O New York Giants conseguiu um dos tickets premiados do carrossel de técnicos ao fechar com Brian Daboll, coordenador ofensivo do Buffalo Bills considerado o principal responsável pelo desenvolvimento de Josh Allen nos últimos anos. É uma ótima contratação pra fechar a reconstrução do front office com peças vindas de Buffalo: uma semana antes, os Giants também fecharam com Joe Schoen para general manager – ele era assistente da mesma função nos Bills.
A chegada de Daboll tem nome, objetivo e endereço definidos: a esperança da organização é fazer com que ele repita o sucesso no desenvolvimento de Allen e consiga salvar a carreira de Daniel Jones junto da franquia. Os Giants não possuem muitos métodos pra investir na posição de quarterback no mercado, e o nível da próxima classe do Draft não impressiona, então ao menos a franquia fez uma boa contratação pra salvar o que já está por lá.
Histórico ajuda, mas…
Quando Daboll foi contratado de Alabama para assumir o ataque do Buffalo Bills em 2018, você talvez não se lembre que o titular na semana 1 era Nathan Peterman ao longo de toda a intertemporada – ou seja, o ataque não era montado para o que Allen fazia de melhor. Ao longo do ano, o coordenador fez um trabalho fantástico adaptando conceitos e chamadas ao que Allen fazia de melhor, mesmo que o tempo pra isso fosse escasso.
Ao longo dos 4 anos em Buffalo, o que vimos de Daboll foi um trabalho exemplar na montagem de seus ataques. Ele estressava muito bem as fortalezas de seu elenco – e principalmente do quarterback, no caso Josh Allen – ao passo que não mantinha um sistema fácil para as defesas defenderem. Com repetições e treino, Allen desenvolveu seu potencial, contrariando as expectativas – inclusive deste que vos escreve.
É basicamente isso que os Giants esperam de seu novo head coach na questão ofensiva: que Daboll faça a mesma montagem de um sistema ofensivo para Daniel Jones no qual ele consegue ampliar o que Jones faz de melhor. O novo treinador, inclusive, já até perguntou ao seu quarterback o que ele gostou de rodar nos três primeiros anos de NFL e em Duke pra que o sistema ofensivo seja construído a partir disso. É um ótimo início pra essa relação.
O que precisa ficar claro é que Daniel Jones não é Josh Allen, e que um salto de produção de Jones para a elite da liga é uma coisa impensável, quase impossível. O quarterback dos Giants mostrou problemas demais nos seus anos de NFL pra que ‘apenas’ um novo treinador seja a solução, por melhor mente ofensiva que Daboll seja. O toque de Midas aqui seria transformar Jones num quarterback minimamente consistente e que pode dar ao time a chance de vencer, porém esperar que ele vire um grande jogador, francamente, é sonhar demais.





