A transição dos quarterbacks do college para a NFL nunca é simples. Além de precisar lidar com a mudança de velocidade do jogo, sistemas muito mais complexos e toda responsabilidade que a função exige, ainda existe um fator que massacra muitos talentos e os faz ficar pelo caminho: a falta de desenvolvimento ao seu redor. Sejamos justos, é complicado para um garoto de 21,22 anos chegar e tirar de uma draga de longo tempo franquias disfuncionais e de culturas complicadas de lidar.
Pensando desta forma, o New York Jets virou uma máquina de moer nas duas últimas décadas. Mark Sanchez, Geno Smith e Sam Darnold foram alguns nomes escolhidos para ser a nova cara do time e fracassaram, fazendo com que a inconstância na posição seguisse. Todavia, nem tudo é só culpa do ambiente ou coisas do tipo: todos eles têm grande parcela de culpa: se não foram ajudados, pouco fizeram para mudar o cenário. A bola da vez agora é Zach Wilson, escolha número 2 do último Draft, que faz uma temporada muito decepcionante.
Os problemas são os erros que dependem só dele
Desde antes do Draft, a capacidade de Wilson de lançar bolas fora da base tradicional encantava, mas também trazia grandes preocupações: como ele se adaptaria quando precisasse jogar de forma mais ortodoxa na NFL? Claro que nomes como Patrick Mahomes trouxeram esse encantamento, dos passes lançados em movimento, contra o movimento do corpo e todos os malabarismos, mas a maior parte das jogadas se desenvolve de forma tradicional, com o quarterback soltando a bola rapidamente de dentro do pocket.
O drama para os Jets é que Wilson não mostrou nada no quesito. Sua mecânica até agora pode ser definida como escangalhada: não são raras às vezes que ele está com pocket limpo, podendo executar tudo com tranquilidade e solta um passe horroroso por estar com a base muito aberta, não ter plantado os pés de forma correta ou mesmo ter usado somente o braço. Isso tudo traz impactos diretos em sua precisão. Não por acaso, Wilson lidera a liga em bad throws, aqueles lançamentos em que a bola vai fora do alvo ou em situação favorável ao defensor: 25%[foot]Pro Football Reference[/foot]. Isso mesmo, um em cada 4 passes do quarterback dos Jets é ruim.
