Semana de feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos e o fã de futebol americano sempre é premiado, com a rodada tendo começado com três jogos na quinta-feira. Como se não bastasse isso logo no meio da semana, o domingo foi recheado de grandes confrontos e que tão impacto direto na briga pelos playoffs. Vamos as 5 principais lições que tirei dessa semana 13 da NFL.
1- Mike Tomlin merece mais respeito
Por muito tempo, acreditei que Mike Tomlin era um treinador superestimado. Confesso que achava que grande parte das suas conquistas vinham de boas montagens de elenco pelo front office e de grandes performances individuais. Nunca o achei ruim, que frise-se. Porém, achava que era exagero colocá-lo entre os melhores da liga. Meu temor é que quando houvesse menos talento ao seu redor, ele não entregasse nada.
Pois bem, esta temporada está me fazendo mudar de ideia. Depois de entender que ele por muitas vezes conviveu com um vestiário que mais parecia um barril de pólvora – com Ben Roethlisberger, Antonio Brown e Le’Veon Bell entre outros – sem jamais deixar a bomba explodir, Tomlin tem feito os Steelers brigarem pela vaga nos playoffs tendo Mason Rudolph e Devlin Hodges como seus quarterbacks. Fora isso, montou uma bela defesa. Mais amor por Tomlin, por favor!
2- É hora de Adam Vinatieri dar tchau
Uma das coisas mais difíceis na vida de um ser humano é parar de fazer algo que ama, seja por doença, idade ou mesmo falta de tempo. Em 2017, parei de ser treinador de futebol americano no Brasil. Já eram 10 anos nos campos, o tempo estava escasso e eu sabia que era melhor preservar minha história. Nem por isso foi menos dolorido. Talvez seja por isso que Adam Vinatieri, kicker do Indianapolis Colts, esteja passando. Mas que é hora de parar, isso é.
Na derrota para o Tennessee Titans, Vinatieri só acertou um field goal de quatro tentados. Na temporada seu aproveitamento é de 68% nos field goals e 78% nos extra points. Esses números são pífios e mancham a carreira de um dos melhores kickers de toda história da NFL, além de custar caro aos Colts. Vinatieri, você já ganhou quatro Super Bowls e tem inúmeros recordes na carreira. Pare, seu lugar na história está garantido.
3- Kliff Kingsbury acha que ainda está na Big 12
Apenas para contextualizar para quem não acompanha tanto o futebol americano universitário: a Big 12 é um conferência grande e recheada de universidades notáveis como Oklahoma e Texas, que tem como marco ataques explosivos e defesas terríveis. Kliff Kingsbury, head coach do Arizona Cardinals, treinava Texas Tech antes de ir para NFL e a defesa de seu time era uma das piores…da Big 12!
Pois bem, a mentalidade de não se importar com o lado defensivo da bola parece que segue a mesma em Kliff. Primeiro, ele aceitou Vance Joseph como seu coordenador defensivo, uma afronta a qualquer coisa boa. Neste final de semana, os Cardinals ressuscitaram Jared Goff, cedendo 424 jardas ao quarterback do Los Angeles Rams. O time de Arizona é o que mais cede jardas por jogo na liga. Kliff, isso é NFL: ou você muda ou sua vida por aqui será bem complicada.
4- O Philadelphia Eagles precisa de uma sacudida
Muitas vezes num time na NFL, coisas estranhas começam a acontecer: existe talento, mas o time não consegue produzir nada. Os treinadores são bons nomes e vem de grandes trabalhos num passado recente, mas mesmo assim não conseguem colocar nada de novo na mesa e tudo que tentam parece ser a escolha errada. Isso é o que está acontecendo o Philadelphia Eagles.
A derrota para o Miami Dolphins é a prova disso. Claro que a secundária precisa de mais talento e que o time precisa de adições no corpo de wide receivers, mas ainda assim é um time muito melhor que os Dolphins. Perder um jogo desses não é normal. Doug Pederson ainda tem crédito para comandar uma reconstrução, mas trocar os coordenadores seria um bom começo para uma mudança na Philadelphia. Eu aposto que ela vem em 2020.
5 – Precisamos aprender a ter mais calma ao avaliar novatos
Na mesma semana em que Drew Lock estreou como quarterback do Denver Broncos com uma bela vitória sobre o Los Angeles Chargers, Daniel Jones teve uma tarde muito dura na derrota para o Green Bay Packers, com três interceptações. Isso me fez lembrar que Jones também teve uma estreia dos sonhos, com uma vitória sobre o Tampa Bay Buccaneers e que na época gerou muito hype sobre seu status na NFL.
Disto tudo, me vem uma reflexão: precisamos ter mais paciência na avaliação de calouros. Cobramos que a maioria dos calouros produza bem no primeiro ano, com o argumento de que “foi uma escolha alta”. É exagero por parte de todos nós. Pessoas se desenvolvem em novos ambientes e situações em velocidades diferentes. Calouros que chegam bem na liga são minoria e não maioria. Tenhamos mais paciência, seja para avaliações positivas quanto negativas.






