Necessidades no Draft: AFC North

No final do mês, as 32 equipes da NFL terão a oportunidade de selecionar jovens nomes para reforçar suas equipes. É nesse momento que as carências de cada franquia serão preenchidas por jogadores vindos da universidade com grande potencial, com a esperança de se tornarem os líderes da equipe dos dois lados da bola.

A AFC North foi constantemente apontada nos últimos anos como uma das melhores e mais disputadas divisões da NFL, com Steelers, Bengals e Ravens alternando títulos e lutando por vagas nos Playoffs – em 2014, inclusive, as três franquias foram à pós-temporada. Cincinnati e Pittsburgh mantiveram o alto nível em 2015 e, apesar de sofrerem com contusões importantes na posição de quarterback, se classificaram para os Playoffs respectivamente como campeão de divisão e Wild Card. Baltimore, contudo, viveu momentos de instabilidade (em parte também explicados por lesões significativas) e decepcionou, finalizando o ano com apenas cinco vitórias – sua pior marca desde 2007.

Por fim, temos o Cleveland Browns, eterno patinho feio da divisão. Em 2015, o time de Ohio escreveu mais um capítulo do seu longo livro de frustrações, terminando com a segunda pior campanha da liga (3-13) e virando motivo de piada graças ao seu agora ex-quarterback Johnny Manziel. Após demitir seu treinador e general manager em janeiro, podemos dizer que Cleveland está oficialmente começando tudo do zero de novo.

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Pittsburgh Steelers

Necessidades: defensive backs, jogadores de linha defensiva e ofensiva

Pittsburgh não escolhe um jogador de secundária na primeira rodada do Draft desde 2003, ano que selecionou um tal Troy Polamalu. Isso deve mudar em 2016, pois a franquia foi péssima na temporada passada contra o passe, sendo a terceira pior da NFL em jardas aéreas cedidas por partida (271,9). Ademais, o que já era ruim teoricamente ficou ainda pior depois da saída dos titulares Antwon Blake e Will Allen na Free Agency.

A equipe até reassinou com alguns defensive backs na intertemporada (Ross Cockrell, William Gay e Robert Golden), porém nenhum destes nomes parecem ser soluções. Felizmente a classe de cornerbacks é bastante profunda, então é bem provável que os Steelers ainda possam pegar um ótimo atleta da posição com a 25ª escolha geral. Um novo safety também cairia bem, contudo só faz sentido suprir esta carência em rodadas mais baixas. Em um ano com tantos talentos defensivos disponíveis, chegou a hora do time voltar a investir pesado na sua secundária.

A linha defensiva precisa de reforços não porque lhe falta qualidade, mas sim quantidade. Os defensive ends Stephon Tuitt e Cameron Heyward jogaram mais de 80% dos snaps defensivos. Isto é um sinal de que os reservas não são tão confiáveis assim. Além do mais, o nose tackle Steve McLendon, titular na maioria da temporada passada, arrumou as malas e foi para os Jets. O curioso é que novamente Pittsburgh deu sorte com as suas necessidades, pois a classe de defensive linemen também é bastante profunda.

Já a linha ofensiva sofreu a baixa do left tackle Kelvin Beachum, o qual assinou com os Jaguars em março. Como resposta, os Steelers se movimentaram trazendo o veterano tackle Ryan Harris, contudo ele não é uma solução pensando em longo prazo, logo escolher um jovem offensive lineman e prepará-lo para o futuro pode ser uma boa ideia.

Baltimore Ravens

Necessidades: outside linebacker, jogadores de linha ofensiva e cornerback

Não por acaso, Baltimore voltou a ter uma escolha Top 10 após 13 anos. Acostumada com bons resultados nas últimas temporadas, a franquia viveu um 2015 atípico e agora tentará voltar aos trilhos através do Draft. Um dos primeiros passos é reforçar a defesa, afinal esta quase sempre foi um ponto forte da equipe. Por exemplo, trazer um novo outside linebacker para atormentar a vida dos quarterbacks adversários faz bastante sentido, visto Terrell Suggs e Elvis Dumervil, os dois principais pass rushers do time, já terem passado da casa dos 30 anos – o primeiro inclusive está se recuperando de uma grave lesão no tendão de Aquiles. O interessante é que os Ravens talvez nem precisem gastar sua 6ª escolha geral com a posição, porque com certeza teremos alguns edge rushers de qualidade disponíveis no topo da segunda rodada.

