Da última vez que os Lions venceram sua divisão, em 1993, a NFL ainda tinha as divisões Central, a Tchecoslováquia deixava de existir e uma obra-prima do cinema – Batman: A Máscara do Fantasma – era lançada no dia de Natal. Corta para 2023, trinta anos depois: Detroit vencendo o Minnesota Vikings na semana 16 e conquistando, pela primeira vez sob este nome, a NFC North. Teve seus problemas e ainda precisa solucioná-los? Sim, ainda tem. No entanto, mais do que nunca, os Lions são um adversário a ser temido.
Cultura importa (muito) na NFL
Algumas (muitas) vezes, nós tendemos a analisar a NFL com olhares clínicos – as estatísticas, as análises táticas e os demais aspectos dentro de um jogo de futebol americano – e acabamos esquecendo do lado passional da moeda. Como diria Aaron Rodgers, não dá para não ser romântico com a bola oval. Cultura importa muito dentro da NFL: vide as ótimas surpresas em Houston e Indianapolis depois de anos ruins, ou a instabilidade assombrando Chicago e Carolina, por exemplo. A prova maior disso é o próprio Detroit Lions nas últimas três temporadas.
Quando chegaram em 2021, Dan Campbell e Brad Holmes, o general manager, encontraram uma franquia que, se não tinha muito rumo antes, naquele momento não tinha algum: Matthew Stafford, a última grande estrela remanescente ali, foi trocado para os Rams – e, de quebra, ganharia o Super Bowl meses depois. Como resultado, Detroit recebeu três escolhas de draft e um Jared Goff rotulado como um bom jogador que te daria poucas chances de competir por mais. A primeira temporada e o começo do segundo ano de trabalho deram indícios de que viria mais uma reconstrução sem sucesso. Porém, duas coisas foram importantes para que isso não se concretizasse: a montagem do elenco e a mudança de cultura. A volta por cima em 2022 e o momento atual são reflexos diretos disso.
