Trevor Siemian foi escolhido na sétima rodada do Draft. Hoje, (no papel) é o quarterback titular do Denver Broncos. John Elway parece ter usado do mesmo expediente neste ano: na última escolha dos Broncos o general manager escolheu um quarterback novamente. Siemian caiu naquele Draft de 2015 muito por conta de lesões. O escolhido de 2017, também. Mas não só isso.
Estamos falando do sobrinho de Jim Kelly (companheiro de Elway na prodigiosa classe de 1983, que também contou com Dan Marino). Chad Kelly é um dos prospectos mais polarizantes deste ano. Chad tem um braço forte, do “pedigree” do tio e uma habilidade boa de se mover no pocket. Ainda como virtudes, os bons jogos que fez contra defesas fortes da Conferência SEC – especialmente vitória contra a titã Alabama Crimson Tide.
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É aí que talvez more o perigo. Chad não é aquele cara com ética profissional de Peyton Manning. Neste sentido – e no sentido “gamer” – sua comparação mais lógica – até pela vitória contra Alabama – é com Johnny Manziel. Não, ele não é pirotécnico fora do pocket como Manziel. Mas fora de campo talvez o seja. Digamos que a “capivara” de Kelly seja extensa. Várias suspensões, foi expulso de Clemson e rotulado por um treinador de lá como um egomaníaco. Um general manager da NFL o rotulou com “complexo de super-homem”.
Um pouco depois de chegar em Ole Miss, foi preso por conduta desordeira. O episódio é lamentável em todos os sentidos: Kelly foi abordado pela polícia após ser expulso de uma boate e disse que iria pegar sua Ak-47 no carro e “spray” o lugar com balas – isso enquanto resistia à prisão. Em novembro de 2016, apareceu uma foto com ele enrolando um cigarro de maconha – ele alega que a foto tem anos.
Ainda, Chad foi diagnosticado com déficit de atenção com hiperatividade (uma doença tratável, mas que não tem cura). O ataque de Ole Miss foi um tanto quanto simplificado para acomodar isso – era aquele ataque de spread clássico, com poucas leituras.
Calma, tem mais. Ele rompeu o ligamento anterior cruzado do joelho (ACL) e passou por cirurgia, da qual ainda está se recuperando. E tem parte boa? Bom, considerando que ele foi a última escolha do Draft – experiência que deve fazer com que ele repense o complexo de super-homem – há. O braço é ótimo, o físico também. Ele tem atleticismo para estender jogadas.
Digamos que Chad seja um híbrido entre Brett Favre dentro de campo e Johnny Manziel fora dele. Compensa a aposta dos Broncos? Sim. É literalmente a última chance que ele vai ter. Como Kelly seguirá daqui para frente, cabe apenas a ele mesmo.
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