Grier e Brian Flores de que ele levará o time ao outro patamar. Melhor ainda, Grier não dormiu no ponto e muniu o time com peças importantes à volta de Tagovailoa.

Jaylen Waddle e Will Fuller serão titulares desde a semana 1 e possuem características parecidas, em especial a velocidade – embora Fuller seja mais efetivo verticalmente enquanto Waddle produz com a bola nas mãos. São vários pontos a ganhar aqui: primeiro, estressar a defesa verticalmente faz com que surjam mais opções nas zonas curtas. Segundo, os próprios passes verticais. Em 2020, os passes de Tagovailoa viajaram, em média 7,9 jardas por tentativa[foot]Next Gen Stats[/foot], a 28ª maior marca da NFL. Com recebedores mais rápidos, obviamente fica mais fácil lançar em profundidade, aumentando a média.

O braço de Tagovailoa é forte o suficiente para atacar defesas verticalmente, então isso não deve ser um problema. Já na primeira partida da pré-temporada, ele estava arriscando bem mais e parecia se movimentar bem melhor do que em 2020. Situações diferentes, evidentemente, mas não deixa de ser um sinal animador. O que Tua precisa fazer é ser mais consistente executando o ataque de modo geral: tomando decisões, não se desesperando no pocket, explorando matchups favoráveis. Estar enferrujado depois da lesão não é desculpa.

Para que o ataque dos Dolphins consiga imprimir mais ritmo, a linha ofensiva é ainda mais importante do que os skill players. Em apenas 51% das jogadas os quarterbacks dos Dolphins tinham ao menos 2,5 segundos no pocket antes de serem pressionados, a 5ª pior marca da liga[foot]Pass Block Win Rate, ESPN[/foot]. Tua lançava a bola, em média, 2,55 segundos após o snap. Não é que o ataque de Miami era baseado em jogadas curtas e rápidas, e sim que ele não tinha tempo para explorar o campo.

Liam Eichenberg chegou via Draft, Greg Little chegou via troca, Robert Hunt e Austin Jackson foram escolhas de top-40 no ano passado. Jesse Davis é o right tackle titular e Michael Deiter, o center, dois jogadores pouco móveis e que não adicionam tanto assim no jogo terrestre. Os 4 primeiros nomes citados foram todos escolhas de primeira ou segunda rodada desde o Draft de 2019. Com Jackson o provável left tackle titular, Miami precisa achar alguma fórmula para solidificar o interior com Eichenberg, Little ou Hunt. É o passo mais importante para Tua ser protegido.

Defesa deve manter patamar sólido em 2021.

Não acredito que a defesa dos Dolphins dará um grande salto de qualidade em 2021 assim como não acredito que haverá uma grande regressão após a saída dos nomes que foram citados na introdução do texto. É um grupo com jogadores interessantes, alguns poucos buracos e comandado por um excelente treinador defensivo, então prevê-se que a solidez defensiva será mantida em 2021.

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