Necessidades no Draft: AFC East

A AFC East é totalmente dominada pelo New England Patriots. Desde o início deste século (que foi quando Tom Brady virou o titular) foram 13 títulos de divisão conquistados. Os únicos que desbancaram Brady e companhia no período foram o New York Jets, no segundo ano de Brady como titular, e o Miami Dolphins, no ano do Wildcat e da contusão do futuro Hall da Fama. Fora isso, o domínio dos Patriots é avassalador: já são quatro anos seguidos com 12 vitórias e quatro derrotas.

Este ano podemos ter alguma surpresa? Afinal, Tom Brady está suspenso pelos quatro primeiros jogos da temporada. Mesmo com a suspensão, o favoritismo continua com New England. Todas as franquias possuem problemas pontuais e que precisam ser levados em conta. A única franquia com estabilidade na posição de quarterback, o Miami Dolphins, possui um elenco cheio de free agents e com mais buracos que os seus adversários. Deve faltar entrosamento no início do ano. Já Buffalo Bills e New York Jets possuem grandes questões na posição de signal caller – que devem ser estender ao longo do ano.

Acompanhe mais da nossa cobertura do Draft de 2016.

Mesmo com um cenário não muito favorável, todos sabemos que o Draft pode mudar tudo. Boas escolhas associadas com adaptações rápidas podem fazer com que uma equipe saia do limbo para o favoritismo. A AFC East está mais aberta do que nunca com esta suspensão, no entanto os favoritos ainda são os Patriots. Será preciso muito trabalho no Draft para mudar esta realidade.

Miami Dolphins

Necessidades: Linebacker, safety, running back

Quando se investe tanto na montagem de equipes via Free Agency, um problema grave ocorre: é impossível saber quais vão ser as principais falhas. É difícil prever quem vai se adaptar ao novo sistema, quem vai acabar jogando no nível desejado e quem irá decepcionar. Além do mais, o entrosamento no futebol americano é algo realmente importante – e que poucos dão a atenção necessária. Novamente, os Dolphins estão apostando em muitos free agents na defesa que podem não corresponder – como Byron Maxwell, Kiko Alonso e Mario Williams.

Miami tem um grande problema além de seus titulares: o banco tem muito pouco talento. É necessário profundidade nas linhas ofensivas e defensivas, na secundária e no corpo de linebackers. Entre todas estas, o corpo de linebackers é o que mais preocupa: Alonso sofreu com lesões a carreira inteira e precisa de um reserva a altura. Além disso, Jelani Jenkins e Misi Koa não são exemplos de durabilidade e precisam de competição. O segundo mais preocupante é o pass rusher: mesmo antes da saída de Olivier Vernon era preciso incrementar o talento da rotação. Só trocar Vernon por Williams não vai adiantar, é preciso achar mais alguém para contribuir.

A secundária também tornou-se uma incógnita. Além de Byron Maxwell, que teve um péssimo desempenho pelo Philadelphia Eagles, é preciso saber quem vai jogar ao lado de Reshad Jones – que teve uma temporada espetacular ano passado. É uma coleção de nomes e muita incerteza, logo seria muito útil adicionar um calouro a disputa – alguém como Karl Joseph.

Também não dá para esquecer do outro lado da bola. Este Draft é recheado de talentos defensivos, mas há bons nomes ofensivos também. Como já dito, a linha precisa de profundidade, principalmente em seu miolo – guards e center. Só que a necessidade mais clara é na posição de running back. Mesmo que se confie a titularidade em Jay Ajayi (que foi um péssimo bloqueador como calouro), é preciso incrementar a rotação. Alguém na terceira ou quarta rodadas (como Paul Perkins) seria ideal para complementar Ajayi.

Buffalo Bills

Necessidades: Linebacker, defensive end, safety

A próxima temporada é essencial para os Bills descobrirem o que fazer com a posição de quarterback. Será a oportunidade perfeita para testar realmente se Tyrod Taylor vai ser um bom jogador ou não. Além disso, será possível perceber se E.J. Manuel ainda tem salvação ou será um eterno reserva. Buffalo possui uma boa quantidade de talentos, mas sem ter uma solução definitiva para a posição será difícil alcançar os Playoffs – ainda mais jogando na divisão de Tom Brady.

Antes mesmo da saída de Mario Williams era visível a necessidade de incrementar o pass rusher. A rotação não é mais a mesma de 2014, principalmente agora que é preciso achar jogadores que se adaptem ao 3-4 de Rex Ryan. Isto também tem reflexo na linha defensiva, em particular na posição de defensive end.

