Steal (barganha) é o termo normalmente utilizado para designar escolhas baixas do Draft que se destacam e rendem muito mais do que o esperado, ou seja, são aqueles jogadores não muito conhecidos ou valorizados que acabam se tornando estrelas. Um dos steals mais famosos da história da NFL aconteceu no Draft de 2000, quando o New England Patriots selecionou o quarterback Tom Brady na sexta rodada com a 199ª escolha geral. Mais recentemente, podemos citar vários outros exemplos como Antonio Brown, Richard Sherman etc.
Fora o significado explicado acima, o termo também pode ser usado para caracterizar atletas bem cotados que por algum motivo qualquer acabam despencando no Draft, saindo em rodadas ou posições inferiores ao que era projetado originalmente. Por exemplo, o linebacker Justin Houston caiu para terceira rodada do Draft de 2011 após ser pego no exame antidoping do Combine.
No final das contas, o que define ou não um jogador como steal é o seu desempenho dentro de campo, por isso ainda é impossível dizer com certeza absoluta quais serão os casos de 2016. Entretanto, não custa nada fazer algumas previsões. Confira.
Veja tudo sobre a nossa cobertura do Draft
Laremy Tunsil, OT – Miami Dolphins – 13ª escolha (primeira rodada)
Tunsil foi durante muito tempo apontado como o melhor tackle da classe e um fortíssimo candidato para a primeira escolha geral – aliás, alguns especialistas chegaram até mesmo a considerá-lo jogador mais talentoso do recrutamento. Tudo ia bem e corria dentro da normalidade até minutos antes do Draft, quando, depois de ter a sua conta do Twitter hackeada, um vídeo do prospecto de Ole Miss fumando maconha com uma máscara de gás foi divulgado na internet.
Por conta disso, Tunsil entrou em queda livre, por exemplo, não sendo selecionado por Baltimore na sexta posição geral devido ao bizarro vídeo – pelo menos esta é a informação oficial trazida por Adam Schefter, insider da ESPN norte-americana. O offensive lineman acabou caindo no colo dos Dolphins na metade da primeira rodada e, caso demonstre que isso não passou de um incidente isolado, pode ter sido um dos grandes steals do Draft. A boa notícia é que ele não tem histórico de problemas com drogas.
Myles Jack, LB – Jacksonville Jaguars – 36ª escolha (segunda rodada)
Era esperado que Jack saísse do Top 10 graças à sua lesão no joelho, porém sua queda até a segunda rodada do Draft pegou todo mundo de surpresa. Existem algumas preocupações quanto à sua durabilidade, principalmente após ele mesmo ter admitido que pode precisar de uma nova cirurgia no joelho em algum momento do futuro.
Seja como for, Jacksonville decidiu que valia a pena correr o risco com a 36ª escolha geral e isso pode trazer ótimos frutos, pois Jack, apontado como um dos melhores jogadores defensivos disponíveis, é um linebacker moderno, completo e capaz de mudar uma defesa. A decisão dos Jaguars foi praticamente um consenso entre os especialistas.
Jaylon Smith, LB – Dallas Cowboys – 34ª escolha (segunda rodada)
Jaylon Smith vive uma situação de certa maneira parecida com a de Jack, mas seu caso é mais grave. Antes visto como um dos principais nomes do recrutamento, o linebacker ex-Notre Dame machucou o joelho seriamente em um Bowl Game disputado no último dia 1º de janeiro, rompendo ligamentos e sofrendo danos nos nervos. A expectativa é que Smith precise ficar 2016 inteiro de molho e ninguém sabe exatamente se ele voltará a ser o mesmo jogador de antes.
Dallas apostou bem alto o draftando no topo da segunda rodada, em uma decisão questionada por muitas pessoas. Caso Smith recupere a velha forma, Jerry Jones, dono e general manager dos Cowboys, será tratado como um gênio, contudo se as coisas derem errados ele será bombardeado de críticas.
Andrew Billings, DT – Cincinnati Bengals – 122ª escolha (quarta rodada)
Billings era considerado um talento de segunda rodada ou até mesmo final de primeira, porém acabou despencando até o terceiro dia do Draft por não ser visto como tão útil no pass rush – com a NFL se tornando uma liga predominantemente aérea, isso é um defeito grave. Em todo o caso, ele é uma grande força contra o jogo corrido e um dos melhores defensives tackles da classe, então foi um ótimo valor para os Bengals na quarta rodada.
Sheldon Day, DT – Jacksonville Jaguars – 103ª escolha (quarta rodada)
Day teve uma carreira produtiva em Notre Dame e tem como característica o que falta para Billings: capacidade de penetração e pass rush. O defensive tackle não chegará na liga cercado de atenção, mas no futuro ele pode se mostrar um grande achado de Jacksonville na quarta rodada.
Devonte Booker, RB – Denver Broncos – 136ª escolha (quarta rodada)
Antes do Draft apontado por muitos como o terceiro melhor running back disponível – atrás apenas de Ezekiel Elliott e Derrick Henry -, Booker foi apenas o quinto atleta da posição a ser selecionado. Provavelmente isto aconteceu devido à sua lesão no menisco, sofrida na temporada passada. Melhor para o Denver Broncos, que conseguiu um corredor de muita qualidade (talvez um futuro titular) no final da quarta rodada.
Scooby Wright III, LB – Cleveland Browns – 250ª escolha (sétima rodada)
Dono de uma produção espetacular na universidade de Arizona em 2014 (163 tackles totais, 29 tackles para perda de jardas, 14 sacks e seis fumbles forçados), Scooby pouco atuou em 2015 por conta de lesões. Esta deve ter sido a principal razão para sua queda até o final do Draft, afinal ele era projetado como uma pick de quarta ou quinta rodada. Wright pode não ser o inside linebacker mais técnico ou físico, mas tem bons instintos e sabe fazer jogadas. Ótima escolha e quem sabe um steal de Cleveland.





