NFL estreia no twitter com audiência modesta, mas simbólica

A quinta-feira marcou, além da estreia dos uniformes color rush e a demissão do coordenador ofensivo do Buffalo Bills, Greg Roman, a primeira transmissão de uma partida de futebol americano da NFL por meio de uma rede social.

Nem de longe é o primeiro “stream” de jogo da liga: há quase uma década a NFL tem seu pay per view online, o GamePass. No ano passado, vale lembrar, a liga fez parceria com o Yahoo para transmitir uma das partidas (Bills e Jaguars). Era um sistema diferente do Twitter, dado que a transmissão foi exclusiva do Yahoo – e teve cerca de 15 milhões de espectadores ao redor do mundo.

Na transmissão de ontem os números foram relativamente mais modestos do que os do Yahoo – muito porque não havia exclusividade. O jogo foi transmitido nos Estados Unidos pela CBS (tv aberta) e pela NFL Network (tv fechada). Aqui no Brasil também não havia exclusividade, visto a transmissão rotineira da ESPN e do Esporte Interativo. A transmissão de Bills e Jets teve média de 243 mil pessoas pelo Twitter (contra 15,4 milhões na CBS + NFL Network).

Por mais que seja mais ou menos 1,5% – e, aí, parece realmente que é muito pouco – temos que ver isso sob um outro aspecto. É cada vez mais comum que os millenials – jovens nascidos na década de 1990, grosso modo – não tenham o hábito de assistir TV. Eu mesmo, quando estava na faculdade, apenas assistia esportes na TV – meu pacote de TV a cabo era bem restrito. Correspondendo a cerca de 20% da população do mundo, os millenials têm o hábito de assistir coisas pela internet com certa frequência – Netflix, YouTube e etc.

Por isso, aparte dos números, foi importante para a liga que uma presença fosse marcada. A transmissão de ontem foi gratuita e pode atingir pessoas que nunca deram a mínima para o futebol americano. Mas, pelo fato de estar rolando a transmissão de graça e num lugar onde ela já estava, isso acaba ajudando bastante. “Esta transmissão ao vivo do Twitter pode até me fazer assistir futebol americano! Isto é tão legal!” disse Priya, via hashtag #TNF.

A internacionalização também pode ser mais facilmente atingida via rede social. Enquanto a transmissão na TV depende de negociação de direitos, uma equipe preparada para colocar jogo no ar e todo o mais, pelo Twitter a NFL pode atingir países que não têm redes de televisão tão interessadas em alocar recursos para começar a transmitir o futebol americano. “Obrigado por me permitir assistir futebol americano aqui de Maputo, Moçambique”, agradeceu Yoni, também via hashtag.



Do ponto de vista técnico, a transmissão não apresentou falhas e no máximo uma eventual reclamação seria o delay entre a TV (seja CBS ou aqui no Brasil com a ESPN) e o Twitter. A jogada “acontecia” na rede social com um atraso de até 5 segundos. Para quase 100% dos usuários, porém, isso não chegou a ser problema – até porque o stream não atrasou e bem raramente travava (bem raramente mesmo).

O Twitter pagou cerca de 10 milhões de dólares por 10 jogos de quinta-feira. Deve vender os anúncios durante a transmissão com preço mínimo de 1 milhão de dólares o pacote, conforme informações do Wall Street Journal – o lucro é iminente, portanto. A primeira fronteira que a NFL cruzou foi na década de 1950 com as TVs mais interessadas em poder passar as partidas e audiências cada vez maiores. Aparte da audiência não ter sido na casa de 1 milhão de pessoas como o Twitter originalmente esperava, o importante foi marcar presença.

Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony, ou nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.

“odds