Por fim, a posição de inside linebacker precisa de alguma segurança. Zach Brown deve ser o titular, porém ele nunca recuperou a sua forma dos primeiros anos. Seria muito bom encontrar alguém que disputasse a posição e pudesse contribuir na rotação. É necessário reforçar o front seven para esta defesa voltar ao nível apresentado em 2014.

Jogar na mesma divisão que Tom Brady e não ter safeties de qualidade não é uma combinação muito ideal. A dupla Stephon Gilmore e Ronald Darby jogou muito bem em 2015, só que eles precisam de ajuda lá atrás. Até o momento, um instável Aaron Williams e um cornerback convertido para safety Corey Graham (que já está entrando no final de carreira) são os titulares. Além deles há uma coleção de nomes que tem muito o que provar. Sem sombras de dúvidas, esta deveria ser a primeira preocupação da equipe no final desta semana.

New York Jets

Necessidades: Quarterback, offensive tackle, linebacker

Quem quer ser o quarterback do New York Jets? Ryan Fitzpatrick não quer renovar e Geno Smith seria o titular hoje em dia. É muito pouco, a franquia precisa achar um signal caller para construir para o futuro. Enquanto Paxton Lynch não deve estar disponível na vigésima escolha, a equipe tem munição para ir buscá-lo caso caia além do top 15. Seria importantíssimo ter um projeto para desenvolver e dar uma nova esperança para a posição. Esta deveria ser a preocupação número um da franquia.

Mesmo com a escolha de um novo signal caller ou com a renovação de Fitzpatrick, é notório que a franquia possui a linha ofensiva menos talentosa da divisão. Sendo assim, é preciso reforçar bastante via Draft. A necessidade aumenta com a aposentadoria de D’Brickashaw Ferguson. Sim, Ryan Clady foi obtido via troca com Denver, porém ele não consegue se manter saudável e está em claro declínio. Além disso, falta banco na posição de guard e é preciso alguém para disputar a titularidade imediatamente. Será uma derrota grande sair deste Draft, tão profundo na linha ofensiva, sem nenhum escolhido para a posição.

Do outro lado da bola, os Jets possuem pequenos buracos que precisam de atenção especial. O desinteresse na posição de inside linebacker nos últimos Drafts fez com que a necessidade aumentasse e seria ideal achar um contribuidor. David Harris precisa de um companheiro para jogar ao seu lado e também um bom jogador no banco para substituí-lo. Outra necessidade clara é no pass rusher: a rotação de outside linebacker é muito pequena. Lorenzo Mauldin deve ter muito mais oportunidades de entrar em campo, no entanto é preciso aumentar a rotação – só ele e Sheldon Richardson não vão dar conta do recado.

New England Patriots

Necessidades: Wide receiver, guard, defensive end

Sem Tom Brady pelos quatro primeiros jogos e sem uma escolha de primeira rodada. Os Patriots não estão em uma posição tão confortável assim, conquanto ainda são os favoritos da divisão e precisam pensar nos Playoffs – principalmente quando estão analisando as suas necessidades.

A linha ofensiva titular é boa, porém sofreu com muitas lesões ao longo do ano passado e a conta veio contra os Broncos. Sem criar um banco com qualidade, jogadores que podem entrar e contribuir de imediato, a franquia vai ter muito mais dificuldades. Na segunda rodada deve ter alguns prospectos interessantes quando eles estiverem escolhendo (principalmente para o interior da linha) e seria importante reforçar o setor.

Vai ano, volta ano e o mesmo problema assola o ataque de Brady: faltam recebedores. E, novamente, vejo que Bill Belichick pode ignorar a posição. Uma coisa é Tom Brady trabalhar com peças escassas, outra será ver Jimmy Garoppolo sofrendo com drops dos recebedores. É necessário um jogador que trabalhe o meio do campo e também em profundidade. Falta alguém para disputar com Chris Hogan a posição na slot, assim como ser uma segurança para Danny Amendola – que tem um histórico preocupante de lesão.

Por fim, a rotação defensiva dos Patriots sofreu perdas nesta intertemporada e é preciso recompor o setor. Belichick consegue extrair o máximo de seus pass rushers e seria muito bom ter um talento do meio do Draft para trabalhar na rotação, principalmente como right defensive end. New England precisa aumentar ainda mais o calor nos quarterbacks adversários para poder chegar, novamente, ao Super Bowl. Só que não dá para se esquecer da proteção de Tom Brady. Mesmo com tantas preocupações, o torcedor pode ficar tranquilo: normalmente Bill Belichick toma boas decisões no Draft.

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