É bastante raro vermos um time que disputou o Super Bowl contar com duas escolhas de primeira rodada, principalmente quando uma delas é no top 10. O Philadelphia Eagles tem esse luxo à disposição no Draft de 2023 por conta de uma troca com o New Orleans Saints no ano passado – e o desempenho dos Saints em 2022 foi o que resultou nessa escolha ser tão alta.
Com efeito, embora existam necessidades evidentes no elenco dos Eagles, o time tem duas opções muito interessantes: se aproveitar da corrida por quarterbacks e escolher um talento incrível no top 10 ou trocar para baixo e acumular mais escolhas para que possa sanar mais necessidades de seu elenco. Seja lá quais sejam os planos de Howie Roseman, Philadelphia chega no recrutamento em ótima condição.
Se ficar no top 10, corrida por quarterbacks facilitará trabalho
Estando dentro do top 10 e sabendo que quatro quarterbacks (Young, Stroud, Richardson, Levis) tendem a serem escolhidos dentro dessa faixa pela importância da posição, Philadelphia está num ótimo lugar. Não vai faltar talento em praticamente nenhuma posição premium naquele momento do Draft, e ainda que o time não tenha nenhuma necessidade gritante nelas, é sempre importante ter um plano para o futuro.
Por exemplo, Will Anderson não deve estar disponível naquela faixa de escolhas. Mas e se Jalen Carter estiver disponível? O time perdeu Javon Hargrave e Fletcher Cox está muito próximo de se aposentar. Manteve Darius Slay e James Bradberry, porém se Joey Porter Jr. ou Christian Gonzalez ainda estiverem livres será um grande achado numa posição importantíssima. Paris Johnson Jr. para aprender enquanto Lane Johnson joga mais um ou dois anos? Ótimo.
Talvez não pareça a escolha mais sexy num primeiro momento, só que seria ótimo para planejar o futuro. É isso, inclusive, que Howie Roseman costuma fazer de modo geral, e não só com a famosa (e acertadíssima) escolha de Jalen Hurts – Andre Dillard como substituto de Jason Peters, Cam Jurgens como substituto de Jason Kelce e Jordan Davis como substituto de Fletcher Cox são alguns dos exemplos.
Um planejamento inteligente não é sempre a escolha mais sexy, e dentre vários acertos e erros de Howie Roseman em mais de uma década como general manager, ele tem um histórico recente favorável sanando necessidades antes mesmo que elas se tornem reais. Com vários times precisando de quarterback e a tendência de uma corrida geral por eles, não vão faltar jogadores bons para os Eagles se eles ficarem com a 10ª escolha.
Troca seria movimento inteligente dos Eagles
Só que essa pode não ser a melhor opção para a franquia quando analisamos todo o cenário.
Veja, são duas escolhas de primeira rodada e apenas quatro nas outras seis rodadas. No último dia, os Eagles terão duas escolhas de sétima rodada e só. Como dissemos, não vão faltar boas opções naquela faixa de escolhas, então descer um pouquinho e adicionar mais escolhas de meio de Draft enquanto ainda fica na faixa entre 10-19 seria o ideal.
Aqui é bem simples: continua com uma escolha boa o suficiente para selecionar um ótimo prospecto, acumula mais escolhas de fim de Draft, todo mundo sai ganhando, etc etc etc. Claro, para que isso aconteça, também é preciso que alguém queira subir, o que não deve ser problema – desde 2017, apenas uma vez o time que teve a 10ª escolha geral era a dona original dessa pick. É uma região bastante atrativa para times que gostam muito de um jogador em específico e não querem ficar sem ele.
Philadelphia é um time bastante completo que encarou a free agency melhor do que se esperava depois de uma campanha de Super Bowl. Não existe nenhuma necessidade gritante que valha consideração na escolha 10, então uma troca para baixo parece um cenário bastante realista. E provavelmente é o melhor para a equipe.
Com a #30, várias possibilidades passam a fazer mais sentido – incluindo a escolha de Bijan Robinson se ele sobrar até lá. Entretanto, escolhas de top 10 possuem um valor gigantesco no Draft da NFL, e mesmo estando em boa posição com relação ao seu elenco, Howie Roseman sabe bem que não pode desperdiçar essa oportunidade que a vida lhe deu. Não é hora de sair do planejamento cuidadoso das últimas temporadas.
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