17 de novembro de 2022. 11ª semana da temporada regular. O Tennessee Titans supera o Green Bay Packers fora de casa, chega a 7-3 de campanha e deixa todos os indícios de que confirmará o título da divisão, aproveitando-se de uma AFC South enfraquecida.
Vira o ano. 7 de janeiro de 2023 – última semana da temporada. Os Titans perdem do rival, Jacksonville Jaguars, sacramentando sua sétima derrota seguida, o que os leva a ficar fora dos playoffs; enquanto a equipe de Trevor Lawrence adentra a pós-temporada.
A NFL é cíclica; estamos cansados de saber disso. Fases boas vêm e se vão com rapidez impressionante. Nas últimas temporadas, Tennessee era figurinha carimbada nos playoffs, aproveitando-se de um elenco forte somado à uma divisão inconstante. Escolheram uma fórmula – correr com Derrick Henry, apostar em um quarterback “eficiente” e prezar por uma defesa agressiva – e a abraçaram até o fim. Não colheram os frutos.
Agora, é preciso aceitar sua nova realidade. A conta chegou e Tennessee precisa pagá-la, mesmo que o serviço da noite não tenho sido de seu agrado.
Mudanças necessárias (ou não)
Seguidas decepções requerem mudanças. Quando a limpeza é grande, porém, nem todas são positivas. Com o fim da temporada, os Titans cortaram inúmeros jogadores e vários nomes da comissão técnica, algo completamente normal, vide o fracasso derradeiro. Nessa toada, contudo, fizeram um movimento esquisito no início de dezembro ao demitir o general manager Joe Robinson.
É uma atitude no mínimo estranha, já que, apesar do insucesso final, Robinson soube seguir o plano da franquia de forma retilínea. A identidade dos Titans – algo que o general manager precisa ajudar a criar – estava lá. Não era melhor tentar uma mudança na filosofia antes de trocar quem a comanda, ainda mais em um Draft que será complicado? Ran Carthon, que chega em seu lugar, é novato no posto e isso dificulta a tomada de decisão em um momento tão importante para a franquia, ainda mais em um Draft no qual a equipe “só” tem seis escolhas. É preciso acertar em cheio.
Complementando a anatomia do fracasso, Tennessee realizou inúmeros cortes em jogadores que não renderam ou que representariam alívio salarial. Bud Dupree, Taylor Lewan e Robert Woods são alguns dos exemplos. Atitude correta, já que 2023 não simbolizará mais domínio da equipe na divisão. É a hora de reconstruir alguns pontos para voltar mais forte nas próximas temporadas. O problema, está, justamente, na troca de comando nesse momento tão importante. A chance de atrasar o futuro da equipe em alguns anos por falta de experiência não é pequena.
