Barkley assina com os Giants, em mais uma derrota dos running backs

Jogador assinou contrato de um ano, com valor levemente acima da franchise tag, mostrando que apesar da indignação, ficar fora de campo sempre é pior.

Um final rápido e surpreendente: do nada, Saquon Barkley e New York Giants chegaram a um acordo e o jogador fica na franquia. Contudo, na queda de braço, ficou claro quem tem a vantagem: o contrato é de apenas um ano – máximo permitido após 17/07 para quem se encontra em sua situação -, com valor total que pode chegar a US$ 11 milhões, levemente acima da franchise tag – que está na casa dos 10. Os Giants mostraram algo que já vinha sendo bastante falado nos últimos dias: os running backs (de antemão, desculpem o trocadilho) não tem para onde correr.

Com o mercado em baixa, entendendo que estender e pagar caro por veteranos da posição não é viável, restou indignação aos jogadores da função, que se sublevaram nas redes sociais e segundo fontes, chegaram a seu reunir virtualmente, sob organização de Austin Ekeler (Los Angeles Chargers). Todavia, algumas fontes disseram que a reunião não foi muito produtiva, com Nick Chubb (Cleveland Browns), dizendo que não existia muito que pudessem fazer, além de pressionar a NFLPA.

Ficou de bom tamanho

Ok, Saquon Barkley jogou bem ano passado, esteve cotado para o prêmio de comeback e seu talento é de alto nível. Porém, seria um erro ignorar todos os fatores e simplesmente pagar um contrato longo e caro para o jogador. O histórico de nomes da posição que implodiram sua produção no segundo vínculo é extenso e bem conhecido – Ezekiel Elliott e Todd Gurley são casos emblemáticos, mas vale lembrar que mesmo Christian McCaffrey foi trocado.

O camisa 26 dos Giants chega para temporada com quase 1000 corridas na carreira, um número alto, se considerando que ele perdeu 2020 todo com uma ruptura de ligamentos no joelho e em 2021 ficou de fora de 4 partidas, além de ter diversos jogos com carga reduzida por lidar com lesões. A segunda metade de 2022 já demonstra uma queda de rendimento: após a semana 10, Barkley teve média de 3,9 jardas por corrida, com 2,3 após o contato, tendo apenas 9 tentativas para +10 jardas. Antes da data citada, as médias eram de 4,7 e 3 jardas respectivamente, com 23 corridas para +10 jardas[foot]Pro Football Focus[/foot].

Paciência dá frutos

Do lado dos Giants, brilhante trabalho do general manager Joe Schoen. Em seu segundo ano no comando da franquia, ele poderia ceder a pressão de ver um ídolo da franquia esbravejando nas redes sociais – Barkley chegou a dizer que poderia mandar o time para um lugar não muito legal – e fazer um contrato que comprometeria o futuro dos Giants. No entanto, o dirigente mostrou paciência e filosofia de trabalho, algo que não tem preço, colocando a tag e deixando jogador espernear. Grandes times se constroem atrás de uma fundação sólida e ela só acontece se quem a comanda sabe o caminho, sem tentar mudar a rota a cada percalço.

Já em campo, Brian Daboll tem em Barkley um jogador com talento diferente, mas que nessa continuidade de trabalho deve ser usado de forma diferente. Se em 2022, ele foi o cara que carregou grande parte do ataque – em especial até a semana 10 -, para 2023, a equipe deve ser menos dependente. Eric Gray chegou no Draft e pode ser um bom complemento e novos alvos como Darren Waller, Parris Campbell e Jalyn Hyatt devem roubar alvos.

Tudo perfeito para New York…e convenhamos, como as coisas andam para os running backs, para Saquon também. Hora de esquecer o blá blá bla e jogar futebol americano.

ERRATA: Na versão anterior, se usou “contrato de apenas um ano”, mas para jogadores que recebem a tag, não se pode oferecer contratos maiores após a data limite, que em 2023 foi em 17/07. A correção está feita.

Para saber mais:
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