Outro setor defensivo digno de atenção é a secundária. A defesa aérea de Baltimore, no geral, não foi um desastre em 2015 (10ª melhor em termos de jardas por jogo, embora tenha cedido muitos touchdowns), contudo o time foi o pior da liga em interceptações (6). A chegada de Eric Weddle via Free Agency foi uma boa aquisição para a posição de safety, entretanto o grupo de cornerbacks precisa contar com um pouco mais de talento, sobretudo de playmakers.

Por fim, resta a linha ofensiva. Kelechi Osemele transformou-se em um dos melhores guards da NFL atuando pelos Ravens e ainda por cima quebrava o galho como left tackle de vez em quando. O problema é que ele foi embora para Oakland e deixou um vazio nas trincheiras do time. Além disso, Marshal Yanda não é mais nenhum garoto e o left tackle titular Eugene Monroe vem sofrendo com muitas contusões. Resumindo, espere investimentos da franquia em sua offensive line durante o Draft.

Cincinnati Bengals

Necessidades: wide receivers e algumas peças pontuais

Depois das perdas de Marvin Jones e Mohamed Sanu na Free Agency, Cincinnati ficou com uma carência evidente no corpo de wide receivers. Obviamente a equipe conta com A.J. Green, um dos melhores da liga, contudo é preciso ter um recebedor número dois de confiança no elenco – e Brandon LaFell, assinado em março, não é esse tipo de jogador.

Com a 24ª pick geral, a franquia está em uma ótima condição para selecionar algum dos melhores nomes da posição disponíveis no Draft – por exemplo, Josh Doctson, visto como o mais qualificado de todos, pode muito bem ainda estar na mesa. A classe de wide receivers de 2016 talvez não seja tão chamativa quanto a de anos anteriores, mas em todo o caso existem atletas dignos de uma escolha tardia de primeira rodada.

Os Bengals possuem um dos elencos mais completos da NFL na atualidade, logo é difícil apontar com certeza absoluta outra necessidade. De fato, o time precisa apenas de alguns reforços pontuais, pensando mais no futuro do que no presente. Por exemplo, buscar um substituto em longo prazo para o veterano defensive tackle Domata Peko – como já dissemos antes, a classe de defensive linemen é ótima. Ou então trazer alguém para a secundária em rodadas mais baixas, haja vista Reggie Nelson e Leon Hall não terem sido reassinados.

Cleveland Browns

Necessidades: quarterback, wide receivers, jogadores de linha ofensiva e alguém para reforçar a defesa contra o jogo corrido

Cleveland sofreu uma debandada tão grande de talento na Free Agency que é mais fácil dizer quais posições não são uma necessidade. Por exemplo, a equipe perdeu dois pro bowlers (Tashaun Gipson e Alex Mack), seu ótimo right tackle titular (Mitchell Schwartz) e seu melhor recebedor (Travis Benjamin). É, como você pode ver, não está fácil.

Apesar de tudo isso, a principal carência segue sendo under center. A contratação de Robert Griffin III é um upgrade imediato em comparação com Manziel, Josh McCown ou Austin Davis, porém, com todos os seus problemas recentes, é difícil imaginá-lo como o futuro da franquia. O novo head coach Hue Jackson deve obrigatoriamente draftar um quarterback em algum momento do recrutamento, nem que seja para deixá-lo no banco aprendendo por um tempo. Caso decida fazer isso com a 2ª escolha geral, Jared Goff e Carson Wentz são as opções.

O ataque também precisa de reforços no corpo de wide receivers e na linha ofensiva. A saída de Benjamin deixou mais fraco ainda um grupo de recebedores que já foi péssimo em 2015, então chegou a hora dos Browns investirem alto na posição, talvez com uma escolha de segunda rodada. A offensive line, por sua vez, necessita de reposição adequada para as perdas de Mack e Schwartz. Cameron Erving, escolha de primeira rodada no Draft passado, em teoria seria o substituto de Alex como center, porém foi movido para o posto de left guard.

Por último, temos a questão da defesa contra o jogo corrido, um problema crônico dos Browns nas últimas temporadas. A franquia tem que arrumar alguma solução para isso, seja reforçando a linha defensiva ou a posição de linebacker, pois a seleção do nose tackle Danny Shelton no ano passado não surtiu o efeito esperado.

Após uma atuação catastrófica na Free Agency, será interessante ver como Paul DePodesta e seu “Moneyball” irão se virar no Draft.

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